quarta-feira, 3 de abril de 2013

Buddha , Buddha, I'm so tired....










                                           
















Minha sentida prece...

Buddha me ilumine, me dê força e lucidez, rogo do fundo da alma...
Buddha me acalme o sobressalto no peito, meu coração sai do lugar e chega à boca
Buddha  onde estás ?
Buddha dá um mirada neste teu devoto admirador, por favor !!!

Buddha  me dá só um pouco de paz que estou a morrer por dentro...
Buddha , estou tão cansado desta travessia do deserto, exausto ...
Buddha, não sei mais como buscar alento, me ajuda ou me dá ao menos a coragem para desistir...
Om mani padme hum 





                          







“A esse que é tolerante para com os intolerantes, doce para com os violentos, desapegado de tudo para com os apegados a tudo - a esse eu chamo de sábio. 
A esse que nada mais espera neste mundo, nem em um outro mundo, que é a tudo insensível, de tudo desprendido - a esse eu chamo de sábio. 

A esse que, não tendo mais ligações com os homens, superou aquelas que poderia ter com os deuses, que é completamente desprendido de tudo - a esse eu chamo de sábio.”
    Buddha





                          






Não é sobre as faltas alheias que devemos fixar a atenção, mas sobre o que nós mesmos deixamos de fazer. 
Fácil é ver a falta do próximo; difícil, a nossa própria. A dos outros, damos o maior relevo possível; a nossa, ao contrário, dissimulamos, como o trapaceiro esconde seus dados falsos. 
Que te pode interessar que outrem seja ou não culpado? 

Vem, amigo, e olha o teu próprio caminho! 

Que, pouco a pouco, sem se cansar, o sábio sopre sobre as impurezas de tua alma, como o ourives sopra sobre as partículas de prata. 
Pela atividade viril, pelo esforço vigilante, pela paz da alma e pelo domínio sobre si mesmo, o sábio pode fazer uma ilha que não submerge nas ondas. 
Calmo é o seu espírito, calma a sua palavra, calma a sua maneira de agir. 
Quando um homem, que não é crédulo, mas que conhece o Incriado (o Nirvana) , rompe assim suas amarras e diz adeus aos prazeres, torna-se o mais eminente dos mortais.”
Buddha











sexta-feira, 29 de março de 2013

surrealizando sem final...





                                       
                                            Magritte








Velho manguço sem nome caminha lentamente e as flores exalam perfumes do mato à sua passagem, odores fortes são aspergidos tal a autoridade moral do bicho...
Sentado junto ao fogareiro o velho Job controla as maçarocas a assar, no canto da boca um tabaco enrolado em papel de saco de cimento vai ardendo ...
manguço chegado à cabana do Job, salta para o peitoril da janela e espreita .

" Hum, o Job está a esmerar-se! - empinando o narizito, pensa de si para si, enquanto num salto se põe à porta e bate duas vezes.
"Deixa-te de fitas e entra pelo buraco da porta velho engraçadinho !! - vocifera Job.









Sentados à volta do foguareiro vão comendo as espigas em silêncio mas conversando por olhares.
Num certo olhar de través Job pergunta ao manguço sem nome:
" Acreditas em fábulas? "
Soa no silêncio um som raquítico, o som do possível riso do manguço sem nome:
"Crrriícririri..."
Sacudindo a cauda felpuda num movimento quase humano de reverência, olha o velho Job com um olhar franzido:
" Claro que não, achas possível que ao fim de tantos anos de partilharmos o milho e termos conseguido nos comunicarmos em silêncio eu posso ouvir uma pergunta dessas sem chiar ? "
Velho Job levanta-se meio curvado e num olhar de paralaxe  responde:
" Sendo assim, traz a garrafa de aguardente para assarmos as bolotas, ensinaste-me a gostar delas velho safado ! "
O dia seguindo seu curso fantástico e fora da cabana a harmonia reinando na floresta ...








- Toninho ! Toninho !- o chamado entra  pela porta do quarto como se chegasse da casa de Job.
 Toninho levanta-se da cama contrariado e fecha o livro.
 O final da história fica para depois do lanche.
- Já vou mãe !









sábado, 23 de março de 2013

no chuveiro com candeeiros...


















Hoje resolvi mandar os problemas para os buracos da rua para que os carros os amassem e os desfaçam sem contemplações...  estou radiante !!

Quero que tudo se resolva por si, que eu não me angustie ficando a espera do sinal verde, não quero mais !!!
Afinal de que serve isso se você não pode controlar ou mesmo influenciar o resultado final?





Então ficamos assim, vou gastar montes de litros do liquido precioso e vou-me chuveirar até a alma se sentir completamente fresca, depois vou sair da toca e trabalhar meus candeeiros bem na sombra da mangueira e ouvir música aos gritos, mas dentro do civismo claro...






Sinto-me um privilegiado por poder fazer o que disse e milionário por poder dispor do meu tempo mesmo sabendo que tenho todo o tempo para mim por estar sem trabalhar, sou um riquíssimo teso viu ?
O vil metal está chegando ao fim e começo a imaginar como será a vida debaixo da ponte mas estou feliz e positivo e mais, estou vivo, belo, alimentado e apaixonado, então....estou perfeito !!







Quero ser e sentir que sou, respirar e sentir a vida entrar por mim dentro fluindo , chilando, me acarinhando, me fazendo dançar e sorrir...
Viver vale a pena, não tem coisa mais bela que o sorriso de despreocupação irradiando no rosto de quem luta arduamente para não se angustiar...

Essa puta está aprendendo que comigo não tem mais hipótese !!!
Vou pro chuveiro, ciau !!




                                              

sábado, 9 de março de 2013

aprendendo sempre...




                                                                                   Irises, 1889  Vincent van Gogh 








                                                                                   
            
                                                                   



Aquela dita cuja, amiga do alheio, que por vocação rouba às almas o néctar do doce viver....
Voltou, volta sempre, vai voltar sempre...
O balanço de Jamiroquai  fluindo, como quando imaginamos que estamos no paraíso...mas não estamos.
Não existe paraíso algum, existem sim momentos em que sentimos estar no paraíso, e só....

Ah felizardos que somos por ter esses momentos de irrealidade, esses momentos reais de plenitude !!







A nostalgia chega sem avisar entrando por portas e travessas, sem permissão, sem que alguém a tenha chamado...e senta em cima de tudo!
O já vivido a cabra não tira, ela sem saber faz com que o paraíso visitado fique mais brilhante, mais encantador e extremamente apetecível...
Rindo-me para a cabra sei que como veio há-de ir e de certeza voltarei ao paraíso...
Assim são as visitas da peste e suas tentativas vãs para reinar...









 Perde sempre porque na balança pesam mais os momentos vividos com paixão, com o sangue fervendo, com a cabeça acelerando e com um sorriso rasgado permanente, do que as cinzentas razões que a peste  usa para se afirmar como sendo ela a forma em que tudo acaba...
Enganou-se a megera, ela é que serve para que queiramos mais é viver e usufruir ...
A cabra definitivamente está se dando mal....
A vida pulsando é muito mais forte do que a sombra gélida duma qualquer angústia, podem escrever !!!







terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Esvoaçando por aí...



















O beija flor, minusculo, ele percebe o doce pólen
pára no ar voando e seu bico de agulha suga o amor
a flor se oferece e entrega sua essência perfumada
sem palavras e prenhe de sibilares o amor revela-se.













O Borges me contou dum livro mágico, infinito
que folheando-o nunca encontrara o principio,
nem o fim jamais encontrou em suas folhas.
Quis queimá-lo mas teve medo, imaginou que
o fogo nunca teria fim e o mundo arderia...















As folhas secas, as penas perdendo o viço, o já visto
a condição exige, o espetáculo de nós discutindo
por dentro, questões gastas, as regras dum jogo estranho e sonhando queremos o impossível acontecer.
A cabeça branca no reflexo das montras, a imagem falando...















Voar como uma águia, pelos céus, pelas montanhas
com olhar penetrante, dominado o espaço, livre
a leveza de ser-se , isolamento ou explosão, leve.
Ser e deixar acontecer, desafio do desistir, ir, partir...














A miragem do amor que nos guie sempre e ao virar
de algumas dunas , o oásis desesperado  e na água
espelhado, o rosto do amor vital.
Amar é a luz que nos guia, a missão...









sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

... revisitando Led Zeppelin




























Led Zeppelin, é como um cheiro antigo ou um lugar distante que a mente já guardou no arquivo morto, de repente cruzas de novo com ele e num flash de imagens e apertos no peito sentes-te transportado para as sombras iluminadas, esquecidas, mas vivas na mente....















Foi há muito tempo que esta banda enchia de som o meu quarto cheio de posters, deles e das outras grandes bandas da altura.

O pessoal todo espalhado pelo chão ouvindo discos de vinil, era o máximo que poderíamos querer ou sonhar.








Nesse time não tínhamos TV, muito menos computador ou cell, só tínhamos o vinil e depois os gravadores de cassetes, a entrega ao conteúdo era muito grande, eram viagens psicadélicas...







                








Hoje os jovens são mais apreciadores das potencialidades da tecnologia e esquecem o principal que é usufruir,  sentir, viver, tocar.
Cadeias invisíveis prendem a espontaneidade para a pratica de actividades físicas e sociais, eles preferem a secretária ou a cama e a internet; o cérebro vertiginoso atrofiando o corpo que fica inerte montes de horas, como um velho doente prisioneiro da idade...















Acordem  jovens, oiçam um pouco de rock e pulem, gritem, deixem o lap de lado, vão namorar, vão a praia, façam desporto, teatro, socializem senão um dia irão parar nas futuras clínicas de desintoxicação do vício da internet  !!!
Wake up !!
















Rock é uma linguagem crua, viva !!
O rock dos Zeppelin é especial, intemporal, magnífico !!!


http://pt.wikipedia.org/wiki/Led_Zeppelin




segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Changes... - music by Frank Ocean















 " Tudo muda, nada permanece. "
  Heráclito






  




Mude.
Mas comece devagar, porque a direção 
é mais importante que a velocidade. 
Mude de caminho, ande por outras ruas, 
observando os lugares por onde você passa. 
Veja o mundo de outras perspectivas. 
Descubra novos horizontes. 
Não faça do hábito um estilo de vida. 
Ame a novidade.                                                                                              










Tente o novo todo dia. 
O novo lado, o novo método, o novo sabor, 
o novo jeito, o novo prazer, o novo amor. 
Busque novos amigos, tente novos amores. 
Faça novas relações. 
Experimente a gostosura da surpresa. 
Troque esse monte de medo por um pouco de vida. 
Ame muito, cada vez mais, e de modos diferentes. 
Troque de bolsa, de carteira, de malas, de atitude. 









Mude. 
Dê uma chance ao inesperado. 
Abrace a gostosura da Surpresa. 
Sonhe só o sonho certo e realize-o todo dia. 
Lembre-se de que a Vida é uma só, 
e decida-se por arrumar um outro emprego, 
uma nova ocupação, um trabalho mais prazeiroso, 
mais digno, mais humano. 
Abra seu coração de dentro para fora. 
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. 
Exagere na criatividade.












E aproveite para fazer uma viagem, longa, 
se possível sem destino. 
Experimente coisas diferentes, troque novamente. 
Mude, de novo. 
Experimente outra vez. 
Você conhecerá coisas melhores e coisas piores, 
mas não é isso o que importa. 
O mais importante é a mudança, 
o movimento, a energia, o entusiasmo. 
Só o que está morto não muda !
Edson Marques.











segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

William Blake - music by Poliça














                     Provérbios do Inferno



No tempo da semeadura, aprende; na colheita, ensina; no inverno, desfruta.
Conduz teu carro e teu arado por sobre os ossos dos mortos.
A estrada do excesso leva ao palácio da sabedoria.
A Prudência é uma solteirona rica e feia, cortejada pela Impotência.
Quem deseja, mas não age, gera a pestilência.
O verme partido perdoa ao arado.
Mergulha no rio quem gosta de água.
O tolo não vê a mesma árvore que o sábio.
Aquele, cujo rosto não se ilumina, jamais há de ser uma estrela.
A Eternidade anda apaixonada pelas produções do tempo.
A abelha atarefada não tem tempo para tristezas.
As horas de loucura são medidas pelo relógio; mas nenhum relógio mede as de sabedoria.
Os alimentos sadios não são apanhados com armadilhas ou redes. Torna do número, do peso e da medida em ano de escassez. Nenhum pássaro se eleva muito, se se eleva com as próprias asas.

Um cadáver não vinga as injúrias.
O ato mais sublime é colocar outro diante de ti.





Se o louco persistisse em sua loucura, acabaria se tornando Sábio.
A loucura é o manto da velhacaria.
O manto do orgulho é a vergonha.
As Prisões se constroem com as pedras da Lei, os Bordéis, com os tijolos da Religião.
O orgulho do pavão é a glória de Deus.
A luxúria do bode é a glória de Deus.
A fúria do leão é a sabedoria de Deus.
A nudez da mulher é a obra de Deus.
O excesso de tristeza ri; o excesso de alegria chora.
O rugir de leões, o uivar dos lobos, o furor do mar tempestuoso e da espada destruidora são fragmentos de eternidade grandes demais para os olhos humanos.
A raposa condena a armadilha, não a si própria.
Os júbilos fecundam. As tristezas geram.
Que o homem use a pele do leão; a mulher a lã da ovelha.
O pássaro, um ninho; a aranha, uma teia; o homem, a amizade.
O sorridente tolo egoísta e o melancólico tolo carrancudo serão ambos julgados sábios para que sejam flagelos.
O que hoje se prova, outrora era apenas imaginado.
A ratazana, o camundongo, a raposa, o coelho olham as raízes;
o leão, o tigre, o cavalo, o elefante olham os frutos.






A cisterna contém; a fonte derrama.
Um só pensamento preenche a imensidão.
Dizei sempre o que pensas, e o homem torpe te evitará.
Tudo o que se pode acreditar já é uma imagem da verdade.
A águia nunca perdeu tanto o seu tempo como quando resolveu aprender com a gralha.
A raposa provê para si, mas Deus provê para o leão.
De manhã, pensa; ao meio-dia, age; no entardecer, come; de noite, dorme.
Quem permitiu que dele te aproveitasses, esse te conhece.
Assim como o arado vai atrás de palavras, assim Deus recompensa orações.
Os tigres da ira são mais sábios que os cavalos da educação.
Da água estagnada espera veneno.
Nunca se sabe o que é suficiente até que se saiba o que é mais que suficiente.
Ouve a reprovação do tolo! É um elogio soberano!
Os olhos, de fogo; as narinas, de ar; a boca, de água; a barba, de terra.
O fraco na coragem é forte na esperteza.
A macieira jamais pergunta à faia como crescer; nem o leão, ao cavalo, como apanhar sua presa.
Ao receber, o solo grato produz abundante colheita.







Se os outros não fossem tolos, nós teríamos que ser.
A essência do doce prazer jamais pode ser maculada.
Ao veres uma Águia, vês uma parcela da Genialidade. Levanta a cabeça!
Assim como a lagarta escolhe as mais belas folhas para deitar seus ovos, assim o sacerdote lança sua maldição sobre as alegrias mais belas.
Criar uma florzinha é o labor de séculos.
A maldição aperta. A benção afrouxa.
O melhor vinho é o mais velho; a melhor água, a mais nova.
Orações não aram! Louvores não colhem!  Júbilos não riem!  Tristezas não choram!
A cabeça, o Sublime; o coração, o Sentimento; os genitais, a Beleza; as mãos e os pés, a Proporção.
Como o ar para o pássaro ou o mar para o peixe, assim é o desprezo para o desprezível.
A gralha gostaria que tudo fosse preto; a coruja, que tudo fosse branco.
A Exuberância é a Beleza.
Se o leão fosse aconselhado pela raposa, seria ardiloso.
O Progresso constrói estradas retas; mas as estradas tortuosas, sem o Progresso, são estradas da Genialidade.
Melhor matar uma criança no berço do que acalentar desejos insatisfeitos.
Onde o homem não está a natureza é estéril.
A verdade nunca pode ser dita de modo a ser compreendida sem ser acreditada.
É suficiente! Ou Basta.









segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O triunfo das águas - music by Kendrick Lamar







                                  





Já choveu muito no passado recente e o povo paupérrimo  morreu e empobreceu demais...
Choveu de novo e continua a chover e o mesmo povo empobrece e morre de novo aos litros...
Obras  duvidosas  foram feitas para que não se repetisse a tragédia e as cheias tudo levaram de novo...
Nascem crianças nas árvores e nos tectos das casas, dormem multidões nas bermas das estradas...
elas bebem a água assassina das cheias e comem os cadáveres do gado afogado, a vida se transforma em morte e a morte no inferno na terra...










As estradas cortadas, milhares sem tecto, os mortos ainda à deriva pelos campos alagados onde se misturam os cadáveres de animais e os de seres humanos...
Fome, abandono, doença e tristeza dominam o estado de milhares de moçambicanos órfãos de um País que os não protege, que não se  preveniu para que estas situações não se repetissem...
Pelo menos uma organização eficiente e operativa no imediato poderia ter sido preparada...








Não, são outras as prioridades e este povo do vazio se enche de águas diluvianas até ao último suspiro! 
A mão estendida e a fotografia de ocasião são as reacções de aproveitamento nos mídia e não as mangas arregaçadas e actos de emergência com a presença engajada no terreno ou o orgulho de terem aprendido com as últimas cheias e terem a situação  controlada, não, outras festas e regabofes afins são mais importantes...










O triunfo dos porcos que não morrem nas cheias, o sorriso rapace de quem come e bebe o sangue do povo vampiristicamente, escondidos atrás da falta de vergonha nos discursos  de ocasião eles ao invés do povo, sobrevivem a todas as calamidades.
O hip hop é uma forma de gritar as injustiças e a música não desfaz a indignação, a revolta e a tristeza...apenas serve para tornar tudo isso um pouco mais leve.






O apelo dramático do  meu amigo  Stewart,  músico moçambicano...

https://www.facebook.com/photo.php?v=10152188294535961

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O uivo dos lobos solitários...


















Páginas que se viram atrás de páginas, num incessante e continuo desfolhar de emoções,
Emoções e mais emoções, sem que o coração tenha descanso,
Ora exultando de felicidade e alegria de viver, ora amarrado no sufoco descrente e amargo do desespero...











O tempo que passa é analfabeto e nada escreve, passa enquanto as emoções tomam conta de nós,
Enquanto a insatisfação se passeia por cima de toda a sabedoria guru, por cima de todas as teorias  !  
Essa puta de angústia, cabra, ela é danada, nós pela simples condição de termos de viver somos sua presa fácil...
















Qual prozac, qual yoga, qual ganja, qual quê....
Temos de levar com ela e ficar de rastos, a dor só termina depois de ter doído tudo...
 Sacode a má vibração, pensa positivo, caga para o resto !!!
Como se fosse assim tão fácil ...















" Quero chorar, não tenho lágrimas, que me rolem nas faces...." - cantava o Nat King Cole e eu também não tenho lágrimas , mas dói p'ra xuxu !!!
Ficar com a dor e deixá-la doer, há-de  passar...













" Vá, põe um sorriso nessa cara e limpa essas lágrimas, já passou, já passou.... 
Como seria bom se fosse assim, como quando éramos crianças e tudo passava num ápice !!!















...mas não, uivamos para a lua, o pungente lamento, como lobos solitários!!









quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A bátega que se enfeitou...














A folha branca  imaculadamente  pasmada, da mente nada brota; está paralisada, estupidificada...
Nada de interessante lhe aflora as meninges e suando a humidade maputense a cento e tal % fixa o escuro vazio.

Não se trata de angústia, tristeza ou seja lá o que for, simplesmente nada acontece...

Prismas opostos em jogos de equilíbrio improvável, tal qual o retrato dos instantes que se vão sucedendo aleatoriamente  sem plano que sobreviva...

Podia gritar de alegria ou simplesmente dormir horas sem destino, tanto faz, whatever...











Choveu todo dia e durante horas diluviou, o mar escuro se misturou com os passos, o caos interior também se alagou...
Palavras e espíritos em cascas, árvores carregando o peso da água e se curvando, derrotadas no seu mutismo.
A suavidade de setim da água engrossada e violenta, xaroposa e lamacenta que domina o espaço total...
Os pensamentos aos solavancos pela estrada esburacada, testemunham o céu de chumbo colorido...
Desconstruir a raiva e a incompreensão perante o que não tem de ser compreendido















Ajoelhado sem raiva ou ingratidão, o couro dos sapatos escurecido pela água, espera que a tormenta pare.
Que ela se vá e deixe o sol nos cozinhar no vapor, os miolos se transformarão numa bela garoupa !!

Beijo sim a fantasia e o surreal dizer....

As flores lavadas de branco se empertigam perante os chuviscos e ficam nítidas, incompreensivelmente melhores que a visão 3 D.















Ouvi dizer que afinal nós somos criaturas divinas mas terrivelmente cruéis;quem nos irá compreender?
Ah, o bem que sabe logo pela manhã o ar fresco que nos acorda de novo para as possibilidades todas...
Ama baralhar as palavras e as ideias, sinal de pancada, sofreguidão por reinventar.
 Com pinceladas abstractas de azul em fundo azul se cria arte - pensa para si
...e a arte não se explica, podemos tentar explicar ao nosso ego, apenas...
continua a olhar para a folha que já não é mais virginalmente branca, é molhada de suspiros e pulos, impávido sorri para si...











segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Jazz na saída ...














Jazz, a música  onde toda a beleza está nas variações, no improviso, na criatividade...
Estas fotos roubadas são algumas das melhores imagens do ano que está no fim....

Tolerância sempre e em todas as circunstâncias; não julgar nem cobrar, viver e deixar viver....
Give peace and love a chance !!!!

 
































































































quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Desconstruindo teias...

























Por falta de lógica ou por falta de sentido adoro desconstruir....
Desconstruir na necessidade de desmontar a lógica das coisas que a toda a hora nos provam não ter lógica nenhuma.
Reacção instintiva , talvez a única forma de sobreviver ás consequências devastadoras que é viver para testemunhar a perenidade de tudo, a falibilidade de tudo... 
Desconstruindo  isso tudo vou construindo uma não lógica em que as possibilidades são sempre a razão base...









Uma teia nos envolve sub-repticiamente e quando damos conta passamos o tempo a olhar criticamente para tudo, como se houvesse alguma verdade ou certeza para nos basearmos... 

Não existe nada disso e só a alma querendo ser livre poderá surfar os dias, poderá se inspirar criando a sua linguagem do equilíbrio e assim passar por entre os pingos surreais do quotidiano ...














"

Aquela flor amarela sorri para as pedras quentes que permanecem mudas sem transpirar... 
O sorriso serpenteia pela paisagem agreste enquanto o pianista afina as cordas vocais.
Lá para os lados do cais, a noite cai primeiro e de bruços, estende-se ao comprido pela avenida....
O cartaz anunciando mais um Congresso revolve-se desesperado, tenta em vão soltar as cordas que o crucificam por cima da rua, de poste a poste.
Dois flamingos elegantes de chapéu cor de rosa bebem ice tea pelo bico na esplanada e o autocarro passa cheio a abarrotar; o mugido do gado é surdo e não dá para entender se vão felizes ou a reclamar...
A  flor amarela não murchou e o brilho dos dentes permanece, resplandecente...
Enquanto isto o cão do 2º andar sai contrariado 
a passo pelas traseiras levando o dono pela trela, não esboça qualquer emoção, depois do jantar só lhe apetecia  dormir...
Quase a chegar à estação vejo uma senhora de boxers evoluindo sua dança e socando como Clay... 
Chega de surrealismo !
Passa-me a ferro, desamarrota-me ! - grita desesperado o sorriso posto, amarelo...
A flor fartou-se de sorrir e as pedras arrefeceram os ânimos.
(continua?)

                                                                                                                                        "
















segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Celebrando a vida...



























A vida , viver,  é pura magia, uma dádiva plena de infinitas possibilidades e impossibilidades...
A festa pagã, a alegria e entrega completa , nada pára a devoção  de todos em prol de mais uma celebração da vida...


















É mágico, como uma nuvem cintilante que nos tenha coberto entramos todos na azáfama dos planos e preparativos e correrias, todo mundo, todas as bolsas se espremem  na contribuição, para a banga final, melhor, para as bangas finais...
As oferendas que se fazem, a troca de  sentires  em forma de agrados nos transforma a todos em deuses adorados...





















Lindo de ver, é um puro intervalo divino na rotina que nos mecaniza, é como se o mundo estivesse acabando, não interessa como vai ser no fim, depois, nada, o que se quer é que estes dias sejam intensos, inesquecíveis  !!!











Celebremos o melhor possível este tempo muito curto mas de verdadeira comunhão... 

Somos pagãos, desde sempre que o somos...
sendo assim, comamos e bebamos até mais não, de pois dancemos até o dia raiar...
















domingo, 16 de dezembro de 2012

Música para o fim do mundo...















Tudo está a acontecer muito rápido, parece que o mundo entrou numa espiral de extremos e nós atónitos não conseguimos ficar focados...

O mundo é dispersão e nonsense, este turbilhão de energia tem de descarregar algures , seja de que forma for...

Fala-se da grande mudança, ela está a acontecer , sente-se...

O resto é arte e música...


















E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue;
E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte.
E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. 
Apocalipse 6:12-14















































A teoria budista mais próxima desta questão "Fim do Mundo" é chamada de Era Mappou. Map(matsu) significa final ou término e po(hou) Dharma, ou seja o budismo não se atem ao fim do mundo como matéria, mais sim, em relação ao mundo e seus seres como distantes da Lei Universal (Dharma, conteúdo da iluminação), à uma era caracterizada pelo crepúsculo do Dharma, onde os ensinamentos, sua prática e efeitos se ocultariam devido à ignorância dos seres quanto a Lei Universal.