
Os caminhos que vamos percorrendo são uma mistura de trilhos feitos de pedras duras, ásperas, que nos ferem os pés e de campos de erva tenra, de areia da praia macia e fácil de caminhar ...
Qual a escolha mais acertada, qual dos dois o levará aonde quer chegar?
Todos os dias aprendemos algo e crescemos como pessoas ou erramos, nos enganamos e regredimos ou não passamos da cepa torta; o acaso reina absolutamente sobre qualquer plano ou desejo interiormente acalentado...
Porque teima ele em pensar que pode realizar os seus anseios apenas porque quer e porque luta abnegadamente por conseguir?
Mandar tudo para o espaço, incluindo ele próprio...é o que no fim acaba lhe apetecendo...e com razão, digo eu !!
Os factores adversos do acaso têm-se sobreposto aos positivos estes também decididos pelo acaso, pelo que ele não tem hipótese de realizar nada daquilo que quer, apenas pode querer e só realizará se o prepotente acaso assim o entender ...
Quero ignorado, e calmo
Por ignorado, e próprio
Por calmo, encher meus dias
De não querer mais deles.
Aos que a riqueza toca
O ouro irrita a pele.
Aos que a fama bafeja
Embacia-se a vida.
Aos que a felicidade
É sol, virá a noite.
Mas ao que nada 'spera Tudo que vem é grato.
Do que quero renego, se o querê-lo
Me pesa na vontade. Nada que haja
Vale que lhe concedamos
Uma atenção que doa.
Meu balde exponho à chuva, por ter água.
Minha vontade, assim, ao mundo exponho,
Recebo o que me é dado,
E o que falta não quero.
O que me é dado quero
Depois de dado, grato.
Nem quero mais que o dado
Ou que o tido desejo.
Fernando Pessoa (Ricardo Reis)
Porque teima ele em pensar que pode realizar os seus anseios apenas porque quer e porque luta abnegadamente por conseguir?
Mandar tudo para o espaço, incluindo ele próprio...é o que no fim acaba lhe apetecendo...e com razão, digo eu !!
Os factores adversos do acaso têm-se sobreposto aos positivos estes também decididos pelo acaso, pelo que ele não tem hipótese de realizar nada daquilo que quer, apenas pode querer e só realizará se o prepotente acaso assim o entender ...
Quero ignorado, e calmo
Por ignorado, e próprio
Por calmo, encher meus dias
De não querer mais deles.
Aos que a riqueza toca
O ouro irrita a pele.
Aos que a fama bafeja
Embacia-se a vida.
Aos que a felicidade
É sol, virá a noite.
Mas ao que nada 'spera Tudo que vem é grato.
Do que quero renego, se o querê-lo
Me pesa na vontade. Nada que haja
Vale que lhe concedamos
Uma atenção que doa.
Meu balde exponho à chuva, por ter água.
Minha vontade, assim, ao mundo exponho,
Recebo o que me é dado,
E o que falta não quero.
O que me é dado quero
Depois de dado, grato.
Nem quero mais que o dado
Ou que o tido desejo.
Fernando Pessoa (Ricardo Reis)