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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

O muro - música de Jack Savoretti





















O desencantado vivia numa casa simples sem dono faziam já cinco anos. Encostada ao seu terreno tinha uma propriedade toda murada cujo proprietário não deixava que se percebesse o que se passava lá dentro. O vizinho vivia isolado e de forma meio dúbia, incomunicável, nunca deixou transparecer qualquer vontade de se abrir a um relacionamento saudável mesmo com a insistência do desencantado em querer criar laços de boa vizinhança.
O muro alto não permitia que o desencantado visse o que acontecia do outro lado no terreno vizinho.
Eis que de um dia para o outro o som de água a correr incessantemente e que ele ouvia, fê-lo pensar numa nascente de águas cristalinas mas o cheiro que pairava no ar desfazia esta imagem. O cheiro putrefato fazia-o perceber que a água que corria era fétida, malcheirosa, corrosiva o que denunciava uma sujidade latente mesmo ali ao seu lado.
O muro da aparência que nada deixava ver permitia imaginar ser a água pura duma nascente.
O perigo fazia-se sentir. O facto de não saber a proveniência destes fluidos era desesperante e assustador.
Decidido a desvendar este mistério e à revelia do vizinho muniu-se dum martelo e de um escopro e tentou abrir um buraco no muro. Queria ver que água era aquela . Esforço em vão, apesar de húmido o muro era duro e impenetrável. As pancadas fortes apenas conseguiram esfarelar um pouco o cimento. O muro era inviolável.
Reflectindo sobre a situação chegou à conclusão que só tinha duas hipóteses:
Continuar incansavelmente e obstinado a insistir na abertura de um buraco para perceber o que era aquela água malcheirosa ou partir para outro lugar. Tentar saber da boca do vizinho estava fora de questão pois era sabido que ele era dissimulado e pouco transparente. Não valia a pena permanecer num lugar assim sem saber o que se passava do outro lado, sabendo do perigo da água que corria e que poderia fazer enfraquecer as fundações  do muro. O som da água a correr soava dentro dos seus ouvidos de forma ininterrupta e o avisava que mais valia abandonar o seu lugar, a sua casa, a sua vida ali, antes que o muro por influência da água desmoronasse sobre a sua casa pondo em perigo a sua própria vida.Tinha de escolher....








De que valem as palavras de bem querer , as juras de amor, as promessas de respeito quando as ações, as atitudes não refletem estas ?
Olhos grandes e imperscrutáveis, que segredos guardam quando os corpos se entregam totalmente no fogo da paixão?
Que mentiras se constroem quando se esconde a essência do ser e se mostra outro ser que se sente e se percebe ser falso?
Será que esses seres levianos acreditam que é possível esconder aquilo que eles mesmo não conseguem controlar e que é por demais evidente? 
Não entendem eles que é transparente esse seu jeito de ser e agir?
Para quê querer parecer ser o que eles sabem que não são e nunca serão?
Que medos levam tais criaturas sem escrúpulos a sacrificar os outros  para se esconderem deles próprios?
Criaturas egoistas, focadas no seu umbigo, incapazes de amar a não ser a si próprios e de uma forma doentia!
Vampiros que sugam o sentir, a alma e o resto que sobrar do infeliz que por eles se encantar!
Que passado terão tido estes seres tão estranhos, que traumas de infância, da adolescência ou mesmo de relações anteriores  carregarão estes infelizes? 
Coitados dos que assim são, acabarão sós e infelizes e acusando o mundo da sua desventura !
Insaciáveis, é a palavra que melhor define esta espécie humana desvalida. Incapazes de se dar, tudo fazem para chamar a atenção a qualquer preço para depois alimentarem a sua sofreguidão narcisista.
Foge infeliz logo que te apercebas que estás nas mãos destes manipuladores dissimulados !




 






   

Amar sem reciprocidade é como ter sede e beber água do mar.
Amar de verdade diz-se ser sem nada querer em troca . Esse amar é sobrenatural quase diria masoquista!
Humanos que somos quando amamos queremos ser amados. A  alternativa caso tal não aconteça é ficar só com o nosso amor próprio que nos basta. O amor de outrem é para somar e não para subtrair!
Aquele que ama e sente não ser amado a continuar numa relação assim condena-se a vis penas !
Só quem está cego da alma aceita tais tratos, só quem não se ama se entrega a tais falsos encantos.
Triste existir o daquele que tudo faz para pautar a sua existência na verdade e na transparência quando enredado nas teias do omisso, da falsidade, da falta de caráter, tudo em prole dum amor que não existe a não ser na sua alma apaixonada e cega...









Depois de carpir o amor próprio ferido, depois de assimilado o fracasso, a desilusão, o desencanto, segue-se o luto redentor!
Sobra o eu, o intocável núcleo da alma!
Trata de ti, lambe as feridas e espera que as mazelas sarem...
O tempo tudo cura, tudo cicatriza, é uma questão de deixar ir e perdoar perdoando-se.
Quando tudo já estiver arrumado e o coração recuperado é seguir em frente.
Respira fundo, levanta a cabeça e podes ter a certeza que nem o horizonte será o limite.
Mais forte, mais sábio e acreditando sempre no amor é certo que amarás de novo !