
Dizia o primeiro presidente deste país que as crianças são flores que nunca murcham, mas murcham sim, estão cada vez mais murchas, sofrem como que uma praga, morrem aos poucos, se descolorem e agonizam pelos vãos de escada e pelos passeios mais imundos desta cidade.
As flores e o resto do meu povo estão morrendo, se esvaindo em sangue, a inocência destes meninos vai murchando e secando e por entre as balas que cruzam nossa pátria, as populações vagam sem rumo, sem hipótese de se esquivarem da matança e entre elas caminham os velhos, as mulheres desamparadas e as nossas flores murchando.
A sobrevivência dum povo está a ser posta em causa, somos filhos com pais legítimos e estamos sendo tratados como órfãos abandonados, como seres insignificantes , quase diria que somos transparentes aos olhares cruéis de quem já perdeu a razão mas mesmo assim controla os desígnios deste povo.
A mentira grassa, o desprezo pela maioria é assaz surreal e as utopias se tornam reais e incompreensíveis.
Neste momento terrível sobrou-me apenas a vontade de colocar estas fotos que não necessitam de legendas, elas são o retrato real desta nossa triste realidade.
Os meninos que erram pelas artérias desta urbe são ás dezenas e retratam toda a insensibilidade, todo o desprezo a que fomos votados, enquanto discursos e ódios e preparativos para batalhas impensáveis vão sendo feitos e sem direito a cidadania vemos estes algozes tomando conta do nosso presente e do nosso futuro.
A paz e a solidariedade parecem definitivamente esquecidas, sobraram só a ganância cega pelo poder e as reclamações mortíferas duma oposição também cega, proferidas a balas assassinas .
Estamos perdidos e sem qualquer tipo de esperança, que os Deuses desçam dos céus e nos acudam !!
fotos de Féling Capela
fotos de Féling Capela