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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A bátega que se enfeitou...














A folha branca  imaculadamente  pasmada, da mente nada brota; está paralisada, estupidificada...
Nada de interessante lhe aflora as meninges e suando a humidade maputense a cento e tal % fixa o escuro vazio.

Não se trata de angústia, tristeza ou seja lá o que for, simplesmente nada acontece...

Prismas opostos em jogos de equilíbrio improvável, tal qual o retrato dos instantes que se vão sucedendo aleatoriamente  sem plano que sobreviva...

Podia gritar de alegria ou simplesmente dormir horas sem destino, tanto faz, whatever...











Choveu todo dia e durante horas diluviou, o mar escuro se misturou com os passos, o caos interior também se alagou...
Palavras e espíritos em cascas, árvores carregando o peso da água e se curvando, derrotadas no seu mutismo.
A suavidade de setim da água engrossada e violenta, xaroposa e lamacenta que domina o espaço total...
Os pensamentos aos solavancos pela estrada esburacada, testemunham o céu de chumbo colorido...
Desconstruir a raiva e a incompreensão perante o que não tem de ser compreendido















Ajoelhado sem raiva ou ingratidão, o couro dos sapatos escurecido pela água, espera que a tormenta pare.
Que ela se vá e deixe o sol nos cozinhar no vapor, os miolos se transformarão numa bela garoupa !!

Beijo sim a fantasia e o surreal dizer....

As flores lavadas de branco se empertigam perante os chuviscos e ficam nítidas, incompreensivelmente melhores que a visão 3 D.















Ouvi dizer que afinal nós somos criaturas divinas mas terrivelmente cruéis;quem nos irá compreender?
Ah, o bem que sabe logo pela manhã o ar fresco que nos acorda de novo para as possibilidades todas...
Ama baralhar as palavras e as ideias, sinal de pancada, sofreguidão por reinventar.
 Com pinceladas abstractas de azul em fundo azul se cria arte - pensa para si
...e a arte não se explica, podemos tentar explicar ao nosso ego, apenas...
continua a olhar para a folha que já não é mais virginalmente branca, é molhada de suspiros e pulos, impávido sorri para si...











segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Maxwell - País de mim




Depois de Quelimane, um sorriso me encheu a alma, percebi que os ventos já não estão para chegar, chegaram ...
Não admira que em pleno Dezembro estivéssemos durante uns dias com temperaturas de Junho, eram os ventos  tão ansiosamente esperados a percorrer o país para anunciar a boa nova ...
Podemos sonhar o nosso belo, maravilhoso, único Moçambique !!


País de mim

O peso da vida!
Gostava de senti-lo à tua maneira
e ouvi-la crescer dentro de mim,
em carne viva,

não queria somente
rasgar-te a ferida,
não queria apenas esta vocação paciente
do lavrador,
mas, também, a da terra
e que é a tua


Assume o amor como um ofício
onde tens que te esmerar,

repete-o até à perfeição,
repete-o quantas vezes for preciso
até dentro dele tudo durar
e ter sentido

Deixa nele crescer o sol
até tarde,
deixa-o ser a asa da imaginação,
a casa da concórdia,

só nunca deixes que sobre
para não ser memória.

Eduardo White