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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

os blues do lagarto - the doors













 Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria ao homem como é: infinito.
                                                                                                                          William Blake













Posso fazer a terra parar no seu trilho.
 Fiz os carros azuis irem embora.
Posso fazer-me invisível ou pequeno.
Posso tornar-me gigante & atingir as
coisas mais distantes.
Eu posso mudar 
o curso da natureza.
Posso plantar-me em qualquer lado
em espaço ou tempo.
Posso citar os mortos.
Posso perceber eventos noutros mundos,
na minha mais profunda mente interior,
& nas mentes de outros.

Eu posso

Eu sou.
                                                                                                                                                              Jim Morrison













Sabem do febril progresso sob as estrelas?
Sabem que nós existimos?
Esqueceram porventura as chaves do Reino?
Já foram dados à luz e estão vivos?
Vamos reinventar os deuses e os mitos das idades;
Celebrar símbolos do mais fundo das antigas florestas (Esqueceram as lições da guerra pretérita)
Sabem que temos sido levados à matança por almirantes plácidos e que gordos e calmos generais se tornam lascivos perante o sangue jovem ?












O grão criador dos seres concede-nos uma hora mais pra mostrarmos nossas artes e completarmos as vidas, medo da morte no Avião;
E a noite era aquilo que a Noite deveria ser;
Uma garota, uma garrafa, e um abençoado sonho.
Espalhei a minha semente pelo coração da nação;
Injetei um gérmen no sangue da veia psíquica.










Abraço agora a poesia do negócio e torno-me – por um tempo – um “Príncipe da Indústria”
Um líder natural, um poeta, um Xamã, com alma de palhaço.
O que faço no meio da arena, na Praça de Touros;
Todas as figuras públicas lutando pela liderança
Estar bêbado é um bom disfarce.
Bebo para poder falar aos idiotas. O que me inclui. [...]
Adeus América, eu amei-te.

                                                                                              Jim Morrison






quarta-feira, 3 de abril de 2013

Buddha , Buddha, I'm so tired....










                                           
















Minha sentida prece...

Buddha me ilumine, me dê força e lucidez, rogo do fundo da alma...
Buddha me acalme o sobressalto no peito, meu coração sai do lugar e chega à boca
Buddha  onde estás ?
Buddha dá um mirada neste teu devoto admirador, por favor !!!

Buddha  me dá só um pouco de paz que estou a morrer por dentro...
Buddha , estou tão cansado desta travessia do deserto, exausto ...
Buddha, não sei mais como buscar alento, me ajuda ou me dá ao menos a coragem para desistir...
Om mani padme hum 





                          







“A esse que é tolerante para com os intolerantes, doce para com os violentos, desapegado de tudo para com os apegados a tudo - a esse eu chamo de sábio. 
A esse que nada mais espera neste mundo, nem em um outro mundo, que é a tudo insensível, de tudo desprendido - a esse eu chamo de sábio. 

A esse que, não tendo mais ligações com os homens, superou aquelas que poderia ter com os deuses, que é completamente desprendido de tudo - a esse eu chamo de sábio.”
    Buddha





                          






Não é sobre as faltas alheias que devemos fixar a atenção, mas sobre o que nós mesmos deixamos de fazer. 
Fácil é ver a falta do próximo; difícil, a nossa própria. A dos outros, damos o maior relevo possível; a nossa, ao contrário, dissimulamos, como o trapaceiro esconde seus dados falsos. 
Que te pode interessar que outrem seja ou não culpado? 

Vem, amigo, e olha o teu próprio caminho! 

Que, pouco a pouco, sem se cansar, o sábio sopre sobre as impurezas de tua alma, como o ourives sopra sobre as partículas de prata. 
Pela atividade viril, pelo esforço vigilante, pela paz da alma e pelo domínio sobre si mesmo, o sábio pode fazer uma ilha que não submerge nas ondas. 
Calmo é o seu espírito, calma a sua palavra, calma a sua maneira de agir. 
Quando um homem, que não é crédulo, mas que conhece o Incriado (o Nirvana) , rompe assim suas amarras e diz adeus aos prazeres, torna-se o mais eminente dos mortais.”
Buddha











sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Heliodoro Baptista sempre...















Heliodoro Baptista é um dos maiores poetas moçambicanos e mesmo que o queiram enterrar ele permanecerá vivo.
Vivemos tempos conturbados no nosso amado país e lembrar a sua história faz todo o sentido; é como se fosse uma forma de invocar o seu espírito a assistir ao que ele sempre negou querer para nós.
A sua história está contada 
por Adelino Timóteo no blog do Custódio Duma  e para quem quiser ler coloquei o link no fim deste post . Usei alguns extractos e desde já  peço desculpa aos dois por ter usado o vosso material sem pedir licença.
 Heliodoro, nunca serás esquecido, nunca !! 










Ele a si se nomeava: Poeta de três prisões, exílio e desempregos. 
“O melhor que alguns nomes do poder me deram foi: três prisões, três desempregos - um deles durante mais de cinco anos -, fome e morte lenta”, são dele estas palavras.







Onde e quando, li ou ouvi, que quem sabe se conter

terá sempre, embalado no tumulto, força para se proteger?
Dizem, populismo frouxo: a liberdade experimenta-se;
mas, por cá, pela cruel indiferença, berramos:
Foda-se!
















Como as prisões e exílio atestam, ele não foi um poeta amado. A pátria não o amou, apesar dele tanto tê-la amado. Heliodoro foi por assim dizer um poeta que não tendo saído para o exílio, passou-o aqui dentro do país 34 anos.







Estou doente como um cão
num barco içado pela babugem
no ritmo Índico puro da monção;
O homem que eu disse ser,
inescrupuloso, de rara penugem,
é o capitão deste barco a arder
no seu cachimbo em forma de coração;
Longe, a ilha de seu destino, é vaga ideia
em qualquer privado jardim da consolação:
céu, mar, gaivotas de fogo, o pé-de-meia
de quando eu ainda pensava ter razão.
Este homem recorta-se no vosso céu de aço;
Ventos temporais, estrelas caídas de fronte,
O cachimbo sem tabaco, o declinado horizonte
E o coqueiro híbrido na mão insurrecta, largo o espaço.










E o País que insistiam que fossem dele e que ele recusou é este país avaro em cultura, rico em corrupção. 
Heliodoro vivia desta recusa que alguns aceitam pacificamente. 
E nessa situação se foi isolando. 
E houve também casos que o foram isolando deliberadamente.
Viveu rodeado de livros.





Escrevemos na pele: 

a morte não existe 
porque já dormimos sobre ela; 

se se passa alguma coisa? não, meu amor;
ou seja, passa-se absolutamente tudo!
e o tudo é o pão
que nunca houve neste nada;
(mas o nada será o princípio de tudo,
estas já longas servidões humanas);

esquino, te reescrevo, Thandi; e se tenho palavras
é porque imito o canto
de uma ave fecundada adulta;

(claro que o lirismo não se prende ou rotula:
aceita-se tarde ou se nega e muito cedo);

mas o poeta tem boca:
as metáforas o seu ardil,
para que outros leiam
o que ele nunca disse.










http://athiopia.blogspot.com/2009/05/heliodoro-baptista-o-incapturavel.html





terça-feira, 20 de dezembro de 2011

William Blake - song by The Doors




"If the doors of perception were cleansed everything would appear to man as it is, infinite."


"Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito."


O Amor não busca seu próprio prazer,
nem por si próprio tem qualquer cuidado,
mas para o outro dá seu conforto,
e constrói um Paraíso no desespero do Inferno.
Assim disse a pequena bolinha de lama,
pisada pelas patas do gado;
mas um seixo do rio,
cantarolou os seguintes versos:.
O Amor procura somente seu próprio prazer,

para amarrar o outro ao seu deleite.
Deleite na falta de conforto alheio,
e constrói um Inferno na malícia do Paraíso.


William Blake




quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cântico Negro - song by The Doors








"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"


Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...


A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe


Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...


Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?


Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...


Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.


Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...


Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...


Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.


Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!


José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo'