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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Histórinhas de Maputo







                                                     
                                                                                   Os filhos de Maputo







" Os filhos de Maputo ", é como se chama esta pintura do meu grande amigo, irmão e fabuloso pintor Luís Gomes.
Esta pintura é um olhar originalíssimo para a temática africana, simplesmente fantástica a vista do céu da multiplicidade de cores das capulanas, das vozes femininas , do povo em movimento ...








O sol que não brilhava e muito menos aquecia este verão africano, rasgou finalmente as nuvens que o aprisionavam e pulverizou o frio doentio que tudo entristecia e a vida sorri de novo...











As mulheres como que enfeitiçadas pelo astro rei , como uma onda se espraiando e entoando cânticos ancestrais caminham em direcção ao futuro prometido, sonham pomares maduros e escolas risonhas , sonham machambas fartas , e seguem atrás das pinceladas do Luís...







                                                                                                      A espera do futuro






O louco de tronco nu no cruzamento duma das avenidas mais movimentadas de Maputo, caminha em círculos, agitado...
No  meio do tráfego da hora de ponta, de pedra em riste faz as pessoas nos passeios refrearem o seu caminhar apressado e ficarem sideradas perante tal espectáculo...
Alça a mão e dispara para um carro que vem em sua direcção e atinge o vidro, estilhaçando-o !




" Ahhhh...".  - um clamor de espanto e despeito sobrepõem-se ao silêncio que se seguiu ao som da pancada seca da pedra contra o vidro.
Nada mais se passou, o carro seguiu com o motorista em estado de choque, sem nada poder fazer, a loucura é isenta de julgamentos, é um estado puro .
O louco em frenesim foi rodopiando tal qual um ciclone  e se desvaneceu na multidão , vai-se lá saber  o porquê da sua fúria...









                                                 Parte da minha alma é maresia





Pintura de Luís Gomes


Palmas ao artista !!



domingo, 15 de julho de 2012

Neruda num domingo jamaicano






                 
                 



Ao subir à noite ao terraço de um arranha-céu altíssimo e aflitivo, pude tocar a abóboda noturna e num ato de amor extraordinário apoderei-me de uma estrela celeste.
Era uma noite negra e eu deslizava pelas ruas com a est
rela roubada no meu bolso.
De trêmulo cristal parecia e era num átimo como se levasse um pacote de gelo ou uma espada de arcanjo na cintura.






Guardei-a, temeroso, debaixo da cama para que ninguém a descobrisse, sua luz porém atravessou primeiro a lã do colchão, depois as telhas, e o telhado da minha casa.

Incômodos tornaram-se para mim os afazeres mais comuns.
Sempre com essa luz de astral acetileno que palpitava como se quisesse retornar para a noite, eu não podia dar conta de todos os meus deveres cheguei a esquecer de pagar as minhas contas e fiquei sem pão nem mantimentos.





 

Enquanto isso, na rua, se amotinavam transeuntes, boêmios vendedores atraídos sem dúvida pelo insólito clarão que viam sair de minha janela.
Então recolhi outra vez minha estrela, com cuidado a envolvi em um lenço e mascarado entre a multidão passei sem ser reconhecido.








Tomei a direção oeste, rumo ao rio Verde, que ali sob o arvoredo flui sereno.
Peguei a estrela da noite fria e suavemente lancei-a sobre as águas.
E não me surpreendeu notar que se afastava como peixe insolúvel movendo na noite do rio seu corpo de diamante.







quarta-feira, 20 de junho de 2012

Babylon is falling...













Quando o juízo final chegar quero estar sentado na fila da frente e quero ser julgado...
vou dizer que passei por aqui sempre expectante e sempre disposto a ir mais além, seguindo a miragem do bem...
vou dizer que nunca foi minha intenção fazer deste planeta um lugar ruim...
vou dizer também que nunca percebi as regras que nós inventamos para nós,  nem os resultados antagónicos entre o que se conseguiu tecnologicamente e o fracasso do que não se conseguiu para a humanidade num todo...





Vou berrar com raiva e desencanto pelo facto da maioria ter vivido sem nunca ter realizado os seus anseios e reenvindicar saber  o porquê de só alguns terem chegado lá...
vou perguntar porque razão tivemos de passar por tantas provações e mesmo assim não entendermos o porquê...





Nesse dia vou expurgar meus podres e exigir a justificação de ter tido de entrar num jogo em que não pedi para participar...
vou me rir na cara dos juízes e dizer-lhes que não tenho medo de nada e que a minha alma já não lhes pertence desde há muito...
quando soarem as trombetas do veredicto eu quero estar atento e estarei pronto para o que der e vier, 
só espero sem humildade alguma que  no fim TUDO FIQUE CLARO E EU PERCEBA OS DESÍGNIOS QUE NOS FIZERAM AQUI SURGIR E AQUI PERMANECER ...





 Por agora a minha raiva egoísta, pessoal, é apenas uma insignificância face ao caos...e é insanamente corajosa 
Toquem música!!!
Toquem sons embriagantes da Babilónia a ruir....
Sirvam-me o amor, embriaguem-me de prazer, deixem-me gargalhar até aos limites, deixem-me ficar LOUCO, enlouquecido...enquanto ainda tenho tempo!!!