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sábado, 29 de outubro de 2011

Eduardo White - song by Cheikh Lo




Meu amigo Eduardo White, da noite andarilho, de imaginações formado,  fez seu blog e faço questão de o referenciar, render-lhe minha singela homenagem, ele que é para mim o maior poeta vivo do meu País e um dos maiores da língua portuguesa...
Quelimanense, maputense de vivência, atento e lúcido, passageiro das naus que apuram a sensibilidade, improvável e irónico...
Do seu blog retirei esta pérola da letras...


                                          
                                                                          Pois...


Um homem é velho e está sentado sobre o seu analfabetismo. No entanto, escreve sobre um jardim. Palavras que, desconhecendo, o tornam belo pela pequena tesoura minuciosa com que apara as flores que as compõem. Um homem velho, suado na velha camiseta, vai, assim, perfumando a escrita. Pergunto-lhe: Que escreve? Flores, é como me responde curvado até aos enrugados dedos acariciando as palavras que vão crescendo. Fico ali, parado, olhando-o do analfabeto que agora sou. Um homem escreve flores e cores e perfumes, sentado e descalço e dentro da pobreza que veste. Fantástico, penso, este velho que alguma magia certamente o tem cantado por dentro. E as flores riem, pequenas e verdes e brancas e por um vermelho que lhes foge pelo bordo das folhas. Eu adapto-as, diz-me ele. Não percebo, respondo-lhe. Eu adapto estas flores a estas letras porque não são próprias para as palavras. São tenras e, sendo assim, os insectos comem a minha escrita. Sou o profundo espanto. Um homem escrevendo com flores e insectos comendo o que fica tão ternamente escrito nelas. Ele percebe este susto que revela, admirado, o meu rosto. Escrevo com flores faz muitos anos, mas nunca soube ler. Diz-me. Só mesmo as flores é que eu consigo entender. E um riso desce, então, pela boca do velho dobrado pela hérnia discal que agora noto e vem cumprimentar-me a mão com que eu redijo no computador. Não flores como eu gostaria que fosse, mas a ignorância total e a absoluta certeza de que jamais o saberei fazer. Ao nosso lado, uma criança abre a janela de sua casa e grita: Bom dia galinhas, enquanto um galo canta arrebatador agradecendo o cumprimento. Que lugar será este donde vejo tudo isto?

http://dancarcomachuva.blogs.sapo.pt/


quarta-feira, 9 de março de 2011

Cheikh Lo - Neil la Thiass














Senegalês nascido no Burkina Fasso, começou a sua carreira  a tocar ritmos cubanos e congoleses.
Em 1978 muda-se para o Senegal onde se encanta com o mbalax, o ritmo mais popular do Senegal, uma mistura de jazz, latino, soul, rock tudo temperado com o sabar , o nome das percursões tradicionais do país.
Em 1987 a viver em Paris como guitarrista de "session" cria o seu estilo, misturando o mbalax, reggae e o soukous, o ritmo tradicional do Congo.
  Em 1995 Youssou N'Dour produz o seu 1º álbum Neil la Thiass.
Gosto de boa música e de boa música africana como é óbvio, e este sr. é muito bom ...
As dreadlocks não querem dizer rastafarismo, Cheihk é membro da Baye Fall um sub-grupo dos Mouride,
grupo religioso senegalês em que os fundamenos são o desprendimento material, o trabalho manual e adorar Deus.
Ouvi pela 1ªa vez à pouco tempo e elegi-o como um dos meus álbuns africanos preferidos.
Cool, boa voz, ritmos de percussão softs.
Super para chillar....