quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O Buddha falou assim...











A essência do Budismo está no caminho que nos leva á libertação do sofrimento..
Tarefa utópica mas ao mesmo tempo verdadeira e longa, quase direi humanamente impossível  ...
O sofrimento é o veneno que nos corrói e retira todo o significado á nossa existência
Este sofrimento na forma sentida pelo Buddha é mais próximo do sentimento de insatisfação, a nossa insatisfação, estamos felizes agora e daqui a pouco já não estamos...
Vivemos sempre nos extremos e a única forma de vida sem sofrer é a do meio, o equilíbrio é o caminho para se sair do ciclo do sofrimento. 







O Buddha diz que este sofrimento que todos sentimos tem uma causa, e essa causa está dentro de cada um de nós.
Ele depois explica que a causa é o desejo, a forma como nós lidamos com os nossos desejos mais íntimos, os verdadeiros.
O desejo tem de existir, o desejo de sermos melhores pessoas, o desejo saudável, o desejo nas suas vertentes extremas não, esse desejo causa o sofrimento. 
O Buddha deu como que uma receita para se poder viver sem o sofrimento permanente.
" Disciplina moral, consciência plena e sabedoria. "










Felicidade, Nirvana, o Buddha ensinou, podem ser encontrados no momento fugaz e na prática da meditação.
O Buddha nos ensinou como chegar a um acordo com os nossos pensamentos e desejos agitados, se nós nos tornarmos conscientes, mais atentos, ficaremos mais perto do entendimento e da tranquilidade.
" Muitas vezes a nossa mente não está tranquila o bastante. Então percebemos que talvez necessitemos de entender mais sobre a própria mente e como equilibrar as próprias emoções, como equilibrar a nossa mente e tentar cultivar mais felicidade "








Meditação não é para nos livrarmos da raiva ou da luxúria ou do ciúme. O que ocorre com frequência nas nossas vidas quotidianas é que sempre que experimentamos essas emoções, ficamos presos a elas.Elas começam a roer-nos, torcer-nos por dentro.Mas o budismo vai passando por dentro delas e saindo calmamente e isso traz-nos mais alegria.Nós não estamos a viver uma verdade parcial mas sim um conjunto de coisas juntas.
Interessante que o Buddha diz que todos nós somos Buddhas, apenas não nos revelamos, nosso ser Buddha está submerso em sofrimento, nós estamos demasiado ocupados com o corpo e tudo o que ele sente e deseja, desesperando para o satisfazer.

...inpirado pelo filme "The Buddha "(2010) David Grubin







sábado, 23 de novembro de 2013

Love me, love me not...
















Love, love, love


Noite de um verão qualquer e o amor a roer feito rato esfomeado num naco de queijo, trincando...
O amar é uma foda, é a certeza de que te vais espetar numa curva qualquer
O alvoroço da paixão, do sexo, nos embriaga, enfeitiça e tudo fica sem nome


Amar é fodido, fica colado e só te apercebes o quanto está colado quando chega a hora de descolar
Love, I love you, amo-te, tudo brotando como lava, um sentir prazer enfeitiçado, mas acaba e ai...











Fodido saber que acabou mas querer mais, os factos dizendo da diferença de planetas donde viemos, as linguagens intraduziveis ...mas mesmo assim  a tesão do corpo e as auras se fundindo para além de todas as diferenças que nos separam....
Como febre, dependente, viciado eu quero mais, mesmo sabendo que não haverá mais, queres incondicionalmente mais ...


Amar é uma dor fodida, acho que uma sensação até maior que o êxtase que a alegria e o prazer  que o próprio amar nos trás, ela faz morrer por dentro, ela deixa-nos sem alma, zombies, nos leva a todas as fronteiras do sentir ...










Amar é uma experiência única, é como que uma devoção mas natural, é a entrega de tudo o que de melhor temos...e ai, porque te deste por inteiro sem que ninguém te pedisse, no teu íntimo esperas a divina justiça, o merecimento e pensas que com todo esse sentimento verdadeiro tudo irá acontecer...
Egoísmo e ingenuidade, azar na carta fechada, mas a paixão é fortíssima e aos trancos e barrancos vais para o céu e desces ao inferno... o nível de adrenalina e desespero sempre a aumentar e logicamente que tem de ter um fim, não sobrevive, o amor tem fim, não existem amores eternos !!!











Love, I love you, nunca amei ninguém desse jeito, nuncaaaaaaaaaa, mas não funciona.....como fazer?
Dói para cacete mas lucidez e bom senso me empurraram para esta dor fodida, como dizia uma querida amiga, se um não quer dois não fazem...
Love, love, love, fuck love !!!!




sábado, 16 de novembro de 2013

um beco com reggae...













Reggae music embalando a tarde de sábado, o cidadão entorpecido pelos dias de instabilidade 
vai se consumindo numa amnésia étilica, a música aos berros, o cidadão repete a rotina de todos fins de semana mas algo soa a falso.
O pessoal vai fazendo o mesmo de todos os fins de semana mas algo estranho, impalpável, não deixa que a alegria, a festa habitual  seja como todas as outras do passado muito recente .








O saco vem enchendo e o cheiro agora já se vai alastrando, como um perfume nauseabundo a intolerância  o orgulho e o ódio enchem o éter e mesmo que não queiramos ele ali está presente, nos agoniando, tirando-nos a bênção da tranquilidade.
Um dia perfeito de Verão africano, o movimento nas barracas, a enchente na praia, a música no ar, as vozes eufóricas nas combinações das farras, tudo igual mas por dentro a agonia da incerteza  triturando a esperança que já é escassa.









No cérebro da internet percorremos cada vez mais os canais que dizem sobre as guerras, que falam das catástrofes, nos dias de hoje não tem mais como se evitar isso e é assustador o facto de sermos esse tipo de notícia ...
As noticias ao minuto sobre o caos que se está a instalar na nossa terra fazem-me lembrar do impacto da primeira guerra do golfo, a primeira guerra em directo, hoje isso está institucionalizado e então somos bombardeados com todo tipo informação, acontecimentos dramáticos que estão misteriosamente a acontecer ao mesmo tempo, no momento, raptos, ataques militares, discursos inflamados, tudo isso chovendo nas nossas cabeças, a realidade legitimando tudo, sem dó nem piedade estamos a ser massacrados .









Somos prisioneiros de outras vontades que nos são desconhecidas por completo e quase explodimos !
As nossas vidas seguem ao sabor do acaso, os nossos direitos humanos não contam para nada, só nos resta esperar surrealmente que algo aconteça e tudo se resolva definitivamente, sonhar com isso...
Entretanto enquanto não acontece nada nós continuamos decididos a viver, a trabalhar, a lutar, a amar e por ai adiante ...
O tempo se encarregará de nos revelar o fim desta triste história.
Paz, por favor.










sábado, 9 de novembro de 2013

Hesse & Moska







                                     














A serenidade não é feita nem de troça nem de narcisismo, é conhecimento supremo e amor, afirmação da realidade, atenção desperta junto à borda dos grandes fundos e de todos os abismos; é uma virtude dos santos e dos cavaleiros, é indestrutível e cresce com a idade e a aproximação da morte. É o segredo da beleza e a verdadeira substância de toda a arte. O poeta que celebra, na dança dos seus versos, as magnificências e os terrores da vida, o músico que lhes dá os tons  duma pura presença, trazem-nos a luz; aumentam a alegria e a clareza sobre a Terra, mesmo se primeiro nos fazem passar por lágrimas e emoções dolorosas.














Talvez o poeta cujos versos nos encantam tenha sido um triste solitário, e o músico um sonhador melancólico: isso não impede que as suas obras participem da serenidade dos deuses e das estrelas. O que eles nos dão, não são mais as suas trevas, a sua dor ou o seu medo, é uma gota de luz pura, de eterna serenidade. 

Mesmo quando povos inteiros, línguas inteiras, procuram explorar as profundezas cósmicas em mitos, cosmogonias, religiões, o último e supremo termo que poderão atingir é essa serenidade.












A verdade é um ideal tipicamente jovem, o amor  por seu turno, um ideal das pessoas maduras e daqueles que se esforçam por estar preparados para enfrentar a diminuição das energias e a morte. 

As pessoas que pensam só deixam de ambicionar a verdade quando se dão conta que o ser humano está extraordinariamente mal dotado pela natureza para o reconhecimento da verdade objectiva, pelo que a busca da verdade não poderá ser a actividade humana por excelência.












Mas também aqueles que jamais chegam a tais conclusões fazem, no decurso das suas experiências inconscientes, um percurso semelhante.
Ter consigo a verdade, a razão e o conhecimento, conseguir distinguir com precisão entre o Bem e o Mal, e, em consequência disso, poder julgar, punir e sentenciar, poder fazer e declarar a guerra - tudo isto é próprio dos jovens e é à juventude que assenta bem.
Se, porém, quando envelhecemos, continuamos a ater-nos a estes ideais, fenece a já de si pouco vigorosa capacidade de «despertar» que possuímos, a capacidade de reconhecer instintivamente a verdade sobre-humana.

Hermann Hesse











quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Flores murchas e um País doente ...






                                                       










 Dizia o primeiro presidente deste país que as crianças são flores que nunca murcham, mas murcham sim, estão cada vez mais murchas, sofrem como que uma praga, morrem aos poucos, se descolorem e agonizam pelos vãos de escada e pelos passeios mais imundos desta cidade.










As flores e o resto do meu  povo estão morrendo, se esvaindo em sangue, a inocência destes meninos vai murchando e secando e por entre as balas que cruzam nossa pátria, as populações vagam sem rumo, sem hipótese de se esquivarem da matança e entre elas caminham os velhos, as mulheres desamparadas e as nossas flores murchando.












A sobrevivência dum povo está a ser posta em causa, somos filhos com pais legítimos e estamos sendo tratados como órfãos abandonados, como seres insignificantes , quase diria que somos transparentes aos olhares cruéis de quem já perdeu a razão mas mesmo assim controla os desígnios deste povo.














A mentira grassa, o desprezo pela  maioria é assaz surreal e as utopias se tornam reais e incompreensíveis.
Neste momento terrível sobrou-me apenas a vontade de colocar estas fotos que não necessitam de legendas, elas são o retrato real desta nossa triste realidade.











Os meninos que erram pelas artérias desta urbe são ás dezenas e retratam toda a insensibilidade, todo o desprezo a que fomos votados, enquanto discursos e ódios e preparativos para batalhas impensáveis vão sendo feitos e sem direito a cidadania  vemos estes algozes  tomando conta do nosso presente e do nosso futuro.










A paz e a solidariedade parecem definitivamente esquecidas, sobraram só a ganância cega pelo poder e as reclamações mortíferas duma oposição também cega, proferidas a balas assassinas .
Estamos perdidos e sem qualquer tipo de esperança, que os Deuses desçam dos céus e nos acudam  !!

fotos de Féling Capela