segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Charles Bukowski - song by Tom Waits



 Charles Bukowski, o poeta maldito, boémio, louco  é um dos escritores contemporâneos mais conhecidos dos EUA, e alguns diriam que é o poeta mais influente e o mais imitado. Nasceu no dia 16 de Agosto de 1920 em Andernach, na Alemanha.
Sua obra obscena e estilo coloquial, com descrições de trabalho braçal, bebedeiras e relacionamentos baratos, fascinaram gerações de jovens à procura de uma obra com a qual pudessem se identificar.
Teve problemas com  alcoolismo e trabalhou como carteiro, operário e motorista de camião apesar de ter estudado jornalismo sem nunca se formar .
Bukowski tem sido erroneamente identificado com a Geração Beat,  por certos temas e estilo similar, mas sua vida e obra nunca mostraram essa inclinação. A cidade de Los Angeles, suas ruas e atmosfera, foram sua principal influência, tratando de histórias com temas simples, misturando por exemplo corridas de cavalo, prostitutas e música clássica. Ele escreveu mais de 50 livros, sem contar milhares de publicações baratas.
Uma de suas principais actividades durante anos foi a leitura de suas poesias em universidades e eventos culturais. Sua leitura debochada às vezes provocava escândalos e desordem com a plateia, algumas delas registadas em áudio.



                                                                   
Nunca me senti só. Gosto de estar comigo mesmo. Sou a melhor forma de entretenimento que posso encontrar.


                                                                       
Por que há tão poucas pessoas interessantes? Em milhões, por que não há algumas? Devemos continuar a viver com esta espécie insípida e tediosa? O problema é que tenho de continuar a me relacionar com eles. Isto é, se eu quiser que as luzes continuem acesas, se eu quiser consertar este computador, se eu quiser dar descarga na privada, comprar um pneu novo, arrancar um dente ou abrir a minha barriga, tenho que continuar a me relacionar. Preciso dos desgraçados para as menores necessidades, mesmo que eles me causem horror. E horror é uma gentileza.
                                                                                  



Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali.

                                                                                 



Há bastante deslealdade, ódio, violência, absurdo no ser humano comum para suprir qualquer exército em qualquer dia. E o melhor no assassinato são aqueles que pregam contra ele. E o melhor no ódio são aqueles que pregam amor, e o melhor na guerra, são aqueles que pregam a paz. Aqueles que pregam Deus precisam de Deus, aqueles que pregam paz não têm paz, aqueles que pregam amor não têm amor. Cuidado com os pregadores, cuidado com os sabedores. Cuidado com aqueles que estão sempre lendo livros. Cuidado com aqueles que detestam pobreza ou que são orgulhosos dela. Cuidado com aqueles que elogiam fácil, porque eles precisam de elogios de volta. Cuidado com aqueles que censuram fácil, eles têm medo daquilo que não conhecem. Cuidado com aqueles que procuram constantes multidões, eles não são nada sozinhos. Cuidado com o homem comum, com a mulher comum, cuidado com o amor deles. O amor deles é comum, procura o comum, mas há genialidade em seu ódio, há bastante genialidade em seu ódio para matar você, para matar qualquer um. Sem esperar solidão, sem entender solidão eles tentarão destruir qualquer coisa que seja diferente deles mesmos.


                                                                                



Se você for tentar, tente de verdade. Caso contrário nem comece. Isso pode significar perder tudo. E talvez até sua cabeça. Isso pode significar não comer nada por três ou quatro dias. Isso pode significar congelar num banco de praça. Isso pode significar escárnio, isolamento. Isolamento é uma dádiva. Todo o resto é teste da sua resistência. De quanto você realmente quer fazer isso. E você vai fazer isso, enfrentando rejeições das piores espécies. E isso será melhor do que qualquer coisa que você já imaginou. Se você for tentar, tente de verdade. Não há outro sentimento melhor que isso. Você estará sozinho com os deuses. E as noites vão arder em chamas. Você levará sua vida directo para a risada perfeita. Esta é a única briga boa que existe.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Bukowski




sábado, 29 de outubro de 2011

Eduardo White - song by Cheikh Lo




Meu amigo Eduardo White, da noite andarilho, de imaginações formado,  fez seu blog e faço questão de o referenciar, render-lhe minha singela homenagem, ele que é para mim o maior poeta vivo do meu País e um dos maiores da língua portuguesa...
Quelimanense, maputense de vivência, atento e lúcido, passageiro das naus que apuram a sensibilidade, improvável e irónico...
Do seu blog retirei esta pérola da letras...


                                          
                                                                          Pois...


Um homem é velho e está sentado sobre o seu analfabetismo. No entanto, escreve sobre um jardim. Palavras que, desconhecendo, o tornam belo pela pequena tesoura minuciosa com que apara as flores que as compõem. Um homem velho, suado na velha camiseta, vai, assim, perfumando a escrita. Pergunto-lhe: Que escreve? Flores, é como me responde curvado até aos enrugados dedos acariciando as palavras que vão crescendo. Fico ali, parado, olhando-o do analfabeto que agora sou. Um homem escreve flores e cores e perfumes, sentado e descalço e dentro da pobreza que veste. Fantástico, penso, este velho que alguma magia certamente o tem cantado por dentro. E as flores riem, pequenas e verdes e brancas e por um vermelho que lhes foge pelo bordo das folhas. Eu adapto-as, diz-me ele. Não percebo, respondo-lhe. Eu adapto estas flores a estas letras porque não são próprias para as palavras. São tenras e, sendo assim, os insectos comem a minha escrita. Sou o profundo espanto. Um homem escrevendo com flores e insectos comendo o que fica tão ternamente escrito nelas. Ele percebe este susto que revela, admirado, o meu rosto. Escrevo com flores faz muitos anos, mas nunca soube ler. Diz-me. Só mesmo as flores é que eu consigo entender. E um riso desce, então, pela boca do velho dobrado pela hérnia discal que agora noto e vem cumprimentar-me a mão com que eu redijo no computador. Não flores como eu gostaria que fosse, mas a ignorância total e a absoluta certeza de que jamais o saberei fazer. Ao nosso lado, uma criança abre a janela de sua casa e grita: Bom dia galinhas, enquanto um galo canta arrebatador agradecendo o cumprimento. Que lugar será este donde vejo tudo isto?

http://dancarcomachuva.blogs.sapo.pt/


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O louco - Kahlil Gibran - song by Tanya Stephens

         
  Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:

            Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. 
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
Assim me tornei louco. 
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós

.

Freakytime - song by Pink Floyd



  O tempo,  é só tempo porque inventaram-no , isso não existe, apenas existimos  como tudo existe, sem explicação sem lógica e sem sentido, apenas vagamos...
Olhar o espelho, ver o rosto da vida que foi passando e não saber o caminho, nem onde se encontra o dito, nem mesmo quanto tempo passou, se o tempo passa realmente, ou se ele ao menos existe...
Viver é simplesmente ir caminhando e se não tivermos cuidado de repente estamos transformados numa coisa, arrumados num estereotipo e ai pesaremos os momentos, não perceberemos que tudo é vago como as marcas de água indeléveis que sinalizam teus passos ...
Como é bom gostar das mesmas coisas que definitivamente escolhi quando me transformei no Eu consciente dos meus não quereres, e isso foi há tanto tempo,ou será que é intemporal e sempre foi ?
Olho a volta e tenho vontade de me divertir com a vida, apetece-me sim continuar a festejar e a ter dúvidas sobre as mesmas coisas, as mesmas dúvidas de sempre...
Junto das gerações bem mais recentes, daqueles que estão irremediavelmente felizes como eu fui e continuo sendo, nessa idade mágica da espontaneidade, da irreverência e das visões poéticas sobre tudo ...sou igualzinho a eles, intemporal... e não me surpreendo.
A tragédia do envelhecimento só poderá ser o permanecer jovem  para alguns, para aqueles sem idade, aqueles que vão vagando e olhando a humanidade com lucidez, percebendo que não passamos todos de desinformados  acerca das razões todas e como tal expectantes...que continuam mesmo sabendo que jamais  entenderão ...
Para quê querer jogar a vida como se fosse o jogo do  monopólio, como se ela fosse uma carreira profissional, programando o futuro como se a vida se reflectisse na constituição duma fortuna, duma imagem projectada ou mesmo numa família??
Na exposição do Eu, o segredo que deve ser escondido e o mais guardado possível, as regras são tão subjacentes que vivemos representando essa luta, o interior e o exterior, o que se exige que seja transmitido de nós ao exterior, crianças representando o papel de adultos, esses actores inconscientes ..nunca entendendo que o Eu é o espelho da tua cara, dos teus quereres...
Se fechar os olhos adormecer e sonhar ao acordar não saberei a idade que tinha no sonho...
Lá donde venho, desse mundo etéreo e desconhecido do subconsciente o dos sonhos,  não sei em que estágio estive nem o porquê de ter lá estado...
Somos imigrantes no planeta, vimos de lá donde não chegam informações, chegamos amnésicos e por aqui nos vamos reinventando...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Perseguindo sonhos - song by The Brand New Heavies


Eu venho perseguindo meus sonhos a vida inteira, realizando alguns outros não...
Não concebo a vida de uma forma que não seja a de sonhar e tentar realizar meus sonhos; não é fácil e por isso mesmo se apelidam de sonhos, mas que sabor tem a vida se nós não equacionarmos  conseguir o que gostamos, chegar onde queremos?
Muitos perseguem os seus sonhos uma vida inteira e morrem sem conseguir alcança-los, mas a vida deles não foi em vão...viveram a emoção de sonhar e perseguir esse sonho, tentaram realizar esse anseio.
Pior do que sonhar e não realizar nenhum sonho, é viver sem essa emoção, conformado com a realidade, aceitando a rotina que a vida lhe ofertou, sem criatividade, como quem beija sem paixão.
Eu acredito que a perseverança é a ferramenta principal para se realizar um sonho, só com muita perseverança, teimosia e paixão se poderá chegar lá !
Conseguir tornar o sonho realidade é uma emoção sublime, é o maior afago que o Ego poderá receber, é o sorriso mais brilhante da alma ...
Sonhem, não desistam de perseguir vossos sonhos !!
Vivo a sonhar e estou quase, quase, a realizar o mais desejado por agora; depois de realizar este vou  continuar sonhando, perseguindo sonhos...

                                                   
                                                      I HAVE A DREAM...

Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu carácter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação numa bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos,  ir presos juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livres. Esse será o dia, esse será o dia em que todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.

Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,

De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.

Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.

Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.

Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.

Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.

Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.

Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.

Em todas as montanhas, ouvir-se á  o sino da liberdade.
E quando isso acontecer, quando nós permitirmos que o sino da liberdade soe, quando nós deixarmos ele soar em todas as casa,  em todos vilarejos, em todo o estado e em toda as cidades, nós poderemos celebrar esse dia com todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, e todos poderão unir as mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:

"Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal.

28 de agosto de 1963

Martin Luther King Jr.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Questionamentos - song by Luciano



Interessante ouvir dizer que as pessoas que pensam de modo diferente daquele que é o pensamento vigente, estão a querer destabilizar, estão a querer dividir ...
A evolução só acontece precisamente quando se discutem pontos de vista diferentes e se procura a melhor solução, ninguém é dono da verdade, ninguém é dono de ninguém e como soi dizer-se " a minha liberdade termina onde começa a tua".
Quando as pessoas falam, quando os nossos olhos vêm, quando a realidade fala por si, não vale a pena se esconder o lixo debaixo do tapete, melhor seria sim exorcizar essa realidade cruel e partir-se para uma atitude mais nobre e buscar  justiça a qualquer preço.




É muito difícil para quem se acha dono aceitar que os que o rodeiam possam pensar de modo diferente e  contestarem a sua gestão.
Os tempos são outros, vivemos num mundo e num presente de mudanças radicais, é tempo de acordarmos para a realidade e reivindicarmos os nossos direitos.
O tempo do medo já passou, o tempo é de mudança de mentalidade, de mudança de atitude !!!
Os maneirismos intimidatórios do passado neste momento são absolutamente uma afronta ao sentido de liberdade conseguido; o vento sopra e bem forte, tentem pará-lo com as mãos,tentem !!! .

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Dignidade - song by Mart'nália




Diz NÃO à liberdade que te oferecem, se ela é só a liberdade dos que ta querem oferecer. Porque a liberdade que é tua não passa pelo decreto arbitrário dos outros. 
 
Diz NÃO à ordem das ruas, se ela é só a ordem do terror. Porque ela tem de nascer de ti, da paz da tua consciência, e não há ordem mais perfeita do que a ordem dos cemitérios. 
 
Diz NÃO à cultura com que queiram promover-te, se a cultura for apenas um prolongamento da polícia. Porque a cultura não tem que ver com a ordem policial mas com a inteira liberdade de ti, não é um modo de se descer mas de se subir, não é um luxo de «elitismo», mas um modo de seres humano em toda a tua plenitude. 
 
Diz NÃO até ao pão com que pretendem alimentar-te, se tiveres de pagá-lo com a renúncia de ti mesmo. Porque não há uma só forma de to negarem negando-to, mas infligindo-te como preço a tua humilhação. 
 
Diz NÃO à justiça com que queiram redimir-te, se ela é apenas um modo de se redimir o redentor. Porque ela não passa nunca por um código, antes de passar pela certeza do que tu sabes ser justo. 
 
Diz NÃO à verdade que te pregam, se ela é a mentira com que te ilude o pregador. Porque a verdade tem a face do Sol e não há noite nenhuma que prevaleça enfim contra ela. 
 
Diz NÃO à unidade que te impõem, se ela é apenas essa imposição. Porque a unidade é apenas a necessidade irreprimível de nos reconhecermos irmãos. 
 
Diz NÃO a todo o partido que te queiram pregar, se ele é apenas a promoção de uma ordem de rebanho. Porque sermos todos irmãos não é ordenarmo-nos em gado sob o comando de um pastor. 
 
Diz NÃO ao ódio e à violência com que te queiram legitimar uma luta fratricida. Porque a justiça há-de nascer de uma consciência iluminada para a verdade e o amor, e o que se semeia no ódio é ódio até ao fim e só dá frutos de sangue. 
 
Diz NÃO mesmo à igualdade, se ela é apenas um modo de te nivelarem pelo mais baixo e não pelo mais alto que existe também em ti. Porque ser igual na miséria e em toda a espécie de degradação não é ser promovido a homem mas despromovido a animal. 



E é do NÃO ao que te limita e degrada que tu hás-de construir o SIM da tua dignidade.
Vergilio Ferreira

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O grupo Anonymous - song by Stranglers



O Admirável Mundo Novo de Huxley está aí...
Os novos anarquistas, os ciber-guerrilheiros, o mundo já não é mais um lugar seguro, os inimigos combatem-se no éter, no ciber-espaço...


Uma visita ao website do grupo que se mobiliza em defesa de Julian Assange e seu Wikileaks, explica sua origem, quem são, como agem, e como participar.
Eis alguns dos esclarecimentos encontrados no website.
– Quem é Anonymous?
Somos uma colecção de indivíduos unidos por ideias. Somos seus irmãos e irmãs, seus pais e seus filhos, seus superiores e seus subordinados. Somos cidadãos interessados, a seu lado. Anonymous está em toda parte e em lugar nenhum. Nossa força está nos números. Nova vontade como um todo é a conjunto da vontade dos indivíduos.  Somos anónimos. Você também pode ser anónimo. Juntos, podemos mudar a sociedade.
- Por que usamos máscara?
A principal razão para as máscaras é a protecção da nossa identidade. Afinal, como poderíamos ser anónimos se expuséssemos nossas faces para o mundo? Uma segunda razão é a protecção de nossas vidas e nosso sustento.
- Como é a organização?
Anónimos é composta por pessoas de todas as esferas da sociedade e não tem hierarquia rígida nem liderança. Nossa organização é formada inteiramente por meio da acção voluntária e da colaboração de indivíduos, muitos dos quais não se conhecem directamente. Através do uso de canais públicos de comunicação, tais como [irc: / / irc.whyweprotest.net IRC (Internet Relay Chat)], fóruns e Wiki websites, os planos são elaborados por indivíduos e grupos unidos por um objectivo comum. Se os outros são inspirados por sugestões propostas por um agrupamento específico, Anonymous passa a agir como um todo.
A liderança do Anonymous é inexistente. Não existe ninguém no controle. Não estamos sob influência de nenhum indivíduo ou organização. Somos orientados apenas pelas decisões do todo. A orientação vem da mensagem, não do indivíduo.
- Quão séria é a organização?
Nossos objectivos são sérios e devem ser alcançados de maneira totalmente agradável. Para tanto, incentivamos o canto, música e animação geral em nossas demonstrações públicas. Assuntos sérios não impedem o bom humor. Nossa abordagem leve nos ajuda a manter a perspectiva, e ajuda a lembrar o grupo para que mantenha a calma. Como o confronto violento não é o nosso objectivo, fazemos o possível para manter a serenidade quando chegam nossos opositores. Esta é também a razão pela qual nós gravamos tudo que fazemos.
Quando ficamos de bom humor, nosso senso de perspectiva nos mantém seguros.


A CNN publicou uma conversa que manteve com um dos anónimos, na qual ele diz que a Operation Payback (Operação Vingança ou Operação Retaliação, como queiram) teve início como uma demonstração contra tudo que as pessoas não conseguiam mudar por meios legais. O anónimo disse também que o principal objectivo do grupo é a liberdade de informação. Toda e qualquer informação.
As acções do Anonymous são efectuadas utilizando diversos computadores – computadores de anónimos.
Gregg Housh, um activista baseado em Boston, que está apenas monitorizando as actividades do grupo, diz na reportagem da CNN que “Tudo que você tem que fazer é mandar um email para o Anonymous” dando permissão para que eles usem o seu computador. “Eles então conectam o seu computador com outros que já consentiram, e usam a força colectiva das máquinas para lançar os ataques.”

http://en.wikipedia.org/wiki/Anonymous_%28group%29

sábado, 15 de outubro de 2011

Terrakota - World Massala



Conheço há pouco tempo este grupo, foi o meu brother Miguel Rego que me passou e não fazia ideia da ousadia e seriedade deste projecto .
Muito bom, com alguns temas menos conseguidos mas no computo geral positivo !!

 O projecto Terrakota é uma banda de música portuguesa com uma sonoridade diversificada da África negra, das Caraíbas, Índias e Oriente . 
Têm como ponto de partida a música orgânica da África Negra, misturada com as sonoridades frescas das Caraíbas, das Índias e do Ocidente.
Nos Terrakota, a variedade de ritmos é a palavra-chave que permite transpor a energia de Romì, Junior, Alex, Francesco, David, Humberto e Nataniel, os sete elementos que constituem a banda. 
Por isso mesmo, essa fusão de influências reggae, sons do sahel, música mandinga, wassolou, chimurenga sound, música árabe, ritmos afro-cubanos ou soukous impõe o uso de uma grande variedade de instrumentos, provenientes dos vários pontos do globo - desde as congas ao djambé ou didjeridoo, além dos habituais baixo, guitarra e bateria.


O single "Bolomakoté" saiu na colectânea Optimus 2001.
O seu primeiro disco, com nome homónimo e lançado em 2002, foi fruto de dois anos de trabalho.
Em 2004 lançam o álbum Humus Sapiens  em 2007 o seu terceiro álbum Oba Train e finalmente em 2010 World Massala.

Um olhar do Buddha - song by Yes

               

                 
                 
                

O DESAPEGO

Quem a tudo renuncia jubiloso, alcança, já agora, a mais alta paz do espírito; mas quem espera vantagem das suas obras é escravizado pelos seus desejos.

Existe uma famosa história zen sobre um mestre e seu discípulo. Os dois estavam a caminho da aldeia vizinha quando chegaram a um rio caudaloso e viram na margem, uma bela moça tentando atravessá-lo. O mestre zen ofereceu-lhe ajuda e, erguendo-a nos braços, levou-a até a outra margem. E depois cada qual seguiu seu caminho. Mas o discípulo ficou bastante perturbado, pois o mestre sempre lhe ensinara que um monge nunca deve se aproximar de uma mulher, nunca deve tocar uma mulher. O discípulo pensou e repensou o assunto; por fim, ao voltarem para o templo, não conseguiu mais se conter e disse ao mestre:
— Mestre, o senhor me ensina dia após dia a nunca tocar uma mulher e, apesar disso, o senhor pegou aquela bela moça nos braços e atravessou o rio com ela.
— Tolo – respondeu o mestre – Eu deixei a moça na outra margem do rio. Você ainda a está carregando.






 Desapego não é desinteresse, indiferença ou fuga. Não devemos nos tornar indiferentes aos problemas da vida. Não devemos fugir da vida; não se pode fugir dela quando somos sinceros.
A vida e seus problemas devem ser encarados e lidados de frente, mas não são coisas às quais devamos nos apegar. É verdade que o dinheiro tem sua importância, mas a pessoa que se apega a ele torna-se avarenta e escrava do dinheiro. É muito fácil nos apegarmos à nossa beleza, às nossas aptidões ou às nossas posses, e assim nos sentirmos superiores aos outros. É igualmente fácil nos apegarmos à nossa feiúra, à nossa falta de aptidões ou à nossa pobreza, e assim nos sentirmos inferiores aos outros.  O apego às condições favoráveis leva à avidez e ao falso otimismo, enquanto que o apego às condições desfavoráveis leva ao ressentimento e ao pessimismo. Sem dúvida, nosso apego às coisas, condições, sentimentos e ideias é muito mais problemático do que imaginamos.
 Por isso, “deixe ir” as coisas. Todos os abusos, a raiva, a censura – deixe que venham e que se vão. Tudo o que fazemos, devemos fazer com sinceridade, com honestidade e com todas as nossas forças; e uma vez feito, feito está.
Não nos apeguemos a ele. Muitas pessoas se apegam ao passado ou ao futuro, negligenciando o importante presente. Devemos viver o melhor “agora”, com plena responsabilidade. Quando o sol brilha, desfrute-o; quando a chuva cai, desfrute-a. Todas as coisas nesta vida – deixe que venham e deixe que se vão. Este é um segredo da vida que nos impede de ficar aborrecidos ou neuróticos.
Buda disse que todas as coisas na vida e no mundo estão em constante mutação; por isso, não se torne apegado a elas.




quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Não desistir, nunca ! - song by Peter Gabriel





Um homem investe  tudo o que tem numa pequena oficina. Trabalha dia e noite, dormindo apenas quatro horas por dia. Dorme ali mesmo, entre um pequeno torno e algumas ferramentas espalhadas. Para poder continuar seus negócios, empenha sua casa e as jóias da esposa. Quando finalmente apresenta o resultado de seu trabalho à uma grande empresa, recebe a resposta que seu produto não atende ao padrão de qualidade exigido.
O homem desiste?
Não!
Volta à escola por mais dois anos, sendo vítima da chacota de seus colegas e de alguns professores que o chamam de "louco".
O homem fica ofendido?
Não!
Dois anos depois de haver concluído o curso de Qualidade, a empresa que o recusara, finalmente fecha um contrato com ele. Seis meses depois vem a guerra. Sua fábrica é bombardeada duas vezes...
O homem se desespera e desiste?
Não!
Reconstrói sua fábrica, mas um terremoto novamente a arrasa.
Você pensará, é claro: bom, agora sim, ele desiste!
Mais uma vez, não!
Imediatamente após a guerra há uma escassez de gasolina em todo país e este homem não pode sair de automóvel nem para comprar alimentos para sua família.
Ele entra em pânico e decide não mais continuar seus propósitos?
Não!
Criativo, ele adapta um pequeno motor à sua bicicleta e sai às ruas. Os vizinhos ficam maravilhados e todos querem as chamadas "bicicletas motorizadas". A demanda por motores aumenta e logo ele não conseguiria atender todos os pedidos! Decide montar uma fábrica para a novíssima invenção. Como não tem capital, resolve pedir ajuda para mais de quinze mil lojas espalhadas pelo país. Como a ideia parece excelente, consegue ajuda de 3.500 lojas, as quais lhe adiantam uma pequena quantidade de dinheiro.
Hoje, a Honda Corporation é um dos maiores impérios da indústria automobilística!

Esta conquista foi possível porque o Sr. Soichiro Honda, o homem de nossa história, não se deixou abater pelos terríveis obstáculos que encontrou pela frente.
Quantos de nós desistimos por muito menos? Quantas vezes o fazemos antes de enfrentar minúsculos problemas?
Todas as coisas são possíveis, quando sustentadas por sonhos e valores consistentes.
Pense nisso. Não desista!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Ossie Dellimore - Reggae Music - 2011





St. Vincent born and Brooklyn resident Ossie Dellimore has been a long-time member of the reggae fraternity. His remarkable talents led him to capturing first place at the acclaimed ‘Amateur Night at the Apollo’, which is no easy task. You may remember his tune ‘Time Has Come’ from the first Easy Star records first full-length release ‘Easy Star, Volume 1’ back in 1998. Now 12 years later the talented veteran presents his latest effort, simply titled ‘Reggae Music’. Generic name? Call it what you will. The title aptly describes what is found therein. If one word were to preface the two Ollie chose for the title it would have to be ‘Quality’. The album is solid to the core. Original, bass heavy one- drops dominate the record. Ossie’s voice is smooth yet smoky and as crisp as a cool winter’s morn.
Stand out tracks include the pulsating, melodica-tinged ‘The Secret to Success’, the historically insightful ‘Old Time Something’ featuring a wicked guitar lick, and the hard hitting political exposé ‘How Come?’.‘Restless Soul’ is superb. The organ adds a beautiful dimension to a multi-layered tune, both lyrically and musically. Prominent yet again and equally welcome is the rhythm guitar, reminiscent of a time when reggae music was raw, rugged and real!
Dellimore has been rightly compared to reggae legend Peter Tosh with his booming baritone, socio-politically charged lyrics, and polished, precise delivery.
The title track is certainly another gem on the record. Dellimore adds a bubbling interpolation to the Black Ark recorded, Paul Weston produced, Gregory Isaac’s classic ‘Mr. Cop’ riddim. Ruff Scott’s old school toasting is more than respectable. He and Dellimore compliment each other nicely.
‘Scandal Mongerer’ adds yet another dimension to the record. The riddim track is upbeat with a classic reggae progression and a perfectly placed guitar solo creating an ideal platform for Dellimore’s crisp delivery and stirring lyrics.
‘Reggae Music’ was one of the best releases of 2010. Any fan of roots reggae, modern or classic, needs this record in their collection.
Highly Recommended!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A Ocupação de Wall Street - song by Bob Marley


Bob Marley, sempre actual neste pequeno cartaz da manifestante:
"Você pode enganar algumas pessoas algumas vezes, mas você não pode enganar toda a gente sempre "
Os ventos da mudança global sopram cada vez com mais força e nada nem ninguém os vai travar.
O mundo como está hoje, é um mundo esgotado  sem soluções e aqueles que pensam que vão perpetuar este desastre total estão a começar a perceber...só que ainda estão muito agarrados aos ramos das suas árvores das patacas e nem se apercebem que ela já está a ser cortada à machadada !!!



- Hey, Johnny, contra o que você está se rebelando?
- O que você sugere?
O diálogo do filme O Selvagem da Motocicleta, em que Marlon Brando atua como um motociclista juvenil, demonstra que já desde a década de 1950 os protestos sem uma razão específica para se protestar não são tão irracionais ou inesperados. “Isso talvez seja a maior força deste movimento, que não começou com metas fixas e rígidas”, acredita o professor de Políticas Sociais do Instituto Politécnico Rensselear, Langdon Winner, conhecido por seus artigos sobre cultura americana e tecnologia. Ele também foi repórter durante alguns anos da da revista Rolling Stone.
O movimento de ocupação de Wall Street tem sofrido grandes contestações da mídia por esta falta de definição específica sobre o que são os protestos. Desde o dia 17 de setembro, vários grupos sociais decidiram ocupar a praça onde os executivos das maiores instituições financeiras do mundo sentam para almoçar: a LibertyPlaza. A ideia, pegando como princípio o que aconteceu na Primavera Árabe, é demonstrar que o sistema financeiro e político do mundo está falido. Enquanto se vê uma crise do sistema capitalista cada vez maior, há 1% da população que representa cerca de 50% da riqueza mundial. A manifestação é a voz dos 99% restantes, como dizem os participantes da ocupação. “Só para citar um exemplo, hoje, nos EUA, os jovens enfrentam um terrível índice de desemprego. Esta situação é a pior porque contradiz o que sempre foi prometido para eles: 'o sonho americano'. O montante de débito estudantil por meio de empréstimos para pagar um curso superior atualmente ultrapassa o total de débito em contas de cartão de crédito. É quase 1 trilhão de dólares! Os estudantes saem das universidades devendo dezenas, às vezes centenas de milhares de dólares e descobrem que não há empregos esperando por eles. Será que eles são uma bomba relógio? Claro. Um dos itens que eles podem colocar como demanda é isso: perdão de todos os empréstimos estudantis”, conextualiza Winner.
Na quarta-feira (05/10), o movimento realizou uma manifestação que foi reprimida fortemente pela polícia, terminando com 28 pessoas presas. A manifestação, porém, marca uma mudança na estrutura e credibilidade do movimento para os olhos de grupos mais conservadores. O sociólogo e professor de Jornalismo e Sociologia da Universidade Columbia, Todd Gitlin, analisa o contexto: “A importância do que aconteceu na quarta-feira é que sindicatos e organizações liberais, que são mais tradicionais e hierárquicos, se juntaram aos grupos com posições mais anáquicas. E em números bem grandes. E de muita boa-fé. O que se tem é que a ingenuidade dos protestantes iniciais encontrou um meio para atrair e escolher um momento para que as pessoas que não se ligam culturalmente ao movimento entendam que algo está acontecendo e que estão cansadas de esperar. Nós estamos em uma posição bem diferente da que estávamos na semana passada”.
A demonstração de que o sistema vigente está falido é o que tem atraído cada vez mais organizações, inclusive as mais conservadoras e tradicionais, para o movimento. Nessa quinta-feira (06/10), a Federação de Professores Americanos oficializou o seu apoio à ocupação. Até o apresentador apolítico David Letterman disse em seu programa concordar com o acampamento no distrito financeiro.
Gitlin e Winner concordam que esses protestos já estavam anunciados para acontecer de qualquer maneira. O que adiou para que acontecesse agora foi a eleição de Barack Obama à presidência do país. Os grupos esperaram para ver se o líder eleito conseguiria driblar a crise e resolver a falência global. “Agora, está perfeitamente claro que Obama é só um outro político, alguém considerado relutante ou incapaz de domar a dolorosa crise econômica e política que os norte-americanos vivem todos os dias. Obama e os outros de Washington, a elite do distrito de Columbia, perderam o seu momento de agir. Eles provaram a sua irrelevância. Por razões muito boas, a população decidiu tomar a democracia com suas próprias mãos”, explana Winner.
O que se vê agora e que influenciará a próxima eleição, segundo Gitlin, é que os Estados Unidos contam com uma nova força que influenciará e até decidirá os rumos do país: a sociedade. A democracia norte-americana, agora, precisa lidar com um agente que estava até então oprimido das decisões e relações políticas. A ocupação e manifestação no coração financeiro do mundo fez com que o questionamento sobre o que é a democracia nos EUA se tornasse mais popular e divulgada por todas as camadas da sociedade. “Agora há uma nova força. Nós estamos em um novo contexto político”.
Para Langdon Winner, porém, o futuro pode não ser tão promissor quanto se parece agora. “É muito cedo para dizer se este fermento moverá a sociedade para uma situação mais justa, igualitária e de engajamento público. Aliás, um possível resultado é uma reação fascista viral, algo que frequentemente ocorre quando a economia quebra, como aconteceu na Europa durante os anos de 1930. Nos EUA hoje, é um desafio saber se vai prevalecer a democracia direta da ocupação em Wall Street ou o fascismo do movimento Tea Party. Estes são tempos extremamente perigosos.”
http://operamundi.uol.com.br/

sábado, 8 de outubro de 2011

Mikhail Bakunin - song by Richie Havens



 Li  Bakunin  quando tinha 20 anos, o livro " Deus e o Estado" e nunca mais fui o mesmo, Bakunin estava muito à  frente, era uma visão nova do mundo e tinha magia ...
Bakunin, considerado o pai do Anarquismo permanece actual face ao mundo em que vivemos e duma forma mais consciente o mesmo mundo está preparado para uma nova forma de viver, existe um anseio por um mundo em que a liberdade seja sinónimo de possibilidades para todos e não somente para uma máquina maquiavélica que vive do sangue de todos nós...
Por um mundo melhor, por uma realidade mais feliz para todos onde cada um possa ter  justiça na sua escolha...
Ler e pensar...





"Sou um amante fanático da liberdade, considerando-a como o único espaço onde podem crescer e desenvolver-se a inteligência, a dignidade e a felicidade dos homens; não esta liberdade formal, outorgada e regulamentada pelo Estado, mentira eterna que, em realidade, representa apenas o privilégio de alguns, apoiada na escravidão de todos; (...) só aceito uma única liberdade que possa ser realmente digna deste nome, a liberdade que consiste no pleno desenvolvimento de todas as potencialidades materiais, intelectuais e morais que se encontrem em estado latente em cada um (...)."


"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Essa minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana"

.http://pasrupccl.no.sapo.pt/bibliografias_bakunine.htm

Tudo Está ao Nosso Alcance - song by Robert Cray



A vida traz a cada um a sua tarefa e, seja qual for a ocupação escolhida, álgebra, pintura, arquitectura, poesia, comércio, política — todas estão ao nosso alcance, até mesmo na realização de miraculosos triunfos, tudo na dependência da selecção daquilo para que temos aptidão: comece pelo começo, prossiga na ordem certa, passo a passo. É tão fácil retorcer âncoras de ferro e talhar canhões como entrelaçar palha, tão fácil ferver granito como ferver água, se você fizer tudo na ordem correcta. Onde quer que haja insucesso é porque houve titubeio, houve alguma superstição sobre a sorte, algum passo omitido, que a natureza jamais perdoa. Condições felizes de vida podem ser obtidas nos mesmos termos. A atracão que elas suscitam é a promessa de que estão ao nosso alcance. As nossas preces são profetas. É preciso fidelidade; é preciso adesão firme. Quão respeitável é a vida que se aferra aos seus objetivos! As aspirações juvenis são coisas belas, as suas teorias e planos de vida são legítimos e recomendáveis: mas você será fiel a eles? Nem um homem sequer, receio eu, naquele pátio repleto de gente, ou não mais que um em mil. E, se tentar cobrar deles a traição cometida, e os faz relembrar de suas altas resoluções, eles já não se recordam dos votos que fizeram. [...] A corrida é longa, e o ideal, legítimo, mas os homens são inconstantes e incertos. O herói é aquele imovelmente centrado. A principal diferença entre as pessoas parece ser a de que um homem é capaz de se sujeitar a obrigações das quais podemos depender — é obrigável; e outro não é. Como não tem a lei dentro de si, não há nada que o prenda.

Ralph Waldo Emerson, in "Considerations by the Way"

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Miss you Amy Winehouse


O mundo consumista e do imediatismo  retira-nos  a capacidade de sentir , vai-nos despojando do lado humano, do sentir saudades, do sentar num banco de jardim e ouvir os pássaros,  do chorar os nossos ídolos recém desaparecidos; vivemos sôfregos de novidades e descartamos sentimentos como quem deita fora a pastilha elástica depois de mastigar...
Tenho saudades da Amy, ela deixou um espaço vazio na minha memória afectiva e quando a  oiço cantar bate-me o sentimento triste de ter perdido uma amiga que me fez e ainda faz feliz...
Maputo está invernoso, a minha alma também está cinzenta e a Amy aqui está a aquecer o meu ser entristecido...
 Tu viverás para além de tudo, a tua música é eterna e única !!!
Miss you !!

domingo, 2 de outubro de 2011

O meu Moçambique com a alma cheia de vazio



Não dá , não aguento mais com isto, ver este País se esvaziar continuamente  do respeito devido aos seus filhos, nada mais tem valor na nossa terra, os critérios são surrealistas, parece brincadeira...
Organizamos os Jogos Africanos  mediocremente e dizemos que foi um sucesso, pode?
A cidade paralisada  com as provas de ciclismo; a chegada das bicicletas de competição  em cima da data das prova , a cerimónia de pódium sem flores; o abandono dos representantes do governo antes da entrega das medalhas, etc.
Em termos de resultados umas míseras gramas de prata e mais algumas de bronze, e não dizemos que isso é uma derrota total, sendo nós ainda por cima os organizadores...
Grande mérito para os atletas abnegados que tudo deram  , sem dúvida, independentemente das condições em que se prepararam , e  da quantidade de medalhas alcançadas !!
Não é por falta de valores, é por incúria e vazio de amor próprio ,vazio de ambição...
Esta é a terra de Lurdes Mutola, Eusébio , Repinga, Isaías Tembe, Mussa Tembe, Eduardo Mondlane,  Mia Couto, Malangatana, Ricardo Chibanga,, Rui Guerra, Pancho Guedes, Azagaia, Alberto Chissano, Craveirinha, Naguib, Eduardo White, Jaimito,  Fani Fumo, são muitos nomes a mencionar,e por último  da SELECÇÃO DE HÓQUEI QUE É UMA DAS 4 MELHORES DO MUNDO  !!
... foi ontem que esta selecção completamente desconhecida  conseguiu esse feito , e nós nada, vazio total, nem os conhecíamos, eles simplesmente são invisíveis , não merecem nada ...
Sim, este é o meu país e dele exijo tudo, não admito pouco porra, já estou farto de tanto desrespeito e tanta incompetência  !!
Levantou-se uma celeuma por causa duma preta feita cerveja e foi o que se viu, o vazio a conquistar território, uns grupos moralistas sem guerras para travar a dar o seu show de  activismo vazio , de falta de conteúdo, enfim ...
Oremos meu povo,que só dá mesmo para rogar aos céus !!
A IURD, enche os estádios do Zimpeto, Machava e Costa do Sol, e nós mais uma vez deliramos com o reino do vazio, e lá estamos com pompa e circunstância a discursar, a oficializar nada, a mostrar como é bom ver muita gente junta, que  espectáculo, e a perguntar-mo-nos:
Afinal o Dia D é o quê?
Não interessa,vamos lá, porque  é lá que está a salvação, pode ???
Encheram-se os estádios como nunca nenhum evento antes o fez !!
Porra ,que país é o meu ?
O que é que está a acontecer?
Ninguém diz nada? Ninguém diz nadaaaaaaaaaaaaaa .........
Onde estão os pensadores, os académicos, os jornalistas, os escritores, as pessoas que estão a ver e a sentir o vazio a entrar assustadoramente nas suas casas, nas suas vidas ?
Será que tudo se transformou em vazio , em nada e que nós já não sentimos, não pensamos, não percebemos que somos um país e que ele é o  reflexo daquilo que nós fizermos dele  ?
Doeu-me ver as notícias ontem, imprensa, rádio, tv  não dizerem rigorosamente nada do feito da nossa selecção de hóquei, não vou sequer falar da não  cobertura em directo , foi um vazio ao quadrado ....
São 04H10, e desde ontem que venho ruminando este veneno que me mata devagar; sinto que definitivamente não vou ver o vazio a regredir, é demais, sinceramente só consigo ver nada, !!!!
Que é que aconteceu connosco ?
Será que não somos capazes de nos amarmos ?
O reino do vazio expressa-se pelo consumo rápido, voraz ,  do imediato  do que está na moda ou é massificado pelos média...mesmo que sem conteúdo, apenas vazio, isso agrada aos habitantes do país oco  ...
Estamos dispersos como bêbados que caminham aos esses pela realidade, e nos perdemos de nós pátria, não conseguimos chegar a casa, não conseguimos nos emocionar com o facto de sermos moçambicanos , não exigimos responsabilidades, já nos habituamos e ficamos simplesmente a dormir num sujo vão de escada do planeta...a evolução , o desenvolvimento do povo fica na retórica vazia do deixa  para o futuro, e só sobra nada...
Porra ,VIVA A SELECÇÃO DE HÓQUE DE MOÇAMBIQUE !!!!