sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Nós somos uma surpresa para nós próprios




Somos Uma Surpresa Para Nós Próprios 

Como serão em privado as pessoas que conhecemos? Quanta surpresa se o soubéssemos. Porque nós, instintivamente, tendemos a julgá-las idênticas dentro e fora de si. Mas o que somos por fora é o que aceitamos que o seja e é o que os outros estabeleceram. Tal fanfarrão na praça pública pode ser um chilro piegas quando lá não está ou um medricas quando a coisa é a sério (Não dizia Aristóteles que os grandes atletas eram maus soldados?). Ou inversamente. O que aceita para si a imagem exterior de um mole, de um tíbio, de um encolhido de comportamento - no interior de si, e quando for caso disso, pode ser um obstinado de dente rilhado. Há um estilo de se ser que se adopta por convenção generalizada, orientação de uma época, obrigação protocolar no modo de nos manifestarmos.

(...) As regras de comportamento em grandezas chegam só à porta da rua ou ao menos da do quarto ou seguramente à da casa de banho. E daí para dentro, vale tudo, ou seja a regra somos nós. E é então que sabemos quem somos ou quem é aquele que consentimos que seja ou em que medida respeitamos em nós o que respeitamos nos outros. Mas nem é preciso talvez entrarmos na nossa intimidade. Quanta farófia se não desfaz em caca quando entra a polícia? Como se aguentaria ela, frente a um pelotão de fuzilamento? Mas o mesmo tipo revelado em fraqueza e enrolado de timidez poderia revelar-se em coragem quando a coisa fosse a doer. Tudo é tão casual. Somos tanto a invenção de nós em cada momento. Tudo é tão em nós uma fortuita conjugação de astros. Somos tão surpresa para nós próprios. Para a coragem ou o amor ou a verdade ou mesmo a inteligência. Ou o simples estar vivo.

Vergílio Ferreira, in 'Pensar'

domingo, 25 de setembro de 2011

Marisa Monte - A Minha Diva do Brasil




Adoro música brasileira, e Marisa Monte é para mim uma personagem que marcou uma época , ela trouxe para a música brasileira uma finesse , uma qualidade de voz, imagem e interpretação únicas.
Simplesmente amo ela...
O álbum que mais gosto é o " Verde , Anil, Amarelo ,  Cor de Rosa e Carvão "



Marisa de Azevedo Monte  nasceu no Rio de Janeiro, 1 de Julho de 1967 , é   cantora, compositora, instrumentista e produtora musical  de música pop e samba.
Marisa já vendeu mais de 10 milhões de álbuns e ganhou inúmeros prémios nacionais e internacionais, incluindo três Grammy Latino, sete Video Music Brasil, nove Prêmio Multishow de Música Brasileira, cinco APCA e seis Prêmio TIM de Música. Marisa é considerada pela revista Rolling Stone Brasil como a maior cantora do Brasil. Ela também tem dois álbuns (MM e Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-Rosa e Carvão) na lista dos 100 melhores discos da música brasileira.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Marisa_Monte

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

R.E.M. - O fim duma super banda


Comecei a curtir REM  nos idos anos 80, altura em que a fama ainda estava longe.
Em 86 comprei um álbum chamado Fables of  the Reconstruction e foi um feeling imediato.Ouvia-se  então Echo and Bunnyman, Television, U2, Elvis Costello, Lou Reed, Stranglers, Smiths etc.
Com o passar dos anos a banda de Michael Stripe e Peter Buck  foi-se  afirmando e crescendo a olhos vistos e o mundo em 1991 foi surpreendido com um dos melhores álbuns de rock de sempre " Out of Time "


A presença em palco de Michael é ou era simplesmente alucinante, frenética, quase diria o " movimento rápido dos olhos " em pessoa !!
Chegou ao fim e eu sinto que o tempo é implacável e cruel, duma forma directa ele me avisa que o meu tempo também está a chegar.
Servem estas linhas apenas para homenagear esta banda que me fez curtir muito, ganzar, dançar e amar demais !!!




http://pt.wikipedia.org/wiki/R.E.M.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sobre o ciúme - song by Craig Davis




          O Verdadeiro e o Falso Ciúme

O ciúme é uma espécie de temor, que se relaciona com o desejo de conservarmos a posse de algum bem; e não provém tanto da força das razões que levam a julgar que podemos perdê-lo, como da grande estima que temos por ele, a qual nos leva a examinar até os menores motivos de suspeita e a tomá-los por razões muito dignas de consideração.
E como devemos empenhar-nos mais em conservar os bens que são muito grandes do que os que são menores, em algumas ocasiões essa paixão pode ser justa e honesta. Assim, por exemplo, um chefe de exército que defende uma praça de grande importância tem o direito de ser zeloso dela, isto é, de suspeitar de todos os meios pelos quais ela poderia ser assaltada de surpresa; e uma mulher honesta não é censurada por ser zelosa de sua honra, isto é, por não apenas abster-se de agir mal como também evitar até os menores motivos de maledicência.Mas zombamos de um avarento quando ele é ciumento do seu tesouro, isto é, quando o devora com os olhos e nunca quer afastar-se dele, com medo que ele lhe seja furtado; pois o dinheiro não vale o trabalho de ser guardado com tanto cuidado. E desprezamos um homem que é ciumento de sua mulher, pois isso é uma prova de que não a ama da maneira certa e tem má opinião de si ou dela. Digo que ele não a ama da maneira certa porque se lhe tivesse um amor verdadeiro não teria a menor inclinação para desconfiar dela. Mas não é à mulher propriamente que ama: é somente ao bem que ele imagina consistir em ser o único a ter a posse dela; e não temeria perder esse bem se não julgasse que é indigno dele, ou então que a sua mulher é infiel. De resto, essa paixão refere-se apenas às suspeitas e às desconfianças; pois tentar evitar algum mal quando se tem motivo justo para temê-lo não é propriamente ter ciúmes.

René Descartes, in 'As Paixões da Alma'


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cântico Negro - song by The Doors








"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"


Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...


A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe


Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...


Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?


Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...


Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.


Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...


Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...


Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.


Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!


José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo'


terça-feira, 13 de setembro de 2011

A cerveja preta complexada da Laurentina 2 - Emmanuel Jal

                            Emmanuel Jal no CCFM




Hoje senti vergonha de ser moçambicano!!!
A ignorância é para mim o maior flagelo e esta noite senti que nós buscamos ser um povo ignorante.
Os fazedores de opinião, a "inteligenzia" , aqueles que são a elite pensante, os personagens da cultura, os que supostamente denunciam o que não vai bem, a nata da elite que estudou fora, aqueles que se acham conscientes da sua diferença dos demais, não estiveram, afinal não existem na realidade....
Não questiono o povo em geral, aquele que vive anónimo e morre anónimo , que há muito  deixou de fazer parte dos cidadãos com possibilidades de virem a construir uma sociedade normal, banal, sem nada mais que a simples possibilidade de serem pessoas comuns.
...não,  para esses o lúdico nem sequer faz parte do seu mundo, a sua realidade é mais a luta diária pela miserável sobrevivência, e desses é o reino dos céus....não o reino da terra !!!
Não acuso ninguém, não existe realmente alvo, existe sim é uma nuvem de ignorância  voluntariamente assimilada , naturalmente e por opção, fruto de um vazio no cerne do indivíduo, mesmo que na prática esse individuo  represente e exerça o mundo que supostamente "pensa", o mundo que dita leis, que manda bitaites , que cria fórums, que quer ser participativo e outros afins.
Bom, depois deste devaneio incompreensível para muitos, vou falar sobre os factos que me puseram assim, envergonhado de ser moçambicano !!


Emmanuel Jal  , não é simplesmente uma estrela sudanesa da world music, ele representa a história dos meninos da guerra, dos meninos usados em todas as guerras, dos meninos tantos que estiveram na guerra civil moçambicana,esses mesmos que fizeram operações militares letais,que atacaram colunas nas estradas deste país , queimaram autocarros , que matavam como os meninos do " Deus da Moscas "de William Golding ; a sua história passou ontem no CCFM,no Festival Dockanema.
Documentário terrível, chocante , uma forma de exorcismo da nossa própria história, momento solene que passou por nós como se nada tivesse acontecido, sem relevo, sem ser mencionado, sem ser sequer entendido, sem que a maior parte das pessoas estivesse minimamente ligando para o facto, resumindo, submerso num mar de desinteresse total, o auge do estado duma sociedade ignorante, fútil, desinformada, sem futuro, triste...


Hoje Emmanuel deu um espectáculo memorável, dos melhores que já passaram pelo CCFM, o menino da guerra metamorfoseou-se na voz que denuncia a guerra, a sua própria tragédia e fez também o anjo que canta a vida, o amor, o mundo melhor.
Showman,  possesso dos espíritos errantes e sem descanso daqueles que viu morrer na guerra do Darfur !!!
Pois é, está chegado o ponto crucial do porquê do titulo, da cerveja preta complexada  2...
A sala estava digamos fraca, para não dizer quase vazia  e pior do que isso é que a maior parte das pessoas que lá estavam mais ou menos 3/4  eram estrangeiros,brancos !!!!
Onde estavam os pretos, os representantes da maioria  dos moçambicanos?
Não digo o povo, não !!!!
Pergunto por todos aqueles que mencionei no principio do post, as classes mais preparadas os que botam discurso sobre os direitos, sobre o comportamento, sobre os valores, onde estavam?
Gerou-se uma peixeirada  fútil por causa duma  publicidade mas constato que a Cultura não apela, que realmente a reacção á preta mais que boa só tem quorum porque o pessoal não tem cultura não é estimulado para consumir cultura que é a forma mais simples e mais mobilizadora   para a  educação, para a  evolução de um povo !!!!!
A vontade de muitos grupos será sempre  desfeita á partida se não se trabalhar urgentemente nesta verdadeira perda de identidade, perda de capacidade de um dia podermos ser evoluídos suficientemente para não mostrarmos ao mundo o quão desfasados estamos   no respeitante a tolerância, modernidade, arte publicitária neste caso,etc.
Faço ideia o que o Emmanuel Jal  deve ter pensado quando num concerto em Moçambique  tem na sua assistência uma meia dúzia de brancos...
Sem ser complexado como a preta boa, imagino o Emmanuel a perguntar-se:
Mas onde estão os pretos ???
Gostei de ver os Tofo Tofo a acompanharem o músico, e fiquei orgulhoso pela presença activa ,feliz, verdadeira em palco,  do Mano Azagaia !!!
Se fosse o Mc Roger,ou a Dama do  Bling talvez estivesse mais cheio....


Parabéns ao CCFM pelo Festival,continuem que o pessoal a bem ou a mal vai acordar !!!!

http://en.wikipedia.org/wiki/Emmanuel_Jal



 



sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Nneka - Concrete Jungle




Este disco é uma super descoberta, como o são as surpresas maravilhosas da vida.
Álbum de R&B genial, uma mistura de Ayo, Lauren Hill , Erika Badu , disco que não tem momentos pobres,
Nneka nasceu na Nigéria e vive na Alemanha.
Este é o álbum da descoberta da América e o álbum da revelação....
Disco para acompanhar a leitura de um bom livro de poesia, bebendo um bom copo de vinho na companhia de alguém que nos seja especial, rezando para que esse instante dure eternamente...
Curtam que é do melhor que já postei, disco por demais especial para mim, único !!!


Reverência ao destino
                                                           
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e reflectir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente eléctrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.
Ter a noção exacta de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefónica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fracção de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.



















   

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Deep Pleasure Vol. 1



Já tinha começado esta série, e é super deep house, mesmo do bom !!!!
Curtam enquanto bebem umas pretas boas....
Este é o 1º tema do álbum, tem um final super deep...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A cerveja preta complexada da Laurentina




Apesar de estarmos independentes há 36 anos e termos passado dum regime marxista-leninista para uma democracia de capitalismo selvagem, os fantasmas do colonialismo ainda nos assombram...
A publicidade acima exposta deu azo a uma polémica que envolveu várias vozes da sociedade e levou à suspensão da mesma.
Os argumento esgrimido teve como base o desrespeito pela mulher moçambicana , a figura da mulher negra usada neste spot, diziam eles usada como objecto sexual .
Para quem conhece publicidade agressiva de teor sexual  este spot é absolutamente angelical, é apenas uma imagem esbatida  dum corpo  feminino sensual ,(até o pormenor do rótulo no lugar em que está foi mencionado).
Na minha opinião o que está subjacente a toda esta algazarra é o spot conotar a cerveja à raça negra, o facto de se colocar uma mulher preta e apelida-la directamente de preta...
Chamar-se preto a um individuo de raça negra era um insulto de terrível conotação  usado no tempo colonial  e que ficou alojado no subconsciente de muita gente e por isso, quanto a mim, a razão da vertiginosa mobilização e suspensão da publicidade.
Na minha óptica esta publicidade em vez de pejorativa é um elogio à negritude, ao orgulho de se ser preto e em especial à sensualidade da mulher moçambicana, não vejo onde esteja o desrespeito .
Parece-me também uma fuga para a frente por parte de muitos intervenientes nesta mobilização, pois existem problemas relacionados com a mulher moçambicana como a violência doméstica, a prostituição infantil, a exploração da mulher trabalhadora, abusos sexuais na escola etc , que mereceriam esta atitude e que são problemas que se arrastam há décadas.
Infelizmente isto parece um renascer da censura marxista, pois já se fala em censura na música, depois talvez na pintura ( o Naguib que se cuide que ele é o mestre dos nus femininos).

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Freddie Mercury - 65 anos hoje


Faria hoje 65 anos...
Estrela que permanece viva em tudo que é acontecimento desportivo, "We are the champions" é o hino dos vencedores.
Figura única no palco, marcou uma época, a sua presença em palco era arrepiante, pôs multidões em delírio; lembro-me por exemplo do Live Aid.
Não sou fã dos Queen, mas Freddy merece esta singela homenagem.

sábado, 3 de setembro de 2011

Thievery Corporation - Culture of Fear




 Os Thievery são uma sonoridade única e este último álbum é talvez o melhor, mais maduro e muito bem conseguido.
Música sensual,cool, boa onda !!!
Maravilha para os sentidos...


Thievery Corporation was formed in the summer of 1995 at Washington D.C.'s Eighteenth Street Lounge. Rob Garza and Lounge co-owner Eric Hilton were drawn together over their mutual love of club life, as well as dub, bossa nova and jazz records. They decided to see what would come of mixing all these in a recording studio, and from this, the duo started their Eighteenth Street Lounge Music record label.
The duo drew attention with their first two 12" offerings, "Shaolin Satellite" and "2001: a Spliff Odyssey" and with their 1997 debut LP, Sounds from the Thievery Hi-Fi.
In 2002 they released The Richest Man in Babylon on their ESL label. This fifteen track album is similar in sound and timbre to their earlier 2000 release, The Mirror Conspiracy, and features performances by vocalists Emilíana Torrini, Pam Bricker, and Loulou.
In 2005 they released The Cosmic Game, which has a darker, more psychedelic sound than The Richest Man in Babylon. The album also featured more high-profile guest singers on it, including Perry Farrell, David Byrne, and Wayne Coyne of The Flaming Lips.
In 2006 the group released Versions, a selection of remixes done by Thievery Corporation for other artists. They toured around the United States, playing at Lollapalooza. The tour was photographed by Rob Myers, Thievery Corporation's sitar and guitar player, in the Blurb photo book Thievery Corporation 2006.[1] In 2006, the band also recorded "Sol Tapado" for the AIDS benefit album Silencio=Muerte: Red Hot + Latin Redux produced by the Red Hot Organization.
The group released their fifth studio album, Radio Retaliation, on September 23, 2008. It was nominated for the Grammy for best recording package.[2] Thievery Corporation's tour started out with 5 consecutive sold out shows at the 9:30 Club in Washington, DC.[3]
The language of the group's lyrics throughout their career include English, Spanish, French, Persian, Portuguese, Romanian and Hindi. This reflects the group's world music influences.
They were the opening act on August 1, 2009 for Sir Paul McCartney at FedEx Field in Landover, Maryland.
On July 27, 2010, Babylon Central, the cinematic directorial debut of founding member Eric Hilton, was released. Set (and shot) in Washington, D.C., the film follows tripwire events in the interconnected lives of its characters, each influencing power brokers' schemes to manipulate international currencies.[4]
In June 2011, Thievery Corporation released their sixth album, Culture of Fear.
Wikipedia

Urban Myth Club - So Beautiful


Nada é Certo 

Ninguém avança pela vida em linha recta. Muitas vezes, não paramos nas estações indicadas no horário. Por vezes, saímos dos trilhos. Por vezes, perdemo-nos, ou levantamos voo e desaparecemos como pó. As viagens mais incríveis fazem-se às vezes sem se sair do mesmo lugar. No espaço de alguns minutos, certos indivíduos vivem aquilo que um mortal comum levaria toda a sua vida a viver. Alguns gastam um sem número de vidas no decurso da sua estadia cá em baixo. Alguns crescem como cogumelos, enquanto outros ficam inelutávelmente para trás, atolados no caminho. Aquilo que, momento a momento, se passa na vida de um homem é para sempre insondável. É absolutamente impossível que alguém conte a história toda, por muito limitado que seja o fragmento da nossa vida que decidamos tratar.

Henry Miller



Urban Myth Club foi post em Fevereiro de 2010 e vale a pena revisitar, nas coincidências, nas encruzilhadas da vida, certos sons retratam a alma tão nitidamente...




 

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Fat Freddy’s Drop Live at Roundhouse London



Palavras para quê????
Simplesmente fabuloso, quando é que vamos ter "isto" nos nossos palcos ?????


Not only have a thousand subgenres – witch house, anybody? – normally come and gone in the time it takes Fat Freddy’s Drop to finish one track, but the New Zealand group’s entire modus operandi seems out of kilter with the modern world. In an age in which ever more music is created from files swapped across the internet by people who’ve never met, the crucible of Fat Freddy’s music remains live performance. Instead of using their gigs as testing grounds for what they’re working on in the studio, their albums act more as condensed versions of the epic jams they play live, where the seven-strong core collective lock onto grooves for often 15 minutes or more.
Live at Roundhouse London not only captures Fat Freddy’s in their natural element, but also features tracks from 2009’s Dr. Boondigga and The Big BW LP in embryonic form. Except that “embryonic” gives completely the wrong impression, since these tracks are much bigger and fully-fleshed than their recorded incarnations. Recorded at the titular London venue in 2008, the crowd on that December evening wasn’t treated to recognisable favourites from 2005’s word-of-mouth success Based on a True Story album but – with the exception of Flashback – nearly 90 minutes of entirely new material.
They’re an act that’s either incredibly indulgent or incredibly brave – only managing to get through six tracks, it’s vital that each one has that instantly identifiable Fat Freddy’s vibe their fans adore them for, so that even the brand new can be greeted like an old friend. That’s not to say that everything sounds the same, but few bands have created a sound so uniquely theirs whilst keeping it so open for manoeuvre. So The Camel and The Raft find them steering through funk, jazz and soul whilst Pull the Catch and Shiverman take detours into drum’n’bass and house respectively, but are always steered by DJ Fitchie’s dub beats and Joe Dukie’s soulful vocals.
Trying to capture the atmosphere of a Fat Freddy’s Drop gig on record is ultimately futile, but if you’ve never been to one yourself this offers a good insight into what makes them so fertile.
Paul Clarke   BBC Music Review

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Deep Pleasure Vol. 3



Álbum sem grande informação,  uma colectânea espectacular para quem gosta de bom Deep House .
A seguir vêm os Vol.1 e 2 .
Curtam !
O clip é o tema nº4

Alborosie - 2 Times Revolution (2011)



Alborosie, o italiano de alma jamaicana...
2º post sobre este artista para apresentar este novo álbum  mais maduro e muito bom !!!
Enjoint !!!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Louis Armstrong - What a Wonderful World

 

 

What a Wonderful World

I see trees of green, red roses too
I see them bloom for me and you
And I think to myself, what a wonderful world

I see skies so blue and clouds of white
The bright blessed days, the dark say good night
And I think to myself, what a wonderful world

The colors of the rainbow, so pretty in the sky
Are also on the faces of people going by
I see friends shaking hands, saying, "how do you do?"
They're really saying, "I love you"

I hear babies cry, I watch them grow
They'll learn much more, than I'll never know
And I think to myself, what a wonderful world

Yes, I think to myself, what a wonderful world



Não Desperdices o Teu Tempo a Viver a Vida de Outras Pessoas 

O teu tempo é limitado, por isso não o desperdices a viver a vida de outra pessoa. Não te deixes armadilhar pelos dogmas - que é a mesma coisa que viver pelos resultados do que outras pessoas pensaram. Não deixes que o ruído das opiniões dos outros saia da tua própria voz interior. E, mais importante ainda, tem a coragem de seguir o teu coração e a tua intuição. Estes já sabem, de alguma forma, aquilo em que tu verdadeiramente te vais tornar. Tudo o resto é secundário.

Steve Jobs


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Give Praise - Luciano



Eu que me Aguente Comigo

Contudo, contudo,
Também houve gládios e flâmulas de cores
Na Primavera do que sonhei de mim.
Também a esperança
Orvalhou os campos da minha visão involuntária,
Também tive quem também me sorrisse.
Hoje estou como se esse tivesse sido outro.
Quem fui não me lembra senão como uma história apensa.
Quem serei não me interessa, como o futuro do mundo.

Caí pela escada abaixo subitamente,
E até o som de cair era a gargalhada da queda.
Cada degrau era a testemunha importuna e dura
Do ridículo que fiz de mim.

Pobre do que perdeu o lugar oferecido por não ter casaco limpo com que aparecesse,
Mas pobre também do que, sendo rico e nobre,
Perdeu o lugar do amor por não ter casaco bom dentro do desejo.
Sou imparcial como a neve.
Nunca preferi o pobre ao rico,
Como, em mim, nunca preferi nada a nada.

Vi sempre o mundo independentemente de mim.
Por trás disso estavam as minhas sensações vivíssimas,
Mas isso era outro mundo.
Contudo a minha mágoa nunca me fez ver negro o que era cor de laranja.
Acima de tudo o mundo externo!
Eu que me aguente comigo e com os comigos de mim.

Álvaro de Campos


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Youssou Ndour-Dakar-Kingston 2010


Graças ao meu amigo Gito Katawala que mencionou este disco no Facebook, fui investigar e encontrei boa música..
Sem dúvida um espectacular disco de afro-reggae.
Eu como purista do reggae jamaicano assim o denominei, pois a componente africana é por demais evidente o que dá ao álbum um gosto único; as participações das estrelas dos Wailers e não só trazem a marca  jamaicana fazendo do produto acabado uma peça rara.
Com  Dakar-Kingston , título e com uma faixa de abertura simplesmente chamada Marley,  este álbum foi concebido como um tributo ao rei do do reggae.
Neste álbum Youssou usou maioritariamente músicas de 5 álbuns seus e apenas pouca coisa nova.

Foi gravado no velho estúdio de Marley, Tuff Gong, em Kingston com o teclista dos Wailers Tyrone Downie   no comando da produção. Houveram também sessões de gravação  em Dakar e Paris.
Downie  contribuiu significativamente  no arranjos das canções e reuniu uma grupo fabuloso de músicos consagrados. Onde mais seria possível ouvir a combinação da guitarra de Oumar Sow,  músico regular da banda N'Dour, e Smith 'Chinna' Earl dos Wailers?
Participaram também o saxofonista  Dean Fraser, o percursionista  Bongo Herman e Sticky Thompson.
Este álbum tem as participações especiais do poeta Jamaicano Mutabaruka,Ayo e Morgan Heritage.



domingo, 14 de agosto de 2011

Bob Marley dá voz a campanha contra a fome na Somália



 Impressiona-me, choca-me e acima de tudo indigna-me!!!
Como é possível que a indiferença por esta tragédia seja total e as "grandes" nações não  tenham até ao momento se mobilizado com extrema urgência para retirar aquele povo dali e transportá-los  para algum lugar onde possam sobreviver???
A rapidez com que se foi bombardear o Afeganistão e agora a Líbia é um contraste cruel, desumano.
Gastam-se triliões em campanhas militares, em injeções a Bancos, etc..e ao mesmo tempo deixa-se morrer um povo em directo na TV, na Internet e dentro das nossas almas...
ARROGANTES!!!!!








" A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana."
(Franz Kafka) 







http://mtv.uol.com.br/musica/bob-marley-da-voz-a-campanha-contra-a-fome-na-somalia?fb_comment_id=fbc_10150335326986468_19031567_10150339112121468

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Moçambique,minha Africa amada ... song by Stewart Sukuma



 Depois de várias postagens raivosas, sentidas sobre as contradições e indignações que nos têm afligido com o rumo do planeta, eis que como uma lufada de ânimo olhei a minha terra, a praia que me vê todos os dias e percebi que a realidade tem sido mostrada ao contrário...
Afinal aqueles que são retratados como os miseráveis, os incapazes, com todas as guerras, doenças, são seres puros e de uma sabedoria ancestral , incapazes de crueldade consciente, planeada....
Somos gente boa , humilde e não foi por acaso que nos coube o melhor pedaço do planeta que com a nossa simplicidade teria sido preservado até hoje, não fossem as vicissitudes históricas que nos transformaram nestes seres, quase diria  amputados de sua real cultura...
Olho o mar e sinto-me orgulhoso de ser africano, o privilégio de ter isto tudo só para mim  ...



Quero Ser Tambor


Tambor está velho de gritar
Oh velho Deus dos homens
deixa-me ser tambor
corpo e alma só tambor
só tambor gritando na noite quente dos trópicos.




Nem flor nascida no mato do desespero
Nem rio correndo para o mar do desespero
Nem azagaia temperada no lume vivo do desespero
Nem mesmo poesia forjada na dor rubra do desespero.




Nem nada!




Só tambor velho de gritar na lua cheia da minha terra
Só tambor de pele curtida ao sol da minha terra
Só tambor cavado nos troncos duros da minha terra.




Eu
Só tambor rebentando o silêncio amargo da Mafalala
Só tambor velho de sentar no batuque da minha terra
Só tambor perdido na escuridão da noite perdida.




Oh velho Deus dos homens
eu quero ser tambor
e nem rio
e nem flor
e nem azagaia por enquanto
e nem mesmo poesia.
Só tambor ecoando como a canção da força e da vida
Só tambor noite e dia
dia e noite só tambor
até à consumação da grande festa do batuque!
Oh velho Deus dos homens
deixa-me ser tambor
só tambor!

José Craveirinha