sábado, 28 de abril de 2012

Fazer o quê?











Trash !  
 Lixo !

O lixo na cidade Pocilga lá para os lados do Pólo Sul brota com as características duma verdadeira pocilga...

Convive-se com ele simpaticamente, cruzamo-nos pelos passeios e sem emoção olhamo-nos indiferentes, sem mágoa...










O lixo é a prova material que nós somos uns animais produtores de detritos, uma verdadeira industria de transformação, só nos falta o instinto de nos esponjarmos nele como os suínos o fazem tão prazeirosamente...
Convencidos de que somos uma espécie superior, inventamos os perfumes, os desodorizantes, o incenso etc, que não passam de falsidades. Farsantes deixamos de ser verdadeiramente os bichos que somos...






Este desfasamento é reflectido na nossa animalidade mais pujante, como por exemplo  quando se come em faustos banquetes enquanto outros animais menos capazes se banqueteiam em   
latas de lixo...
Como é que nós conseguimos ser tão multifacetados na nossa rica vidinha ?
 Amamos apaixonadamente, morremos miseravelmente, celebramos com emoção, sucumbimos à angústia, rimos e gargalhamos como loucos, como se a vida estivesse no auge, matamo-nos aos milhares por causas ou sem causas, circulamos entre nós como mundos cerebrais intransponíveis, somos irremediavelmente sós...




Em certos lugares os milhares de crianças desesperadas, subnutridas, de esgazeados olhares parecem decalques psicadélicos  de Aushwitz e do outro lado do espelho rapazes atléticos, que por sabe-se lá que raio de desígnio  sabem dar uns chutos numa coisa cheia de ar e são o dinheiro e a fartura em pessoa , os heróis dos povos,  esbanjam em fins de semanas o equivalente a orçamentos gerais de certos povos, povos sem direito a nada , também sabe-se lá porque raio de desígnio...





Chega !
Pensa positivo!
Be happy!
...mas devo dizer que está um dia de sol neste início de Inverno africano, oiço música boa, apetece-me dormir, estou bem com o mundo e logo vou beber uns copos e continuar por aqui, pela minha amada cidade Pocilga e seus estranhos elementos...






quarta-feira, 25 de abril de 2012

surreal_mente - musica do Brasil












Quando sem querer ele começou a poetizar, não sabia ainda que umas asas transparentes lhe  haviam 
já nascido faz meses...
Foi só quando naquela noite em que choveu uma chuva feita de  lágrimas de fel que no desespero de não se querer molhar, ele percebeu que voava...







O anseio de não ser triste deu-lhe o impulso que faltava e saindo a voar aos tropeções borboletou sem consciência da metamorfose que o tomara ..

Era a mais linda borboleta feita de reclusão e introspecção, voava se afastando da floresta ácida, desses troncos retorcidos de tanta insensatez...





Cortara os dedos enquanto construía o seu voar e as feridas haviam cicatrizado deixando seu tacto mais sensível à pele.
Agora aqueles cuja pele  seus dedos tocassem ,simplesmente se converteriam a tanta sensibilidade palpável...

 Em estado de espanto passava agora rasando as copas das acácias floridas;os pardais e os chiricos em sobressalto abriam os bicos incrédulos, não porque tivessem sede mas perdidos de admiração.







A poesia derramava-se no horizonte em cores vivas e as rimas essas estavam dispersas, mas para ele o que contava era a leveza de sentir o momento todo seu...
A vida cantada soava nos seus ouvidos como um concerto de flautas...
A brisa batendo-lhe de frente fazia que seus olhos se achinassem, e sorrindo sibilava...





terça-feira, 24 de abril de 2012

Txopelando - Smooth Jazz












O dia amanheceu invernal e às 07H00 da matina o frio era cortante, entrava pelas janelas de lona do txopela que o levava para a sua ocupação do momento, a oficina de fazer as pessoas mais felizes...

Cinzento o céu e acinzentado também o seu humor, por muito que ele quisesse ter uma vibração positiva, por muito que  quisesse ter tranquilidade nem sempre o conseguia, nem sempre  conseguia não ficar angustiado...









O mundo na sua trajectória para o seu propósito desconhecido emana energias que fazem de nós estes seres tão diferentes uns dos outros e isso gera esta  cacofonia incompreensível de desencontros, desapontamentos, frustrações ...
O óbvio só o é para alguns, outros daltónicos em relação ao prazer que é viver não distinguem as mudanças de cor das auras, não percebem que as diferentes  maneiras de ser das pessoas são o mais complexo puzzle de Deus, não sentem a  necessidade urgente de tolerância e não o sentindo sofrem espalhafatosamente ...




O amor é sem dúvida o guia para um vida sentida, para se perceber que tudo se esvai por entre os dedos, que mais cedo ou mais tarde tudo cede; apenas o amor leva a dimensão infinita e um instante mergulhado nele vale mais que uma vida por viver ou  que uma vida sem sentido...
Libertar-mo-nos das coisas, das pessoas, dar campo apenas à paz e à tranquilidade  navegando nesse mar da tolerância, vivendo e deixando viver..





Para quê amargar se existem tantas flores, e milhões de abelhas trabalhando para nós, inventando tanto mel para nos adoçar o paladar do coração ?




quarta-feira, 18 de abril de 2012

The Green , super música







                              





















Uma das melhores bandas de sempre do novo reggae...
Um dos meus discos preferidos, dos melhores, talvez o melhor dos últimos tempos...









Se ainda não ouviram, super recomendo, disco para a alegria da vida, para o lado positivo das coisas
faz a alma sorrir e isso é maravilhoso...





The Green, exactamente aquela emoção que se tem  perante a genialidade , a emoção dos discos mágicos...










segunda-feira, 16 de abril de 2012

Gregory Porter - in the mood...





                           




Caminhos sinuosos e precipícios se projectam na tela ...
Fareja no ar a presença do dono e se levanta de repelão sacudindo o coto de cauda se babando de tão feliz
As ondas vêm poderosas e o pequeno barco se empina e quase vai a pique,  no céu o sol vai rompendo por entre a tormenta...
Revelações e desilusões, maduras e suculentas...desbotadas mas coloridas !!
Pra quê lamentar ?
Porquê não chorar ?
Uma roda de shoots e de olhos brilhantes eles brindam à euforia de se estar vivo, e fica tudo certo...
Cheers !!!









O homem faz-se ou desfaz-se a si mesmo. 
O homem controla as suas paixões, as suas emoções, o seu futuro.
Consegue-o canalizando os seus impulsos físicos para conseguir realizações espirituais.
Qualquer animal pode esbanjar a sua força realizando os impulsos físicos sempre que os sente. Compete ao homem canalizá-los para fins mais produtivos que a satisfação dos impulsos. 
Ninguém se tornou ilustre por fazer o que lhe apetecia. 
Os homens insignificantes fazem o que querem - e tornam-se nuns Zé-Ninguém.
Os grandes submetem-se às leis que regem o sector em que são grandes.







O auto-domínio é sempre recompensado com uma força que dá uma alegria interior inexprimível e silenciosa que se torna no tom dominante da vida. O auto-domínio é a qualidade que distingue os mais aptos para sobreviverem. 
O mais importante atributo do homem como ser moral é a faculdade de auto-domínio escreveu Herbert Spencer. 
Nunca houve, nem pode haver, uma vida boa sem auto-domínio; sem ele a vida é inconcebível. 
A vitória mais importante e mais nobre do homem é a conquista de si mesmo.

Alfred Montapert








Tudo o que acontece, acontece de sorte que naturalmente o podes suportar ou naturalmente o não podes suportar; não protestes, mas, enquanto te for possível, suporta-o.
 Se ao invés é coisa que naturalmente és capaz de suportar, não rezingues, senão mais depressa dás com tudo em terra.
 Lembra-te, todavia, que és naturalmente capaz de suportar tudo o que de ti depende tornar suportável e tolerável; basta que consideres que é o teu interesse ou o teu dever a impor-te esse trabalho. 

Marco Aurélio









quarta-feira, 11 de abril de 2012

Rebelution - O processo...














Apetece-lhe dizer tantas coisas, falar da cascata de mudanças de cenário, falar do imenso emaranhado de tudo que vem vivendo...







decidido e mais convencido, destrinça paulatinamente a teia, sente o ar que respira mais puro, tudo está mais focado, quase diria em HD...


o mantra do não à angustia é cirúrgico e o sorriso aflora-lhe muito mais vezes pelas coisas mais díspares;













parece-lhe que o tempo ficou maior e que dá para fazer montes de coisas antes impensáveis :

apanhar sol de manhã na praia, sair do quarto e deixar de estar tanto tempo consigo a sós, ler, conviver mais e com pessoas diferentes, andar a pé pela cidade, apreciar a vida que o rodeia sem olhar analítico...
ele fica desligadamente mais leve e percebe finalmente que é tão simples não sentir nenhum sufoco  ...










"Angústia querida,
  dei-te o sossego da tolerância e como tal apenas te tolero."- diz pensando, se marimbando se o diz só para si.
Ouvindo Rebelution, ensaia uns passos de dança imitando os saltinhos do Bob e gargalha feito louco...
Hehehahahahehehhehehahaheheheaaa






domingo, 1 de abril de 2012

... - music by Zero 7












Tarde de domingo meio fresco e ele com sua companheira fiel e inteligente, a net...
começa a se cansar dessa angustia, dessa sensação de sufoco suave, sempre..









o que o rodeia não tem mais surpresas, nenhum milagre vai acontecer, nenhum...
então por dentro, ele percebe que  nunca irá encontrar o suficiente para apaziguar essa angustia, nada é já suficiente para que ela se sacie...








ele sabe aquilo que não quer para a sua vida, sim sabe, mas o não saber o que querer, ou o não existir uma emoção em querer algo, deixa o desencanto e o vazio se instalarem...











" Eu tenho de viver um dia de cada vez e sorrir, aceitar esses factos, acho que sim...não vale a pena dar valor a esses factos eu sou feliz assim mesmo, com a invasora e instalada angustia do lado
e ela que se ponha no seu devido lugar !!! "
pensou sorrindo e suspirou profundamente...