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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A cerveja preta complexada da Laurentina




Apesar de estarmos independentes há 36 anos e termos passado dum regime marxista-leninista para uma democracia de capitalismo selvagem, os fantasmas do colonialismo ainda nos assombram...
A publicidade acima exposta deu azo a uma polémica que envolveu várias vozes da sociedade e levou à suspensão da mesma.
Os argumento esgrimido teve como base o desrespeito pela mulher moçambicana , a figura da mulher negra usada neste spot, diziam eles usada como objecto sexual .
Para quem conhece publicidade agressiva de teor sexual  este spot é absolutamente angelical, é apenas uma imagem esbatida  dum corpo  feminino sensual ,(até o pormenor do rótulo no lugar em que está foi mencionado).
Na minha opinião o que está subjacente a toda esta algazarra é o spot conotar a cerveja à raça negra, o facto de se colocar uma mulher preta e apelida-la directamente de preta...
Chamar-se preto a um individuo de raça negra era um insulto de terrível conotação  usado no tempo colonial  e que ficou alojado no subconsciente de muita gente e por isso, quanto a mim, a razão da vertiginosa mobilização e suspensão da publicidade.
Na minha óptica esta publicidade em vez de pejorativa é um elogio à negritude, ao orgulho de se ser preto e em especial à sensualidade da mulher moçambicana, não vejo onde esteja o desrespeito .
Parece-me também uma fuga para a frente por parte de muitos intervenientes nesta mobilização, pois existem problemas relacionados com a mulher moçambicana como a violência doméstica, a prostituição infantil, a exploração da mulher trabalhadora, abusos sexuais na escola etc , que mereceriam esta atitude e que são problemas que se arrastam há décadas.
Infelizmente isto parece um renascer da censura marxista, pois já se fala em censura na música, depois talvez na pintura ( o Naguib que se cuide que ele é o mestre dos nus femininos).