Apesar de estarmos independentes há 36 anos e termos passado dum regime marxista-leninista para uma democracia de capitalismo selvagem, os fantasmas do colonialismo ainda nos assombram...
A publicidade acima exposta deu azo a uma polémica que envolveu várias vozes da sociedade e levou à suspensão da mesma.
Os argumento esgrimido teve como base o desrespeito pela mulher moçambicana , a figura da mulher negra usada neste spot, diziam eles usada como objecto sexual .
Para quem conhece publicidade agressiva de teor sexual este spot é absolutamente angelical, é apenas uma imagem esbatida dum corpo feminino sensual ,(até o pormenor do rótulo no lugar em que está foi mencionado).
Na minha opinião o que está subjacente a toda esta algazarra é o spot conotar a cerveja à raça negra, o facto de se colocar uma mulher preta e apelida-la directamente de preta...
Chamar-se preto a um individuo de raça negra era um insulto de terrível conotação usado no tempo colonial e que ficou alojado no subconsciente de muita gente e por isso, quanto a mim, a razão da vertiginosa mobilização e suspensão da publicidade.
Na minha óptica esta publicidade em vez de pejorativa é um elogio à negritude, ao orgulho de se ser preto e em especial à sensualidade da mulher moçambicana, não vejo onde esteja o desrespeito .
Parece-me também uma fuga para a frente por parte de muitos intervenientes nesta mobilização, pois existem problemas relacionados com a mulher moçambicana como a violência doméstica, a prostituição infantil, a exploração da mulher trabalhadora, abusos sexuais na escola etc , que mereceriam esta atitude e que são problemas que se arrastam há décadas.
Infelizmente isto parece um renascer da censura marxista, pois já se fala em censura na música, depois talvez na pintura ( o Naguib que se cuide que ele é o mestre dos nus femininos).
Puritanismos bacocos...
ResponderEliminarPessoalmente não gosto nada deste spot. E não é por se referir à mulher como preta. É porque acho fácil, desrespeitoso, deselegante, quase a roçar o insulto.
ResponderEliminarBrilhante achei o anterior, aquando do prémio que a Laurentina preta ganhou, que dizia qualquer coisa como "Esta preta é mesmo boa!"
O uso da sensualidade e do sexo exige uma inteligência e uma delicadeza extraordinárias, que na minha opinião não foram de todo conseguidas aqui.
Coontudo, de novo na minha opinião, acho muito louvável que exista espaço para a discussão pública e mesmo para se retirar uma campanha.
Espero que surja um novo spot, que prove que a alusão à cor da cerveja não é um problema. E que a alusão ao feminino não tem sempre que ser sexual (no anterior era feito um uso brilhante do cabelo e da espuma, se não me engano).
Agora é só cavalgar a onda...proibir a passagem de modelos de lingerie, pôr a policia na praia para as mulheres não usarem fatos de banho e obrigá-las a tomar banho vestidas...bem vindos ao séc.19. Aproveitamos os jogos africanos, para mostrar-mos que somos uma sociedade retrograda. Natação só com mulher vestida.
ResponderEliminarSinceramente falando, ñ vejo nada de mal nesta publicidade. pior foi a da tentação em que uma gota do produto entornou-se num decote de uma mulher e fomos bombardeados pela referida pub dia e noite.
ResponderEliminarConcordo plenamente com a Elisa, e acho incrível como as pessoas tem dificuldade em perceber esse ponto de vista. A Laurentina diz que a nova garrafa é mais fácil de agarrar... e fácil de agarrar é mulher, né? vejam se a comparacao nao é insultuosa. Queria ver se uma produtora de bananas usasse um pénis e pusesse um homem logo a seguir a comer bananas, se os homens nao ficariam ofendidos. Alem disso, o facto de haver publicidades mais sexualmente agressivas la fora nao nos obriga a aceita-las ca dentro.
ResponderEliminarConcordo consigo acho exagerada toda a polémica em volta disto. Pode não ser dos melhores anúncios, mas quem é o grande consumidor de cerveja?! são os homens logo nota-se claramente que é dirigido a eles. Isso de se achar insultuoso o termo preta ou se fosse loira ou branco, mulato etc… é meramente indicativo, penso que não qualquer intuito ofensivo, poderão chamar-me pela cor da minha pele mas sei que é uma forma de me identificar, de me diferenciar tal como se chama ó espanhol, ó brazuca, ó madeirense etc.. isto é mais usado sobretudo por pessoas de pouca formação ou num tom de brincadeira, o ofensivo está na cabeça das pessoas
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