A música e as palavras fazem parte de mim. Quero ouvir, dividir e respirar música... e as palavras que dizem, quero-as como pinceladas alegres ou amargas, luminosas ou escuras, quero-as verdadeiras...
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
O fim e o início se repetindo...
O ano está a acabar, mais um nestes já longos 58 da minha existência...
Olhando para traz tenho a sensação que os últimos anos demoram cada vez menos a passar e este foi super rápido.
Porquê ? Pergunto eu para os meus cabelos quase todos brancos e a resposta não me ocorre, fica a pairar num sem fim de possibilidades.
Será que a carga que carregamos e que ano após ano se vem acumulando nos faz caminhar devagar e ao mesmo tempo dispara a mente em solilóquios e introspecção sobre o tudo que já se viveu de tal modo que não damos conta do tempo a passar?
Ou será que por termos a consciência do tempo curto que nos resta, este acelera dentro de nossos corações só para nos fazer perceber que essa realidade é inquestionável: a perenidade da vida!
Bom, no fundo o que me fica é uma vontade imensa de viver intensamente, hoje, agora, já!
2016 será o ano das vésperas dos meus 60 anos e como se me preparasse para atingir a maioridade e como tal a liberdade, espero neste ano celebrar todos os dias como se fossem o último e o resto só os deuses saberão.
Amo a vida, o mundo, as pessoas e todas as outras formas da natureza e esse é o meu karma:
Amar acima de qualquer outra acção!
Espero que 2016 traga a paz que o meu povo tanto clama e que os deuses emprestem um pouco da sua clarividência para iluminar aqueles que não sei porquê guiam os desígnios deste nosso maravilhoso país.
Ah! O mundo e toda a humanidade, que este ano seja melhor que os últimos, um desejo que sinto ser improvável, mas não custa pedir !
Amo-vos !!
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
A guerra prometida ...

" O maravilhoso da guerra é que cada chefe de assassinos faz abençoar suas bandeiras e invoca solenemente a Deus antes de lançar-se a exterminar a seu próximo."
Voltaire
A guerra, que aflige com os seus esquadrões o Mundo,
É o tipo perfeito do erro da filosofia.
A guerra, como tudo humano, quer alterar.
Mas a guerra, mais do que tudo, quer alterar e alterar muito
E alterar depressa.
Mas a guerra inflige a morte.
E a morte é o desprezo do Universo por nós.
Tendo por consequência a morte, a guerra prova que é falsa.
Sendo falsa, prova que é falso todo o querer-alterar.
Deixemos o universo exterior e os outros homens onde a Natureza os pôs.
Tudo é orgulho e inconsciência.
Tudo é querer mexer-se, fazer coisas, deixar rasto.
Pára o coração e o comandante dos esquadrões
Regressa aos bocados ao universo exterior.
A química directa da Natureza
Não deixa lugar vago para o pensamento.
A humanidade é uma revolta de escravos.
A humanidade é um governo usurpado pelo povo.
Existe porque usurpou, mas erra porque usurpar é não ter direito.
Deixai existir o mundo exterior e a humanidade natural!
Paz a todas as coisas pré-humanas, mesmo no homem,
Paz à essência inteiramente exterior do Universo!
Fernando Pessoa
Até que a filosofia que torna uma raça superior
E outra inferior, seja finalmente permanentemente
Desacreditada e abandonada havera guerra
Eu digo guerra
Até que não existam mais cidadãos
De 1º e 2º classe em qualquer nação
Até que a cor da pele de um homem
Não tenha maior significado que a cor
Dos seus olhos haverá guerra
Até que todos os direitos básicos
Sejam igualmente garantido para todos
Sem privilégios de raça, terá guerra
Até esse dia o sonho da paz final
Da almejada cidadania e o papel
Da moralidade internacional
Não será mais que mera ilusão
a ser percebida e nunca atingida
Por enquanto haverá guerra, guerra
Até que os ignóbeis e infelizes regimes
Que prendem nossos irmãos em Angola
Em Moçambique, África do Sul escravizada
Não mais existam e sejam destruídos
Haverá guerra, eu disse guerra
Guerra no leste, guerra no oeste
guerra no norte, Guerra no sul
guerra, guerra, rumores de guerra
E até esse dia, o continente africano
conhecerá a paz Nós africanos lutaremos
Achamos isto necessário e sabemos que devemos ganhar
E estamos confiantes na vitória
O bem sobre o mal, bem sobre o mal
O bem sobre o mal, bem sobre o mal
Bob Marley
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Geraldo Vandré
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
A corda vai rebentar...

Impressiona-me mais do que qualquer razão que nos esteja a levar para a guerra, a falta de urgência! Não se vê, (e já lá vão dois anos que a situação politica começou a feder), nenhuma urgência para resolver este assunto que está a destruir as vidas de milhões de moçambicanos. Tem sido um ruminar de estratégias, passam-se semanas, meses, anos, e a vida tem continuado como se não estivesse a acontecer nada!
O tempo passando e o tecido social a ficar puído, a esgaçar, a rasgar-se. Vamos soçobrando feitos um farrapo! Sim, somos um farrapo que
desistiu de ser gente, abdicamos da nossa dignidade e nos acobardamos, como
galinhas vamos continuando a esgravatar nas migalhas que vão ficando pelo chão,
relegamos a nossa existência nas mãos de quem vive num mundo surreal, num mundo
falso, deixamos que oligarquias ricas nos embalem com relatos de agendas cheias
de compromissos, de discursos de estratégias, de promessas de guerra e de
promessas de entendimento, de verdades feitas de mentiras, e acima de tudo para
nossa desgraça, vamos testemunhando esta desenvergonhada, enraizada, FALTA DE
VONTADE!
Não pode haver vontade enquanto os interesses privados se
sobrepuserem ao interesse de todos. A questão aqui é o timing, aqui a situação
não justifica uma atitude drástica, o problema é minimizado à condição de uns
arrufos dum cidadão rebelde que não sabe perder e que como numa birra de
criança, que depois de berrar, chorar, bater com os pés no chão, percebe que
não leva nada e simplesmente desiste; para estes graúdos a tensão militar
também passará. É tudo uma questão de tempo , e a vida continuará perfeita e
radiosa. Não! Não passará e se calhar este vai e não vai poderá durar décadas,
arrastar-se por tempos imemoriais... Depende tudo da forma como se for
resolvendo o pagamento dos interesses dos envolvidos. Ou então uma guerra
eclodirá e não quero nem imaginar o que serão esses tempos se isso acontecer!
Que os Deuses todos nos protejam de uma guerra!
Não acredito mais nos nossos políticos, eles não são mais do
que estrangeiros na nossa terra, não vivem como nós, nem vivem entre nós, vivem
no outro lado de Moçambique que é vedado à maioria dos moçambicanos.
Para mim, a situação
é de tal modo volátil que exige que a sociedade civil pressione o governo, os
partidos da oposição e os seus lideres, e que estes mediados por uma equipa de
individualidades idóneas, comprometida com a paz, forte, entrem numa sala e de
uma vez por todas lavem essa montanha de roupa suja de sangue. Mais, só deverão
esses senhores sair dessa sala, quando tiverem chegado a um acordo sério e
aplicável no imediato.
Não vejo outra forma
de podermos resolver este assunto. A guerra sempre à espreita e a inércia dos
que têm o poder de resolver são espectros que estão a fazer com que a paciência
de um povo inteiro que está condenando diariamente a mais sofrimento, se comece
a esgotar. Não vêm ou não querem ver, que estão a hipotecar o futuro e a
existência de um povo. Sentem-se e trabalhem!
Não é um pedido é uma exigência! Senão arranjaremos outros representantes
do povo que queiram verdadeiramente nos representar e lutar, na defesa dos
nossos direitos !
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
Um pedaço do conto Licaho
Estou a reescrever este conto fantástico e resolvi partilhar este excerto para vossa apreciação...
O mato selvagem cercava-os. O som dos animais selvagens fazia-se sentir a
espaços, sendo o próximo som mais assustador do que o anterior. O cenário era
esclarecedor quanto ao perigo da zona que atravessavam. Lúcio com um cajado
numa mão e a catana a tiracolo seguia à frente. Timbissa com os peixes numa mão
e uma lança que o velho lhe emprestara na outra, seguia-o monologando
entre-dentes.
A lua cheia produzia uma luminosidade de tons azulados, transformava a savana
numa paisagem surreal. Olhos brilhantes espreitavam em cada encruzilhada do
caminho. O suor alagava-lhes as axilas e os pés calejados abriam rachas, feridos pelas pedras cortantes que iam pisando pelo trilho. Faltava pouco.
Pousado num tronco do embondeiro e piando sinistramente, estava um mocho
colossal. Ao vê-los aproximarem-se levantou voo e exibiu umas asas de grande
envergadura. Timbissa sentiu um novo arrepio e Lúcio estacou paralisado pelo medo. Mais à frente as risadas
sinistras de duas quizumbas fizeram-se ouvir, era como se elas soubessem qual o
desfecho final e estivessem a gozar os dois infelizes. Tudo indicava que estavam
a entrar nos domínios de Machaia.
Finalmente chegaram a uma pequena montanha fendida ao meio, parecia que tinha
sofrido uma convulsão violenta e estalado. O espaço entre as duas metades não
tinha mais que a largura de ombros de um homem. Lúcio voltou-se e disse:
- Aqui começa a terra de Machaia. Não se assuste com as jibóias que encontrarmos
no caminho. Não as pise. No fim deste desfiladeiro encontraremos Machaia.
A passagem era escura, tenebrosa. Caminhavam a passo. Timbissa suava em bica,
caminhava como um sonâmbulo. Saltaram por cima de duas jibóia adormecidas que
se viam no meio da escuridão por serem anormalmente fosforescentes. Morcegos de
todos os tamanhos cortavam os ares e roçavam-lhes pela cara provocando mais
arrepios em Timbissa.
Desembocaram por fim num descampado circular. Parecia uma arena. Cercado de
rochas o lugar era um refúgio incrível com um único acesso. Uma toca. Um beco
sem saída. Olhando à sua volta Timbissa descobriu uma entrada na rocha.
“Uma gruta que só pode ter sido cavada por força dos espíritos” – pensava - “Isto
não é um lugar normal. Os muzimos aqui metem medo demais. Não devia ter vindo”.
Inconscientemente encostou-se a Lúcio. Caminharam até à boca da gruta. Lúcio
ajoelhou-se e chamou:
- Machaia! Machaia! Você está a ser precisado!
O silêncio era sepulcral. Uma aragem gelada brotava do interior da caverna. Ouviram-se então passos lentos, arrastados. Surgiu então da penumbra um ancião de pele acinzentada, com o cabelo grisalho misturado com barro e que lhe chegava até à cintura. Ao luar parecia a juba de um leão mas de cor de barro. Cobria-se de peles, uma escura à cintura e outra de leopardo caia-lhe pelos ombros. O cabelo entrançado naturalmente, fazia-o parecer-se com um rastaman. Apoiava-se num cajado de madeira branca que era fosforescente como as jiboias que encontraram no desfiladeiro.
- Faz muito tempo que não ouvia a tua voz Lúcio. Quantas luas já passaram desde
a última vez que vieste aqui ?
A voz do curandeiro parecia vinda do além, era grossa e mesmo falando baixo
ecoou pela arena de pedra quando questionou Lúcio.
- Muitas luas, muitas mesmo Machaia...
Lúcio estivera ligado a uma tragédia que acontecera em Cahora Bassa, quando um
casal que vivia numa ilha na albufeira processando peixe pende, desapareceu
para sempre sem deixar rasto. Lúcio era marinheiro e esteve nas buscas. Machaia decifrara o mistério mas Lúcio na
altura não teve coragem de contar a verdade para a comunidade. A verdade era
surreal e se ele a contasse com certeza ninguém acreditaria e ele seria olhado
como um louco.
- Quem é este que aqui trazes? Espero que não me venhas pedir ajuda para depois não usares, como fizeste da última vez – quando disse isto os seus olhos iluminaram-se de cor de fogo, a sua voz era de despeito. Machaia nunca perdoara esta atitude de Lúcio e este não sabia que o curandeiro tinha este sentimento de rancor guardado à tanto tempo.
- Este é Timbissa, amigo de Manjate. Ele tem um problema com a mulher mais nova
e precisa da sua ajuda – respondeu Lúcio a medo.
- Ah! Amigo de Manjate? Esse é meu velho conhecido. Já lhe ajudei muito...
Podem entrar. Vou aumentar a lenha no lume – dito isto avançou para o interior
da gruta. Pegou nuns paus armazenados num molho a um canto e sob o olhar dos
visitantes fez brotar uma labaredas reconfortantes.
Timbissa olhava ao redor e não se conseguia controlar. Estava em estado de
choque. Animais estranhos embalsamados. Búzios enormes. Uma variedade de cabaças
de tamanhos diferentes. Raízes e ramos
exóticos pendurados por todo o lado. Uma diversidade de coisas e artefactos
estranhos preenchiam o interior desta caverna sobrenatural.
O mais impressionante e o mais ameaçador era um corvo vivo que pousado ao lado de Machaia os observava fixamente, parecia ter o olhar irónico e desconfiado dum ser humano. Simplesmente assustador. Lúcio entregou os peixes que já exalavam um cheiro nauseabundo. O corvo seguia todos os movimentos sem se mexer. Depois de acomodados em cima de algumas peles de leão, finalmente Timbissa contou a sua história.
O mais impressionante e o mais ameaçador era um corvo vivo que pousado ao lado de Machaia os observava fixamente, parecia ter o olhar irónico e desconfiado dum ser humano. Simplesmente assustador. Lúcio entregou os peixes que já exalavam um cheiro nauseabundo. O corvo seguia todos os movimentos sem se mexer. Depois de acomodados em cima de algumas peles de leão, finalmente Timbissa contou a sua história.
segunda-feira, 15 de junho de 2015
O pão que Deus amassou...
Estar presente em si e colar conchas, pintar de cores fortes a madeira virgem
O pedaço de casca de árvore, transforma-se em arte e renasce...
Dos obscuros recônditos do que doía, pelo agir vai se iluminando o ser,
surgem cores em círculos, laranja e amarelos do sol, como velas de cera bruxuleando no escuro
O trilho de regresso é cheio de trinados de pássaros tranquilos e o aperto,
o aperto do peito vai e vem, este ir não tem como não ir e vou...
Soberano e lúcido é como se deve ser, como a flor amarela do cacto,
das assustadoras agulhas do carnudo verde, desse corpo nasce a flor,
soberana, irradiando beleza
Assim o sol rompe a noite fria e o trilho surge ali, a dizer, vem!
As agulhas no verde fui eu, por dentro conheci caminhos estranhos que me confundiram tudo
O tempo de fermentação depende da dor, ela deve ser profunda e longa para se chegar
As portas da percepção não se abrem só pela prática da meditação ou por outras formas sublimes de se ir ao encontro de si.
A dor abre sem pena, o buraco da visão lúcida e demora, demora a doer...
Sarada a ferida o olho se abre, tudo fica mais leve, tudo é mais claro, enxergas mais um pouco...
A lucidez, o gostar de estar assim, consigo em sintonia, afinal lá fora não tem mais confusão,
este é o teu tempo, agora, o trilho é de ouro e a luz cega-me.
Vou, não tem mais frio, sou pássaro de novo e de novo voo, lúcido !
terça-feira, 2 de junho de 2015
Uma metamorfose dos sentidos...

Quando de repente o céu escureceu pensei por momentos que fosse um temporal a chegar sem avisar, e era, era a maior tempestade dos meus sentidos!
Os vidros de meu edifício vibraram de tal forma que meus ouvidos ensurdeceram com o clamor de minha alma, gritando feito um berro, sobrepondo-se o lamento ao som dos vidros enlouquecidos ...
Partiu-se o espelho onde toda a vida me mirei, infeliz dono de tantas certezas, onde a minha imagem reflectida, a do meu ser agachado com o peso das expectativas que se alhearam de tudo, cagaram para mim e empurram-me para baixo; a imagem repetia-se e repetia-se em cada pedacinho de espelho, fazendo-me no meu ajoelhar multiplicado, entender a frio que o jogo acabou, a tempestade não veio por acaso, veio para se transformar em verdade de uma vez por todas.
Naquele momento a temperatura subiu ao ritmo acelerado do meu batimento cardíaco, fundiu o aço das minhas defesas e me vi a esvair feito lava, escorrendo como utópicas lágrimas de metal pelo chão, por cima da poesia que parecia e afinal não era....
Ficou noite sem estrelas, cego tentei apalpar a realidade mas as formas que tocava não as conseguia identificar, e fiquei e caminhei e fui e parei e andei, tentando em vão perceber...
Caminhei quilómetros por labirintos sem saída, sem respostas para perguntas não formuladas, quedava-se meu ser aos apalpões e sem vontade de encontrar a saída e ao mesmo tempo lutando por encontrá-la.
Ribombaram trovões duvidosos, rugidos da natureza nunca antes ouvidos e eu perdi-me, o caminho não estava mais ali, a tempestade até o cheiro dos dias fez mudar, o ar não mais foi puro, sentia-se um aroma a flores murchas, a rosas azedas, os pássaros deixaram de cantar e não mais me acordaram nas manhãs.
Dormi muitos dias, muitos, acordado velava meu sono profundo, o cansaço virou adrenalina e discuti comigo aos gritos, tive que impor uma vontade, a única que servia para não enlouquecer.
Peguei em mim e saí dali, neste momento ainda caminho, mas não estou mais na zona da tormenta.
Caminhei aos tombos durante uma longa noite, que durou muitos dias e da mesma forma que a tempestade chegou, de surpresa, foi com surprsa que comecei de repente a ver e a perceber que estava em lugares novos, não deu ainda para fazer juízos sobre os mesmos, mas sinto que estou a viver algo novo.
O caminho até ao destino, se é que há um destino, ainda é longo, distante, como se estivesse a começar uma aventura, as cores são vivas e vejo-me a sorrir, sim, a sorrir sem razão ou mesmo com razão !
A vida está aqui e é para ser vivida.
Feita de emoções, as pesadas, com o sabor salgado de lágrimas, o ter de tomar consciência das nossas legítimas derrotas.
Feita também de celebração, com gargalhadas e beijos canibais, com a aceleração dos sentidos no êxtase, na vida a pulsar, no abraço verdadeiro, apertado.
Vamos, o tempo não pára, quero mais, vou querer sempre mais quando o que tiver não me chegar !
sexta-feira, 22 de maio de 2015
Estrada Pafuri - Vilankulo, quando ?

Esta estrada é uma das provas que os nossos governantes não querem pensar para além do imediato e nem pensar em nada que não seja do seu interesse pessoal, ou do interesse de quem tem o poder real.
Deixam para traz sem nenhum pudor os anseios de milhares de moçambicanos e matam a possibilidade de haver um BOOM no sector do comércio e turismo.
Basta dizer que esta estrada a ser (re)construida, faria com que JHB ficasse a 1050 km de Vilankulo.
A distancia por estrada neste momento, via MPM são 1270 km de JHB - VILANKULO
Referir que pela via MPM esta distancia divide-se em 440 km em territorio sul africano e 824 km em Moçambique.
No trajecto via Pafuri , esta distância divide-se em 600km na RSA e 500km em Moçambique.
Esta estrada dinamizaria o norte da africa do sul e abria possibilidades de investimentos variados ao longo da estrada, aliaria o desenvolvimento dos parques nacionais de Limpopo e de Banhine.
Os sul africanos sairiam do norte da africa do sul e 500 km depois entrariam em Vilankulo.
Inhassoro, Vilankulo, o Arquipélago de Bazaruto e o resto da provincia de Inhambane para sul beneficiariam como nunca e o desenvolvimento surgiria.
O comércio beneficiaria também, pois a RSA ficaria mais perto do que Maputo ou que a Beira !
Não deixem a provincia de Inhambane e em especial o distrito de Vilankulo morrer por vossa incúria !!! !!!!
Deixam para traz sem nenhum pudor os anseios de milhares de moçambicanos e matam a possibilidade de haver um BOOM no sector do comércio e turismo.
Basta dizer que esta estrada a ser (re)construida, faria com que JHB ficasse a 1050 km de Vilankulo.
A distancia por estrada neste momento, via MPM são 1270 km de JHB - VILANKULO
Referir que pela via MPM esta distancia divide-se em 440 km em territorio sul africano e 824 km em Moçambique.
No trajecto via Pafuri , esta distância divide-se em 600km na RSA e 500km em Moçambique.
Esta estrada dinamizaria o norte da africa do sul e abria possibilidades de investimentos variados ao longo da estrada, aliaria o desenvolvimento dos parques nacionais de Limpopo e de Banhine.
Os sul africanos sairiam do norte da africa do sul e 500 km depois entrariam em Vilankulo.
Inhassoro, Vilankulo, o Arquipélago de Bazaruto e o resto da provincia de Inhambane para sul beneficiariam como nunca e o desenvolvimento surgiria.
O comércio beneficiaria também, pois a RSA ficaria mais perto do que Maputo ou que a Beira !
Não deixem a provincia de Inhambane e em especial o distrito de Vilankulo morrer por vossa incúria !!! !!!!
(As distâncias do troço Pafuti - Vilankulo são aproximadas )
terça-feira, 12 de maio de 2015
Tudo novo de novo - Paulinho Moska

Eu falo de amor à
vida, você de medo da morte
Eu falo da força
do acaso e você, de azar ou sorte
Eu ando num
labirinto e você, numa estrada em linha reta
Te chamo pra
festa mas você só quer atingir sua meta
Sua meta é a seta
no alvo
Mas o alvo, na
certa não te espera
Eu olho pro
infinito e você, de óculos escuros
Eu digo: "Te
amo" e você só acredita quando eu juro
Eu lanço minha
alma no espaço, você pisa os pés na terra.
Eu experimento o
futuro e você só lamenta não ser o que era
E o que era ? Era
a seta no alvo
Mas o alvo, na
certa não te espera
Eu grito por
liberdade, você deixa a porta se fechar
Eu quero saber a
verdade, e você se preocupa em não se machucar
Eu corro todos os
riscos, você diz que não tem mais vontade
Eu me ofereço
inteiro, e você se satisfaz com metade
É a meta de uma
seta no alvo
Mas o alvo, na
certa não te espera
Então me diz qual
é a graça
De já saber o fim
da estrada
Quando se parte
rumo ao nada ?
Sempre a meta de
uma seta no alvo
Mas o alvo, na
certa não te espera
Então me diz qual
é a graça
De já saber o fim
da estrada
Quando se parte
rumo ao nada...
Eu
Chorei até ficar
debaixo d'água
Submerso por você
Gritei até perder
o ar
Que eu já nem
tinha pra sobreviver (Eu andei...)
Eu
Andei até chegar
no último lugar
Pisado por alguém
Só pra poder
provar
O que era estar
depois do final do além (Eu andei...)
E cheguei
exatamente onde algum dia
Você disse que
partia pra nunca mais voltar
E eu já estava lá
a te esperar sem dizer adeus
Eu
Fiquei sozinho
até pensar
Que estar sozinho
é achar que tem alguém
Já me esqueci do
que não fiz
O que farei pra
te esquecer também
Se eu não sei o
nome do que sinto
Não tem nome que
domine o meu querer
Não vou voltar
atrás
O chão sumiu a
cada passo que eu dei (Eu andei...)
Diga aí amigo...
Como vai você?
Estou aqui contigo
E Você também me vê
Como vai você?
Estou aqui contigo
E Você também me vê
Às vezes sou seu clone
E você é o meu
Não temos o mesmo nome
Mas nossa vida se perdeu
E você é o meu
Não temos o mesmo nome
Mas nossa vida se perdeu
Em encontros e desencontros
Do mesmo sopro
Que atravessa eu e você
Do mesmo sopro
Que atravessa eu e você
Se estou contigo
É porque estás comigo
E nós não podemos nos perder
É porque estás comigo
E nós não podemos nos perder
O vazio é um meio de transporte
Pra quem tem coração cheio
Cheio de vazios que transbordam
Seus sentidos pelo meio
Meio que circunda o infinito
Tão bonito de tão feio
Feio que ensina e que termina
Começando outro passeio
Pra quem tem coração cheio
Cheio de vazios que transbordam
Seus sentidos pelo meio
Meio que circunda o infinito
Tão bonito de tão feio
Feio que ensina e que termina
Começando outro passeio
E lá do outro lado do céu
Alguém derrama num papel
Novos poemas de amor
Alguém derrama num papel
Novos poemas de amor
Amor é o nome que se dá
Quando se percebe o olhar alheio
Alheio a tudo que não for
Aquilo que está dentro do teu seio
Porque seio é o alimento
E ao mesmo tempo a fonte para o desbloqueio
E desbloqueio é quando aquele tal vazio
Se transforma em amor que veio
Quando se percebe o olhar alheio
Alheio a tudo que não for
Aquilo que está dentro do teu seio
Porque seio é o alimento
E ao mesmo tempo a fonte para o desbloqueio
E desbloqueio é quando aquele tal vazio
Se transforma em amor que veio
Lá do outro lado do céu
Alguém derrama num papel
Novos poemas de amor
Alguém derrama num papel
Novos poemas de amor
Do outro lado do céu
Alguém derrama num papel
Novos poemas de amor
Alguém derrama num papel
Novos poemas de amor
O vazio é um meio de transporte
Pra quem tem coração cheio
Pra quem tem coração cheio
Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim
Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim
É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos
Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou
E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou
Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos
domingo, 10 de maio de 2015
Os meninos da praia...
Minha primeira história em fotos,
Os meninos brincam todos domingos, a praia é o seu mundo de fantasia.
Eles brincam horas nos barcos dos pais ...
São filhos dos pescadores e imaginam-se em aventuras e viagens fantásticas
Os meninos de Vilankulo são crianças felizes, livres e protegidas; este é um mundo em extinção...
Aqui se vive na simplicidade e no desapego natural...
Não é preciso mais que a pura alegria de brincar, eles fazem a festa !
Façam esta viagem ao som de India Arie, boa curte !
sábado, 2 de maio de 2015
Beija flor...
Onde se escondeu o beija flor que não mais (en)cantou meu amanhecer?
Será que se foi com meu sorriso (en)cantar um outro lugar?
As flores do jardim choram o pólen feito lágrimas doces e o silêncio não é de paz, é sonoro e vibra dentro de mim ...
Oiço o meu coração, será que ele está ali onde o sol brilha mais do que aqui?
Esta nuvem escura afastou meu beija flor, tenho a certeza !
Vou culpar o sol por não ser forte ou o vento por estar ausente e a nuvem não afastar?
Não!
O beija flor voou e o sol escondeu-se por trás das nuvens
Meu coração bate devagarinho, o jardim ficou silencioso e as flores exalam seu perfume...
Beija flor volta logo por favor!
Nuvem negra sai e vai ensombrar outro lugar, deixa meu sol de novo brilhar!
Vai... e deixa meu beija flor voltar !
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