segunda-feira, 23 de julho de 2012

Amy Whinehouse, um ano passou...






                                 
                                 





(...) A morte (ou a sua alusão) torna os homens delicados e patéticos.
Estes comovem-se pela sua condição de fantasmas. Cada acto que executam pode ser o último.
Não há um rosto que não esteja por se desfigurar como o rosto de um sonho.
Tudo, entre os mortais, tem o valor do irrecuperável e do perdido.
Entre os Imortais, pelo contrário, cada acto (e cada pensamento) é o eco de outros que no passado o antecederam, sem princípio visível, ou o claro presságio de outros que, no futuro, o repetirão até à vertigem.
Não há coisa que não esteja perdida entre infatigáveis espelhos.
 Nada pode ocorrer uma só vez, nada é primorosamente gratuito.
 O elegíaco, o grave, o cerimonial, não contam para os Imortais.
Homero e eu separamo-nos nas portas de Tânger. Creio que não nos despedimos. 

Jorge Luís Borges




































2 comentários:

  1. Eu queria ter mais certezas acerca desse tema. Acho um desperdício tudo acabar-se de uma vez só. Mas sou uma leiga, uma brincalhona... Espero ter tempo pra buscar esse aprendizado.

    Foi-se a mulher, jovem, fabulosa... Que pena!
    Eternizou-se a voz, talento ímpar, marginalidade poética. Eternizou-se!

    Beijos, Tony, beijos!

    ResponderEliminar
  2. Tem seu conterrâneo, o Mia, que diz simples e profundo em seu Horário do Fim..."morre-se tudo
    quando não é o justo momento"...
    Beijuuss, amado, n.a.

    ResponderEliminar