...a história deste escritor maldito sempre me fascinou e continua a fascinar...
"Em 1937 Antonin Artaud, devido a um incidente, é tido como louco... "
Não quero que ninguém
ignore meus gritos de dor, e
quero que eles sejam ouvidos
O dever
Do escritor, do poeta
Não é encerrar-se cobardementre num texto
Num livro, numa revista de onde nunca sairá,
Pelo contrário, é vir
Para o exterior
E sacudir,
Atacar
O espírito público.
Ou então para que serve?
Para que nasceu?
Pode-se falar da boa saúde mental de Van Gogh,
que em toda a sua vida apenas assou uma das mãos e, fora isso,
limitou-se a cortar a orelha esquerda numa ocasião. Num mundo no
qual diariamente comem vagina assada com molho verde ou sexo de recém-nascido
flagelado e triturado, assim que sai do sexo materno. E isso não é
uma imagem, mas sim um fato abundante e cotidianamente repetido e praticado no
mundo todo.
E assim é que a vida atual, por
mais delirante que possa parecer esta afirmação, mantém sua velha
atmosfera de depravação, anarquia, desordem, delírio, perturbação,
loucura crônica, inércia burguesa, anomalia psíquica (pois não é o homem,
mas sim o mundo que se tornou anormal), proposital desonestidade e
notória hipocrisia, absoluto desprezo por tudo que tem
uma linguagem e reivindicação de uma ordem inteiramente baseada no
cumprimento de uma primitiva injustiça; em suma, de crime organizado.
Isso vai mal porque a consciência enferma mostra o máximo interesse,
nesse momento, em não recuperar-se da sua enfermidade. Por isso,
uma sociedade infecta inventou a psiquiatria, para
defender-se das investigações feitas por algumas
inteligências extraordinariamente lúcidas, cujas faculdades
de adivinhação a incomodavam.
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