quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Natiruts - Reggae Power Ao Vivo









Disco perfeito, fabuloso,  não tem uma que não preste, super bem produzido,maningue nice !!!
Curti muito esta banda ainda com o  nome Nativus,  era presença de respeito no saudoso ARTEBAR
Reggae do Brasil e como tal com o lado sensual, sweet loving reggae,  cantado na nossa língua...
Está a trovejar e as tensões se dissipam lentamente, não chove e tudo vai sossegando aos poucos, ao sabor  dos escassos pingos que vão caindo...
Natiruts elevam o astral, são pra cima e é para lá que tenho de vos levar depois do Pessoa profundíssimo ..







A banda Natiruts surgiu em Brasília, em 1996, com outro nome: Nativus. A formação da banda então contava com Alexandre Carlo (vocais e guitarra), Luís Maurício (baixo), Juninho (bateria), Bruno Dourado (percussão), Kiko Peres (guitarra solo) e Izabella Rocha (vocais).
A banda já lançou nove discos, fazendo bastante sucesso pelo país com canções como Presente De Um Beija-Flor, Liberdade Pra Dentro Da Cabeça, Natiruts Reggae Power, entre outras.

Natiruts Reggae Power Ao Vivo é o primeiro CD e DVD ao vivo da banda Natiruts, lançado em Dezembro de 2006.
Gravado  em São Paulo no dia 1 de Setembro de 2006, o disco é um apanhado geral da carreira da banda, trazendo desde sucessos antigos, como Liberdade Pra Dentro da Cabeça e Presente de Um Beija-Flor, até canções recentes, como Não Chore Meu Amor, Quem Planta Preconceito e Quero Ser Feliz Também (as três pertencentes ao disco Nossa Missão, de 2005). O disco trouxe a canção inédita Natiruts Reggae Power, que foi sucesso nacional.





é muito bom, vale ouvir duas...








vá lá três a conta que Deus fez
...





Pessoa - song by Elbow





Sou Lúcido


Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara,
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha
(Excepto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro:
Não sou parvo nem romancista russo, aplicado,
E romantismo, sim, mas devagar...).

Sinto uma simpatia por essa gente toda,
Sobretudo quando não merece simpatia.
Sim, eu sou também vadio e pedinte,
E sou-o também por minha culpa.
Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:
É estar ao lado da escala social,
É não ser adaptável às normas da vida,
'As normas reais ou sentimentais da vida -
Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,
Não ser pobre a valer, operário explorado,
Não ser doente de uma doença incurável,
Não ser sedento da justiça, ou capitão de cavalaria,
Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas
Que se fartam de letras porque tem razão para chorar lagrimas,
E se revoltam contra a vida social porque tem razão para isso supor.

Não: tudo menos ter razão!
Tudo menos importar-se com a humanidade!
Tudo menos ceder ao humanitarismo!
De que serve uma sensação se ha uma razão exterior a ela?

Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,
Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:
É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,
É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte.

Tudo o mais é estúpido como um Dostoiewski ou um Gorki.
Tudo o mais é ter fome ou não ter o que vestir.
E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente
Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece.

Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato,
E estou-me rebolando numa grande caridade por mim.

Coitado do Álvaro de Campos!
Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações!
Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!
Coitado dele, que com lágrimas (autenticas) nos olhos,
Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,
Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha pouco
Aquele pobre que não era pobre que tinha olhos tristes por profissão.

Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa!
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!

E, sim, coitado dele!
Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam,
Que são pedintes e pedem,
Porque a alma humana é um abismo.

Eu é que sei. Coitado dele!
Que bom poder-me revoltar num comício dentro de minha alma!

Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.

Não me queiram converter a convicção: sou lúcido!

Já disse: sou lúcido.
Nada de estéticas com coração: sou lúcido.
Merda! Sou lúcido.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Johannesburg - song by Bayete



Um simples passeio de 3 dias a Johannesburg ou  Egoli,  aonde já não ia há alguns anos fez com que mais uma vez os meus neurónios começassem a fumegar...
Ouve-se ainda dizer que desde que os brancos  deixaram o país que a África do Sul está a cair e que o futuro será um desastre igual ao das ex-colónias portuguesas...
O que eu vi foi um país a funcionar como sempre funcionou, organizado e em franco desenvolvimento (estou a falar só do que vi, ou seja de Maputo até Jo'burg por estrada e depois dentro da cidade), Sandton City que é um dos melhores centros comerciais que já conheci continua a funcionar como sempre funcionou  cheio de gente de todas as raças e nacionalidades, as ruas limpas, passeios impecáveis, jardins lindos, pessoas ordeiras, exactamente como sempre vi...
Sei que há zonas de risco como Hillbrow , a zona velha da cidade etc, mas isso sempre foi...a violência é uma marca deixada pelo estigma do apartheid  e que irá continuar até que os traumas daquela sociedade se curem...
A estátua de Mandela em Mandela Square é um espectáculo, é pura arte e tem a marca sul africana foi feita por sul africanos...




Vêm-se pelas artérias de Egoli , Mercedes Benz de modelos incríveis, Porches, até Ferraris vi, vi um parque automóvel de fazer inveja...mas por incrível que pareça não choca ver esses símbolos de riqueza...porque o que se vê é desenvolvimento e progresso e quando assim é tudo se encaixa; também vi terminais de chapas  com qualidade, minibuses  em bom estado e em quantidade para não haver transtornos para os utentes; não tem nada a ver com o impacto que os carros de luxo causam em Maputo, aqui parece desajustado face à realidade que se vive, sem dúvida ! 
Pois , é aqui que eu começo a fritar de raiva...
Comparar a nossa cidade de Maputo com Jo'burg é utopia , mas se uma cidade que é não sei quantas vezes maior que Maputo consegue estar  da forma que eu vi, pergunto porque é que a nossa cidadezinha comparada com ela é simplesmente uma vergonha, reflexo de desmazelo, lixo, ruas esburacadas, passeios destruídos ou a caminho da desintegração, avenidas que não são varridas, prédios descoloridos e em avançado estado de degradação, caixas de electricidade abertas, pessoas a urinarem nas acácias,somos  tudo aquilo que choca e reflecte um abandono, um deixa andar sufocante...
A estátua do Samora não poderia ter sido feita por artistas moçambicanos e reflectirem um outro lado que não o lado militarista?
Samora também tem imagens que poderiam ser enfatizadas duma forma artística sem que tivéssemos que encomendar aos coreanos algo de tão marcial, imagem  tão ultrapassada como o é o marxismo-leninismo, ele também se vestia de fato ou de balalaica .
Onde está o vestígio da nossa arte num monumento tão simbólico?



Somos vizinhos, somos irmãos...a África do Sul é a maior potência de África, porque é que nunca estreitamos os nossos laços de forma a que a qualidade deles fosse importada por nós para o nosso desenvolvimento ?
Não consigo perceber porque somos tão cegos ou tão orgulhosos  que não queiramos aprender com eles sobre como se gere uma cidade, como se mantém uma cidade, como se faz a manutenção duma cidade...
Só temos que nos envergonhar e não ficar ofendidos quando os sul africanos nos olham e tratam  com pena ou com desprezo, pois nós reflectimos o que acabei de mencionar !!!
Eles são muito ricos é verdade, mas são conhecedores de muitos domínios e numa plataforma de troca de interesses poderiam fazer por nós muito mais que certos países que aqui estão simplesmente a sacar, a roubar as nossas riquezas a troco de porcelanas frágeis ou mesmo a troco de nada quando comparado com o que eles levam...
Irrita-me solenemente...e eu que não me queria irritar, só fui passear e olhem o que aconteceu, não dá !!!



sábado, 12 de novembro de 2011

Amar - song by Lenny Kravitz

 
                                                           




                                               Amar Intensamente


De que vale no mundo ser-se inteligente, ser-se artista, ser-se alguém, quando a felicidade é tão simples! Ela existe mais nos seres claros, simples, compreensíveis e por isso a tua noiva de dantes, vale talvez bem mais que a tua noiva de agora, apesar dos versos e de tudo o mais. Ela não seria exigente, eu sou-o muitíssimo. Preciso de toda a vida, de toda a alma, de todos os pensamentos do homem que me tiver. Preciso que ele viva mais da minha vida que da vida dele. Preciso que ele me compreenda, que me adivinhe. A não ser assim, sou criatura para esquecer com a maior das friezas, das crueldades. Eu tenho já feito sofrer tanto! Tenho sido tão má! Tenho feito mal sem me importar porque quando não gosto, sou como as estátuas que são de mármore e não sentem.


Florbela Espanca, in "Correspondência (1920)"




                  Amar!



Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar!  Amar!  E não amar ninguém!


Recordar?  Esquecer?  Indiferente!...
Prender ou desprender?  É mal?  É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!


Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!


E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...


Florbela Espanca


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

R.I.P. Heavy D



Nunca fui grande fã do hip hop, tirando alguns artistas ou alguns discos ou mesmo algumas músicas.
Essa faceta do Heavy D pouco ou nada conheço ou aprecio, mas este senhor nascido na Jamaica em 2008 lançou um álbum de reggae chamado " VIBES" e isso sim foi outra fruta !!
Minha singela homenagem a este artista que se foi com 44 anos de idade.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

C. C. Franco - Moçambicano X Núcleo de Arte - song by Kapa Dech





                                CENTRO CULTURAL FRANCO- MOÇAMBICANO

Não me apetece desancar em ninguém, acabo achando-me um amargurado, um desiludido e isso não me está a fazer bem...
Vou apenas falar de diferenças de pontos de vista, da falta de sensibilidade etc, mas sem raiva.
Afinal como diz o meu amigo Katawala, dar ideias também é importante.
O Centro Cultural Franco-Moçambicano é um lugar de referência quando se fala de divulgação e promoção da arte em todas as suas vertentes na nossa capital; sem dúvida um lugar onde a arte acontece realmente e com infra-estruturas espectaculares, manteve o design original  tem jardins, anfiteatro, cinema, bar e mesmo sem nenhum evento a acontecer é um lugar agradável e frequentado por  gente  interessante .





Reabilitado das ruínas do antigo Hotel Clube, edifício de 1896, um vestígio da história que se iria  desmoronar no tempo, foi inaugurado em 1995 e tem sido uma lufada de qualidade no panorama cultural e intelectual desta cidade.
Obviamente um pedaço francês que nos tem trazido exposições, concertos, cinema, bailado, um pouco de arte dos quatro cantos  mundo tem passado por ali.
Frequentado por muitos turistas e por uma microscópica camada maputense, faz sentir que  infelizmente todas as sementes de arte para aqui trazidas não têm chegado aos cidadãos, sem qualquer culpa da parte do CCFM.
Não vou divagar sobre o porquê e sobre quem vem e quem poderia vir, já disse que não me quero irritar com isto !!
Bem hajam CCFM, muito obrigado pela vossa contribuição para a elevação da Cultura no nosso País !!



                                           ASSOCIAÇÃO NÚCLEO DE ARTE



O Núcleo de Arte é uma organização de carácter cultural vocacionada na promoção, valorização e desenvolvimento das artes plásticas em Moçambique, que vem operando desde 1921 numa área privilegiada da cidade do Maputo.

Foi criada com o intuito de proporcionar aos artistas um espaço onde tenham acesso a redes e recursos para construírem a sua carreira, e também onde encontrem a sua inclusão e diversidade na maneira como encarar as suas criações artísticas; o mesmo espaço serve também para dar aos amadores, coleccionadores e consumidores das artes plásticas a diversidade, aguçando o seu interesse pelas mesmas.

associação Núcleo de Arte, dentro da dinâmica dos vários projectos e  programas que surgem ao longo do seu percurso, tem facilitado intercâmbios entre artistas nacionais e estrangeiros através de exposições de obras de arte, workshops, palestras e debates, abrindo espaço de aproximação entre o público e as artes plásticas.

O espaço, através da sua galeria, oferece ao publico,todos os dias, exposições permanentes, colectivas ou individuais, de obras que podem ser vistas e adquiridas.
 (apresentação retirada do blog do Núcleo)
http://nucleodarte.blogspot.com/



Domingo ás 20H00 fui ouvir o Zé Maria e sua Banda e ao mesmo tempo visitar o Núcleo, lugar a onde já não ia há muito tempo.
Encontrei o Fiel, artista fabuloso que me mostrou os trabalhos que está a fazer e outros recentemente acabados...
Enquanto passeávamos pelo labirinto de pinturas, esculturas,
fabulosos trabalhos, caos, naquela miscelânea de tantas coisas de que  é feito o Núcleo neste momento, claramente inventado do nada pelos artistas,  fui percebendo que as condições em que estes artistas vivem, trabalham, fazem arte de superior qualidade  são  tristemente más, péssimas...
O esforço deve ser titânico para mesmo assim conseguirem manter o Núcleo vivo.
Foi daqui que saiu a famosa árvore da vida , Tree of Life , que está exposta
há anos em lugar de grande destaque no British Museum em Londres.
O ambiente estava fervilhante de vida, muita gente da terra , da arte, da música, da TV, das letras, montes de turistas, boémios, freaks etc.
O que estava a acontecer era uma celebração viva das artes , há nossa maneira, verdadeiramente maputense...





Depois de absorver o ambiente a música umas cervejas, comecei a sentir aquele mau estar que me assola sempre que percebo o quanto nós poderíamos ser melhores , de forma simples , apenas inteligentemente e com a visão do desenvolvimento cultural intelectual deste povo...
Pensei assim :
Gasta-se tanto dinheiro a construir abortos desnecessários, deita-se tanto dinheiro fora, enfim (não vou mencionar nada, não me quero irritar, já disse ) e este lugar histórico, referência incontornável da cultura maputense, situado na zona nobre, ali mesmo juntinho à Julius Nyerere, que movimenta centenas de pessoas por semana, será que não merecia que se convida-se um grupo de arquitectos moçambicanos, e se financiasse a construção duma verdadeira associação que até  já tem  90 anos de existência?
Os franceses fizeram com o CCFM aquilo que nós já deveríamos ter feito há muito tempo com o Núcleo...
Imaginemos o cenário:
Manter o edifício antigo e à volta dele criar os atelieres dos artistas, um anfiteatro para espectáculos, bares, etc...tudo inspirado na nossa cultura!!!
Será que alguém que venha a ler isto vai fazer chegar esta mensagem àqueles que poderiam promover realização dessa obra e ao mesmo tempo  fazer-lhes sentir que sem Cultura um povo deixa de existir e que não promover a Cultura é condenar um povo à ignorância e à orfandade ?
..e nem quero falar da Casa Velha, senão aí vou acabar por me irritar e dizer o que não quero....
http://en.wikipedia.org/wiki/Tree_of_Life_%28Kester%29

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Xiquelene !! - song by G- Pro Fam



O chapa pára e na caixa aberta já vão cerca de 40 pessoas apertadas.Vão como nem o gado vai.Vão colados uns aos outros.
Xiquelene ! grita o cobrador.
 Para a massa de gente que ás 19h00 ainda espera pelo transporte para chegar a casa, é o chamamento ao despojamento de toda a sua dignidade. A mamana com o bébé na beleka avança para o estribo metálico. O bébé na beleka não fica dentro da caixa aberta, fica algures num espaço aéreo fora da carroçaria. O chapa já vai a caminho das moradas dos deserdados da pátria, vai a caminho dum mundo que não tem nada a ver com a Somerchild, nada...


Ao mesmo tempo na Julius Nyerere o transito já está mais calmo. Já dá para sentado numa esplanada   testemunhar a quantidade de carros de luxo que passam. O ambiente é calmo nem parece a mesma cidade. Tudo muito limpo e iluminado. As lojas e bares como presépios de luz e cor e muitos bancos...
Pergunto-me num laivo de estupidez:  " Para quê tantos bancos?
Gosto de andar de chopela, é o transporte classe média com estilo. São os novos riquexós, a arajem e o ambiente entram-nos pelos sentidos. Refrescante. Sinto-me como um turista.
A bela cidade das acácias é uma miragem . O business fez machamba aqui. A árvore das patacas cresce a olhos vistos.



Dança-se com todas as nacionalidades, como no Festival   Kinani. Espectáculos lindos de se ver. A elite cultivada lá está marcando presença e sorrindo-se entre si. São como uma tribo pequena que se alimenta de cultura e pensamentos profundos. Bebe-se e fuma-se, bem ao estilo boémio.
Não sei se por dificuldade de transporte, se por dificuldade de vida, mas não vejo na assistência  o cidadão comum, nem um, a realidade dele só dá para kinar ao fim de semana com o som estridente da aparelhagem da barraca do bairro, enquanto vai emborcando uma garrafinha de Paradise.
"Parra quê?  Parra quê?"  faz mais sentido e o cidadão comum desbunda e nem pensa que vive noutro mundo. Nem na sua vida tão desumana. Nem sabe que foi esquecido.
Ele faz cultura verdadeira .Nada é importado nem sequer copiado. "Parra quê?
Não tem consciência de que merecia mais, muito mais !!!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Lao Tse - song by Marcus Miller






Aquele que conhece os outros é sábio.
Aquele que conhece a si mesmo é iluminado.
Aquele que vence os outros é forte.
Aquele que vence a si mesmo é poderoso.
Aquele que conhece a alegria é rico.
Aquele que conserva o seu caminho tem vontade.

Seja humilde, e permanecerás íntegro.
Curva-te, e permanecerás erecto.
Esvazia-te, e permanecerás repleto.
Gasta-te, e permanecerás novo.

O sábio não se exibe, e por isso brilha.
Ele não se faz notar, e por isso é notado.
Ele não se elogia, e por isso tem mérito.
E, porque não está competindo, ninguém no mundo
pode competir com ele.

  

Para ganhar conhecimento, adicione coisas todos os dias. Para ganhar sabedoria, elimine coisas todos os dias.




Amar profundamente uma pessoa nos dá força.
Ser amado profundamente por alguém nos confere coragem.


Só temos consciência do belo,
Quando conhecemos o feio.
Só temos consciência do bom,
Quando conhecemos o mau.
Porquanto, o Ser e o Existir,
Se engendram mutuamente.
O fácil e o difícil se completam.
O grande e o pequeno são complementares.

O alto e o baixo formam um todo.
O som e o silêncio formam a harmonia.
O passado e o futuro geram o tempo.

Eis porque o sábio age,
Pelo não-agir.
E ensina sem falar.
Aceita tudo que lhe acontece.
Produz tudo e não fica com nada.

O sábio tudo realiza - e nada considera seu.
Tudo faz - e não se apega à sua obra.
Não se prende aos frutos da sua actividade.

Termina a sua obra,
E está sempre no princípio.
E por isso a sua obra prospera.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Lao_Zi














segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Charles Bukowski - song by Tom Waits



 Charles Bukowski, o poeta maldito, boémio, louco  é um dos escritores contemporâneos mais conhecidos dos EUA, e alguns diriam que é o poeta mais influente e o mais imitado. Nasceu no dia 16 de Agosto de 1920 em Andernach, na Alemanha.
Sua obra obscena e estilo coloquial, com descrições de trabalho braçal, bebedeiras e relacionamentos baratos, fascinaram gerações de jovens à procura de uma obra com a qual pudessem se identificar.
Teve problemas com  alcoolismo e trabalhou como carteiro, operário e motorista de camião apesar de ter estudado jornalismo sem nunca se formar .
Bukowski tem sido erroneamente identificado com a Geração Beat,  por certos temas e estilo similar, mas sua vida e obra nunca mostraram essa inclinação. A cidade de Los Angeles, suas ruas e atmosfera, foram sua principal influência, tratando de histórias com temas simples, misturando por exemplo corridas de cavalo, prostitutas e música clássica. Ele escreveu mais de 50 livros, sem contar milhares de publicações baratas.
Uma de suas principais actividades durante anos foi a leitura de suas poesias em universidades e eventos culturais. Sua leitura debochada às vezes provocava escândalos e desordem com a plateia, algumas delas registadas em áudio.



                                                                   
Nunca me senti só. Gosto de estar comigo mesmo. Sou a melhor forma de entretenimento que posso encontrar.


                                                                       
Por que há tão poucas pessoas interessantes? Em milhões, por que não há algumas? Devemos continuar a viver com esta espécie insípida e tediosa? O problema é que tenho de continuar a me relacionar com eles. Isto é, se eu quiser que as luzes continuem acesas, se eu quiser consertar este computador, se eu quiser dar descarga na privada, comprar um pneu novo, arrancar um dente ou abrir a minha barriga, tenho que continuar a me relacionar. Preciso dos desgraçados para as menores necessidades, mesmo que eles me causem horror. E horror é uma gentileza.
                                                                                  



Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali.

                                                                                 



Há bastante deslealdade, ódio, violência, absurdo no ser humano comum para suprir qualquer exército em qualquer dia. E o melhor no assassinato são aqueles que pregam contra ele. E o melhor no ódio são aqueles que pregam amor, e o melhor na guerra, são aqueles que pregam a paz. Aqueles que pregam Deus precisam de Deus, aqueles que pregam paz não têm paz, aqueles que pregam amor não têm amor. Cuidado com os pregadores, cuidado com os sabedores. Cuidado com aqueles que estão sempre lendo livros. Cuidado com aqueles que detestam pobreza ou que são orgulhosos dela. Cuidado com aqueles que elogiam fácil, porque eles precisam de elogios de volta. Cuidado com aqueles que censuram fácil, eles têm medo daquilo que não conhecem. Cuidado com aqueles que procuram constantes multidões, eles não são nada sozinhos. Cuidado com o homem comum, com a mulher comum, cuidado com o amor deles. O amor deles é comum, procura o comum, mas há genialidade em seu ódio, há bastante genialidade em seu ódio para matar você, para matar qualquer um. Sem esperar solidão, sem entender solidão eles tentarão destruir qualquer coisa que seja diferente deles mesmos.


                                                                                



Se você for tentar, tente de verdade. Caso contrário nem comece. Isso pode significar perder tudo. E talvez até sua cabeça. Isso pode significar não comer nada por três ou quatro dias. Isso pode significar congelar num banco de praça. Isso pode significar escárnio, isolamento. Isolamento é uma dádiva. Todo o resto é teste da sua resistência. De quanto você realmente quer fazer isso. E você vai fazer isso, enfrentando rejeições das piores espécies. E isso será melhor do que qualquer coisa que você já imaginou. Se você for tentar, tente de verdade. Não há outro sentimento melhor que isso. Você estará sozinho com os deuses. E as noites vão arder em chamas. Você levará sua vida directo para a risada perfeita. Esta é a única briga boa que existe.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Bukowski




sábado, 29 de outubro de 2011

Eduardo White - song by Cheikh Lo




Meu amigo Eduardo White, da noite andarilho, de imaginações formado,  fez seu blog e faço questão de o referenciar, render-lhe minha singela homenagem, ele que é para mim o maior poeta vivo do meu País e um dos maiores da língua portuguesa...
Quelimanense, maputense de vivência, atento e lúcido, passageiro das naus que apuram a sensibilidade, improvável e irónico...
Do seu blog retirei esta pérola da letras...


                                          
                                                                          Pois...


Um homem é velho e está sentado sobre o seu analfabetismo. No entanto, escreve sobre um jardim. Palavras que, desconhecendo, o tornam belo pela pequena tesoura minuciosa com que apara as flores que as compõem. Um homem velho, suado na velha camiseta, vai, assim, perfumando a escrita. Pergunto-lhe: Que escreve? Flores, é como me responde curvado até aos enrugados dedos acariciando as palavras que vão crescendo. Fico ali, parado, olhando-o do analfabeto que agora sou. Um homem escreve flores e cores e perfumes, sentado e descalço e dentro da pobreza que veste. Fantástico, penso, este velho que alguma magia certamente o tem cantado por dentro. E as flores riem, pequenas e verdes e brancas e por um vermelho que lhes foge pelo bordo das folhas. Eu adapto-as, diz-me ele. Não percebo, respondo-lhe. Eu adapto estas flores a estas letras porque não são próprias para as palavras. São tenras e, sendo assim, os insectos comem a minha escrita. Sou o profundo espanto. Um homem escrevendo com flores e insectos comendo o que fica tão ternamente escrito nelas. Ele percebe este susto que revela, admirado, o meu rosto. Escrevo com flores faz muitos anos, mas nunca soube ler. Diz-me. Só mesmo as flores é que eu consigo entender. E um riso desce, então, pela boca do velho dobrado pela hérnia discal que agora noto e vem cumprimentar-me a mão com que eu redijo no computador. Não flores como eu gostaria que fosse, mas a ignorância total e a absoluta certeza de que jamais o saberei fazer. Ao nosso lado, uma criança abre a janela de sua casa e grita: Bom dia galinhas, enquanto um galo canta arrebatador agradecendo o cumprimento. Que lugar será este donde vejo tudo isto?

http://dancarcomachuva.blogs.sapo.pt/


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O louco - Kahlil Gibran - song by Tanya Stephens

         
  Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:

            Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. 
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
Assim me tornei louco. 
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós

.

Freakytime - song by Pink Floyd



  O tempo,  é só tempo porque inventaram-no , isso não existe, apenas existimos  como tudo existe, sem explicação sem lógica e sem sentido, apenas vagamos...
Olhar o espelho, ver o rosto da vida que foi passando e não saber o caminho, nem onde se encontra o dito, nem mesmo quanto tempo passou, se o tempo passa realmente, ou se ele ao menos existe...
Viver é simplesmente ir caminhando e se não tivermos cuidado de repente estamos transformados numa coisa, arrumados num estereotipo e ai pesaremos os momentos, não perceberemos que tudo é vago como as marcas de água indeléveis que sinalizam teus passos ...
Como é bom gostar das mesmas coisas que definitivamente escolhi quando me transformei no Eu consciente dos meus não quereres, e isso foi há tanto tempo,ou será que é intemporal e sempre foi ?
Olho a volta e tenho vontade de me divertir com a vida, apetece-me sim continuar a festejar e a ter dúvidas sobre as mesmas coisas, as mesmas dúvidas de sempre...
Junto das gerações bem mais recentes, daqueles que estão irremediavelmente felizes como eu fui e continuo sendo, nessa idade mágica da espontaneidade, da irreverência e das visões poéticas sobre tudo ...sou igualzinho a eles, intemporal... e não me surpreendo.
A tragédia do envelhecimento só poderá ser o permanecer jovem  para alguns, para aqueles sem idade, aqueles que vão vagando e olhando a humanidade com lucidez, percebendo que não passamos todos de desinformados  acerca das razões todas e como tal expectantes...que continuam mesmo sabendo que jamais  entenderão ...
Para quê querer jogar a vida como se fosse o jogo do  monopólio, como se ela fosse uma carreira profissional, programando o futuro como se a vida se reflectisse na constituição duma fortuna, duma imagem projectada ou mesmo numa família??
Na exposição do Eu, o segredo que deve ser escondido e o mais guardado possível, as regras são tão subjacentes que vivemos representando essa luta, o interior e o exterior, o que se exige que seja transmitido de nós ao exterior, crianças representando o papel de adultos, esses actores inconscientes ..nunca entendendo que o Eu é o espelho da tua cara, dos teus quereres...
Se fechar os olhos adormecer e sonhar ao acordar não saberei a idade que tinha no sonho...
Lá donde venho, desse mundo etéreo e desconhecido do subconsciente o dos sonhos,  não sei em que estágio estive nem o porquê de ter lá estado...
Somos imigrantes no planeta, vimos de lá donde não chegam informações, chegamos amnésicos e por aqui nos vamos reinventando...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Perseguindo sonhos - song by The Brand New Heavies


Eu venho perseguindo meus sonhos a vida inteira, realizando alguns outros não...
Não concebo a vida de uma forma que não seja a de sonhar e tentar realizar meus sonhos; não é fácil e por isso mesmo se apelidam de sonhos, mas que sabor tem a vida se nós não equacionarmos  conseguir o que gostamos, chegar onde queremos?
Muitos perseguem os seus sonhos uma vida inteira e morrem sem conseguir alcança-los, mas a vida deles não foi em vão...viveram a emoção de sonhar e perseguir esse sonho, tentaram realizar esse anseio.
Pior do que sonhar e não realizar nenhum sonho, é viver sem essa emoção, conformado com a realidade, aceitando a rotina que a vida lhe ofertou, sem criatividade, como quem beija sem paixão.
Eu acredito que a perseverança é a ferramenta principal para se realizar um sonho, só com muita perseverança, teimosia e paixão se poderá chegar lá !
Conseguir tornar o sonho realidade é uma emoção sublime, é o maior afago que o Ego poderá receber, é o sorriso mais brilhante da alma ...
Sonhem, não desistam de perseguir vossos sonhos !!
Vivo a sonhar e estou quase, quase, a realizar o mais desejado por agora; depois de realizar este vou  continuar sonhando, perseguindo sonhos...

                                                   
                                                      I HAVE A DREAM...

Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu carácter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação numa bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos,  ir presos juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livres. Esse será o dia, esse será o dia em que todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.

Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,

De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.

Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.

Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.

Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.

Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.

Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.

Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.

Em todas as montanhas, ouvir-se á  o sino da liberdade.
E quando isso acontecer, quando nós permitirmos que o sino da liberdade soe, quando nós deixarmos ele soar em todas as casa,  em todos vilarejos, em todo o estado e em toda as cidades, nós poderemos celebrar esse dia com todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, e todos poderão unir as mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:

"Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal.

28 de agosto de 1963

Martin Luther King Jr.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Questionamentos - song by Luciano



Interessante ouvir dizer que as pessoas que pensam de modo diferente daquele que é o pensamento vigente, estão a querer destabilizar, estão a querer dividir ...
A evolução só acontece precisamente quando se discutem pontos de vista diferentes e se procura a melhor solução, ninguém é dono da verdade, ninguém é dono de ninguém e como soi dizer-se " a minha liberdade termina onde começa a tua".
Quando as pessoas falam, quando os nossos olhos vêm, quando a realidade fala por si, não vale a pena se esconder o lixo debaixo do tapete, melhor seria sim exorcizar essa realidade cruel e partir-se para uma atitude mais nobre e buscar  justiça a qualquer preço.




É muito difícil para quem se acha dono aceitar que os que o rodeiam possam pensar de modo diferente e  contestarem a sua gestão.
Os tempos são outros, vivemos num mundo e num presente de mudanças radicais, é tempo de acordarmos para a realidade e reivindicarmos os nossos direitos.
O tempo do medo já passou, o tempo é de mudança de mentalidade, de mudança de atitude !!!
Os maneirismos intimidatórios do passado neste momento são absolutamente uma afronta ao sentido de liberdade conseguido; o vento sopra e bem forte, tentem pará-lo com as mãos,tentem !!! .

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Dignidade - song by Mart'nália




Diz NÃO à liberdade que te oferecem, se ela é só a liberdade dos que ta querem oferecer. Porque a liberdade que é tua não passa pelo decreto arbitrário dos outros. 
 
Diz NÃO à ordem das ruas, se ela é só a ordem do terror. Porque ela tem de nascer de ti, da paz da tua consciência, e não há ordem mais perfeita do que a ordem dos cemitérios. 
 
Diz NÃO à cultura com que queiram promover-te, se a cultura for apenas um prolongamento da polícia. Porque a cultura não tem que ver com a ordem policial mas com a inteira liberdade de ti, não é um modo de se descer mas de se subir, não é um luxo de «elitismo», mas um modo de seres humano em toda a tua plenitude. 
 
Diz NÃO até ao pão com que pretendem alimentar-te, se tiveres de pagá-lo com a renúncia de ti mesmo. Porque não há uma só forma de to negarem negando-to, mas infligindo-te como preço a tua humilhação. 
 
Diz NÃO à justiça com que queiram redimir-te, se ela é apenas um modo de se redimir o redentor. Porque ela não passa nunca por um código, antes de passar pela certeza do que tu sabes ser justo. 
 
Diz NÃO à verdade que te pregam, se ela é a mentira com que te ilude o pregador. Porque a verdade tem a face do Sol e não há noite nenhuma que prevaleça enfim contra ela. 
 
Diz NÃO à unidade que te impõem, se ela é apenas essa imposição. Porque a unidade é apenas a necessidade irreprimível de nos reconhecermos irmãos. 
 
Diz NÃO a todo o partido que te queiram pregar, se ele é apenas a promoção de uma ordem de rebanho. Porque sermos todos irmãos não é ordenarmo-nos em gado sob o comando de um pastor. 
 
Diz NÃO ao ódio e à violência com que te queiram legitimar uma luta fratricida. Porque a justiça há-de nascer de uma consciência iluminada para a verdade e o amor, e o que se semeia no ódio é ódio até ao fim e só dá frutos de sangue. 
 
Diz NÃO mesmo à igualdade, se ela é apenas um modo de te nivelarem pelo mais baixo e não pelo mais alto que existe também em ti. Porque ser igual na miséria e em toda a espécie de degradação não é ser promovido a homem mas despromovido a animal. 



E é do NÃO ao que te limita e degrada que tu hás-de construir o SIM da tua dignidade.
Vergilio Ferreira

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O grupo Anonymous - song by Stranglers



O Admirável Mundo Novo de Huxley está aí...
Os novos anarquistas, os ciber-guerrilheiros, o mundo já não é mais um lugar seguro, os inimigos combatem-se no éter, no ciber-espaço...


Uma visita ao website do grupo que se mobiliza em defesa de Julian Assange e seu Wikileaks, explica sua origem, quem são, como agem, e como participar.
Eis alguns dos esclarecimentos encontrados no website.
– Quem é Anonymous?
Somos uma colecção de indivíduos unidos por ideias. Somos seus irmãos e irmãs, seus pais e seus filhos, seus superiores e seus subordinados. Somos cidadãos interessados, a seu lado. Anonymous está em toda parte e em lugar nenhum. Nossa força está nos números. Nova vontade como um todo é a conjunto da vontade dos indivíduos.  Somos anónimos. Você também pode ser anónimo. Juntos, podemos mudar a sociedade.
- Por que usamos máscara?
A principal razão para as máscaras é a protecção da nossa identidade. Afinal, como poderíamos ser anónimos se expuséssemos nossas faces para o mundo? Uma segunda razão é a protecção de nossas vidas e nosso sustento.
- Como é a organização?
Anónimos é composta por pessoas de todas as esferas da sociedade e não tem hierarquia rígida nem liderança. Nossa organização é formada inteiramente por meio da acção voluntária e da colaboração de indivíduos, muitos dos quais não se conhecem directamente. Através do uso de canais públicos de comunicação, tais como [irc: / / irc.whyweprotest.net IRC (Internet Relay Chat)], fóruns e Wiki websites, os planos são elaborados por indivíduos e grupos unidos por um objectivo comum. Se os outros são inspirados por sugestões propostas por um agrupamento específico, Anonymous passa a agir como um todo.
A liderança do Anonymous é inexistente. Não existe ninguém no controle. Não estamos sob influência de nenhum indivíduo ou organização. Somos orientados apenas pelas decisões do todo. A orientação vem da mensagem, não do indivíduo.
- Quão séria é a organização?
Nossos objectivos são sérios e devem ser alcançados de maneira totalmente agradável. Para tanto, incentivamos o canto, música e animação geral em nossas demonstrações públicas. Assuntos sérios não impedem o bom humor. Nossa abordagem leve nos ajuda a manter a perspectiva, e ajuda a lembrar o grupo para que mantenha a calma. Como o confronto violento não é o nosso objectivo, fazemos o possível para manter a serenidade quando chegam nossos opositores. Esta é também a razão pela qual nós gravamos tudo que fazemos.
Quando ficamos de bom humor, nosso senso de perspectiva nos mantém seguros.


A CNN publicou uma conversa que manteve com um dos anónimos, na qual ele diz que a Operation Payback (Operação Vingança ou Operação Retaliação, como queiram) teve início como uma demonstração contra tudo que as pessoas não conseguiam mudar por meios legais. O anónimo disse também que o principal objectivo do grupo é a liberdade de informação. Toda e qualquer informação.
As acções do Anonymous são efectuadas utilizando diversos computadores – computadores de anónimos.
Gregg Housh, um activista baseado em Boston, que está apenas monitorizando as actividades do grupo, diz na reportagem da CNN que “Tudo que você tem que fazer é mandar um email para o Anonymous” dando permissão para que eles usem o seu computador. “Eles então conectam o seu computador com outros que já consentiram, e usam a força colectiva das máquinas para lançar os ataques.”

http://en.wikipedia.org/wiki/Anonymous_%28group%29

sábado, 15 de outubro de 2011

Terrakota - World Massala



Conheço há pouco tempo este grupo, foi o meu brother Miguel Rego que me passou e não fazia ideia da ousadia e seriedade deste projecto .
Muito bom, com alguns temas menos conseguidos mas no computo geral positivo !!

 O projecto Terrakota é uma banda de música portuguesa com uma sonoridade diversificada da África negra, das Caraíbas, Índias e Oriente . 
Têm como ponto de partida a música orgânica da África Negra, misturada com as sonoridades frescas das Caraíbas, das Índias e do Ocidente.
Nos Terrakota, a variedade de ritmos é a palavra-chave que permite transpor a energia de Romì, Junior, Alex, Francesco, David, Humberto e Nataniel, os sete elementos que constituem a banda. 
Por isso mesmo, essa fusão de influências reggae, sons do sahel, música mandinga, wassolou, chimurenga sound, música árabe, ritmos afro-cubanos ou soukous impõe o uso de uma grande variedade de instrumentos, provenientes dos vários pontos do globo - desde as congas ao djambé ou didjeridoo, além dos habituais baixo, guitarra e bateria.


O single "Bolomakoté" saiu na colectânea Optimus 2001.
O seu primeiro disco, com nome homónimo e lançado em 2002, foi fruto de dois anos de trabalho.
Em 2004 lançam o álbum Humus Sapiens  em 2007 o seu terceiro álbum Oba Train e finalmente em 2010 World Massala.