
Já choveu muito no passado recente e o povo paupérrimo morreu e empobreceu demais...
Obras duvidosas foram feitas para que não se repetisse a tragédia e as cheias tudo levaram de novo...
Nascem crianças nas árvores e nos tectos das casas, dormem multidões nas bermas das estradas...
elas bebem a água assassina das cheias e comem os cadáveres do gado afogado, a vida se transforma em morte e a morte no inferno na terra...
As estradas cortadas, milhares sem tecto, os mortos ainda à deriva pelos campos alagados onde se misturam os cadáveres de animais e os de seres humanos...
Fome, abandono, doença e tristeza dominam o estado de milhares de moçambicanos órfãos de um País que os não protege, que não se preveniu para que estas situações não se repetissem...
Pelo menos uma organização eficiente e operativa no imediato poderia ter sido preparada...
Não, são outras as prioridades e este povo do vazio se enche de águas diluvianas até ao último suspiro!
A mão estendida e a fotografia de ocasião são as reacções de aproveitamento nos mídia e não as mangas arregaçadas e actos de emergência com a presença engajada no terreno ou o orgulho de terem aprendido com as últimas cheias e terem a situação controlada, não, outras festas e regabofes afins são mais importantes...
O triunfo dos porcos que não morrem nas cheias, o sorriso rapace de quem come e bebe o sangue do povo vampiristicamente, escondidos atrás da falta de vergonha nos discursos de ocasião eles ao invés do povo, sobrevivem a todas as calamidades.
O hip hop é uma forma de gritar as injustiças e a música não desfaz a indignação, a revolta e a tristeza...apenas serve para tornar tudo isso um pouco mais leve.
O apelo dramático do meu amigo Stewart, músico moçambicano...https://www.facebook.com/photo.php?v=10152188294535961