domingo, 5 de agosto de 2012

Surreal_jazzmente











Lá ao longe a pequena figura surge e se aproxima em crescendo...desabitante de si vem vindo sem saber se voltará alguma vez.










O  jazz de Paul Brown & Marc Antoine faz o seu caminhar ritmado soltar notas musicais e sem sentir caminha absorto, caminha sabendo que não acontecerá nada em Dezembro de 2012, nem mais nada acontecerá para além do imprevisível .
 Possesso de tédio  chega finalmente ao lago do que não é previsível , a temperatura está amena , um crocodilo se achando  dorme de barriga para o ar, confiante, enquanto isso o pescador a seu lado remenda as redes velhas com que vem sonhando apanhar cardumes improváveis ..







Solta a jangada e num instante já flutua pelo lago, não deixa que as águas lhe molhem a apatia, precisa de permanecer seco , a tarde vai caindo e com ela a temperatura e a mascara inexpressiva da sua indiferença  ...
Avista a cabana na pequena ilhota dos desapontamentos e uma luz ténue de esperança ilumina subtilmente o cenário, não se vê ninguém, ali só se permite a solidão , a solidão intransponível de cada um.
Olhando a lua diminuída, coloca seus phones e  quando Najee começa a soprar o sax a lua  se encanta e   fica cheia e enorme...e azul.
 Um arco íris explode dentro do seu cérebro e tudo fica mais imprevisível...









Dançando com swing, é uma silhueta ritmada na enluarada  ilha das desilusões.
 Sacudida pela dança  a mente baralhada de tantas incertezas, ao ritmo do jazz de Jessie J vai-se encaixando, incerteza em certeza, como peças de  um puzzle...
Uma estrela cadente risca o céu no momento em que ele risca um fósforo para acender a beata e outros recantos do pensamento despertam, se iluminam...
Perto da meia noite e depois dum serão maravilhoso de solitude involuntária e que se esperava de resultado imprevisível, apaticamente e em paz dirigiu-se para a porta da cabana.











Tocou no botão da suposta campainha e alguns segundos depois e sem estar à espera, abriram-se duas portas e ele entrou num elevador.
Carregou na tecla do rés do chão e respirou fundo, se preparou para regressar ao mundo real, olhou para o relógio e só teria autocarro para casa ás 04H30...
O som de Richard Elliot traz o saxofone desta vez para a estação vazia, donde nunca saiu nenhum autocarro nem será previsível que  alguma vez saia ....e ao fundo na vitrine enegrecida de fuligem um poster velho,  um crocodilo  dorme de barriga para o ar, confiante, enquanto isso o pescador a seu lado remenda as redes velhas .....



   

1 comentário:

  1. Não é boba a lua, heim? Até eu ficaria cheia de charme se brindada com maravilha de música assim.

    É bom poder ver a noite pelos olhos do homem que espia o crocodilo a se achar, deitado de barriga para o ar, enquanto o velho pescador remenda a sua rede... É muito bom!

    Beijo, querido Tony.

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