sábado, 23 de setembro de 2017

O amor de Sumbi







         
                                                                            jasmim do oriente













Essa leveza flui naturalmente quando as almas sorriem.
Às flores basta-lhes a cacimba da noite para de dia, exuberantes, perfumarem
 em coloridos tons florais, os passos dos que se amam.












Emocionados, de mãos dadas acariciam com as pontas dos dedos
os corações que se aconchegam .
Aureolados de uma plenitude macia e doce,
como o prazer terno que se sente ao afagar um pelo macio demais, 
os olhos sorvem o amor dos olhos nos olhos que se tocam, telepáticos...













Lânguidos movimentos que se querem perpétuos, nesse escorrer do mel pelos
lábios que se beijam, dessas almas que se tocam com uma delicadeza titubeante que só o desejo interrompe na sua urgência de arder...










Como é bom sorrir por dentro, gritar para o mundo ouvir que não se é mais triste não,
que afinal, mesmo tardando o amor verdadeiro chega e faz nascer em mim uma vontade louca de poetizar....











Escrever o que não é angústia, é um desafio do coração que já não é e não quer mais ser triste. 
A paixão pelas palavras não morreu quando fiquei feliz, preciso saber se elas terão sabor e texturas doces na mesma dimensão em que já foram amargor, desilusão e lágrimas...










quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Nine Inch Nails e Shelley




























                                      Ozymandis


Eu encontrei um viajante de uma terra antiga
Que disse:—Duas gigantescas pernas de pedra sem torso
Erguem-se no deserto. Perto delas na areia,
Meio afundada, jaz um rosto partido, cuja expressão
E lábios franzidos e escárnio de frieza no comando
Dizem que seu escultor bem aquelas paixões leu
Que ainda sobrevivem, estampadas nessas partes sem vida,
A mão que os zombava e o coração que os alimentava.













E no pedestal estas palavras aparecem:
"Meu nome é Ozymandias, rei dos reis:
Contemplem minhas obras, ó poderosos, e desesperai-vos!"
Nada resta: junto à decadência
Das ruínas colossais, ilimitadas e nuas
As areias solitárias e inacabáveis estendem-se à distância.

Shelley