sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Outono com Ella e Louis






                                                                                         pintura de Leonid Afremov














Outono
uma folha amarelada tomba no ombro
resvala para o chão
um tapete de frutos podres
folhas e o cheiro da terra

O sol sorri ainda de peito alçado
o calor finge que ainda não se recolheu
no coração que bate feito savana
a planície vibra e irradia 







No Outono
o sol vermelho tinge o pensamento
o aceno ao sul e às monções é instintivo
Parto o cálice da fantasia e inspiro o cair da tarde
com amor e gáudio
Outono
a noite nítida erigirá altares e cantaremos
à neblina e aos nevoeiros
Afinal não é a beleza a mais perfeita invenção dos olhos da alma?








Outono
quando as luzes se acendem
como numa paleta de cores
misturam-se à luz do dia
encenam então oscilações laranja pálido a desbotar
e nós
poderemos dançar a queda das folhas ou encurvar os ombros e continuar...







Outono
Pássaros há que solfejam as rimas do acasalamento
ninhos mais quentes, tempos de menos comer
Alegremo-nos
tem pássaros que fogem do frio do norte
o canto noturno do rouxinol
no silêncio perfeito da noite
a beleza do canto
desdiz o mito
do calor da savana mais a sul
Outono






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