Impressiona-me mais do que qualquer razão que nos esteja a levar para a guerra, a falta de urgência! Não se vê, (e já lá vão dois anos que a situação politica começou a feder), nenhuma urgência para resolver este assunto que está a destruir as vidas de milhões de moçambicanos. Tem sido um ruminar de estratégias, passam-se semanas, meses, anos, e a vida tem continuado como se não estivesse a acontecer nada!
O tempo passando e o tecido social a ficar puído, a esgaçar, a rasgar-se. Vamos soçobrando feitos um farrapo! Sim, somos um farrapo que
desistiu de ser gente, abdicamos da nossa dignidade e nos acobardamos, como
galinhas vamos continuando a esgravatar nas migalhas que vão ficando pelo chão,
relegamos a nossa existência nas mãos de quem vive num mundo surreal, num mundo
falso, deixamos que oligarquias ricas nos embalem com relatos de agendas cheias
de compromissos, de discursos de estratégias, de promessas de guerra e de
promessas de entendimento, de verdades feitas de mentiras, e acima de tudo para
nossa desgraça, vamos testemunhando esta desenvergonhada, enraizada, FALTA DE
VONTADE!
Não pode haver vontade enquanto os interesses privados se
sobrepuserem ao interesse de todos. A questão aqui é o timing, aqui a situação
não justifica uma atitude drástica, o problema é minimizado à condição de uns
arrufos dum cidadão rebelde que não sabe perder e que como numa birra de
criança, que depois de berrar, chorar, bater com os pés no chão, percebe que
não leva nada e simplesmente desiste; para estes graúdos a tensão militar
também passará. É tudo uma questão de tempo , e a vida continuará perfeita e
radiosa. Não! Não passará e se calhar este vai e não vai poderá durar décadas,
arrastar-se por tempos imemoriais... Depende tudo da forma como se for
resolvendo o pagamento dos interesses dos envolvidos. Ou então uma guerra
eclodirá e não quero nem imaginar o que serão esses tempos se isso acontecer!
Que os Deuses todos nos protejam de uma guerra!
Não acredito mais nos nossos políticos, eles não são mais do
que estrangeiros na nossa terra, não vivem como nós, nem vivem entre nós, vivem
no outro lado de Moçambique que é vedado à maioria dos moçambicanos.
Para mim, a situação
é de tal modo volátil que exige que a sociedade civil pressione o governo, os
partidos da oposição e os seus lideres, e que estes mediados por uma equipa de
individualidades idóneas, comprometida com a paz, forte, entrem numa sala e de
uma vez por todas lavem essa montanha de roupa suja de sangue. Mais, só deverão
esses senhores sair dessa sala, quando tiverem chegado a um acordo sério e
aplicável no imediato.
Não vejo outra forma
de podermos resolver este assunto. A guerra sempre à espreita e a inércia dos
que têm o poder de resolver são espectros que estão a fazer com que a paciência
de um povo inteiro que está condenando diariamente a mais sofrimento, se comece
a esgotar. Não vêm ou não querem ver, que estão a hipotecar o futuro e a
existência de um povo. Sentem-se e trabalhem!
Não é um pedido é uma exigência! Senão arranjaremos outros representantes
do povo que queiram verdadeiramente nos representar e lutar, na defesa dos
nossos direitos !
É muito triste ler tudo isso, principalmente a falta de perspectiva e como você bem falou, a falta de vontade de quem bem poderia já ter ajeitado a situação há muito tempo. O povo deveria, sempre, ser o senhor do seu destino e arrancar os pulhas pela raiz quando estes não fizessem o seu dever.
ResponderEliminarQue se abra um horizonte novo e bom para todo o Moçambique.
Abraços.
Olá, gostei muito do blog!
ResponderEliminarTambém tenho um onde coloco algumas poesias minhas.
Poderia visitar?
http://wordsbyalonelyguy.blogspot.com.br