A música e as palavras fazem parte de mim.
Quero ouvir, dividir e respirar música...
e as palavras que dizem, quero-as como pinceladas alegres ou amargas, luminosas ou escuras, quero-as verdadeiras...
(...) A morte (ou a sua alusão) torna os homens delicados e patéticos. Estes comovem-se pela sua condição de fantasmas. Cada acto que executam pode ser o último. Não há um rosto que não esteja por se desfigurar como o rosto de um sonho. Tudo, entre os mortais, tem o valor do irrecuperável e do perdido. Entre os Imortais, pelo contrário, cada acto (e cada pensamento) é o eco de outros que no passado o antecederam, sem princípio visível, ou o claro presságio de outros que, no futuro, o repetirão até à vertigem. Não há coisa que não esteja perdida entre infatigáveis espelhos. Nada pode ocorrer uma só vez, nada é primorosamente gratuito. O elegíaco, o grave, o cerimonial, não contam para os Imortais. Homero e eu separamo-nos nas portas de Tânger. Creio que não nos despedimos.
Madiba faz hoje 94 anos e o mundo celebra o homem integro, o exemplo vivo de verticalidade e de entrega total a uma causa que no seu caso não foi pequena, foi somente a luta de libertação do seu povo . Para tal esteve preso 27 anos e depois de libertado foi eleito presidente do seu país, perdoou aos seus algozes e conduziu a África do Sul para um caminho que se dizia quase impossível, o da paz e da reconciliação... ...e mais, contrariamente ao que é usual em África, no fim do seu mandato retirou-se e deu lugar a outro, num exemplo puro de não apego ao poder !!! Long life to you Madiba !
"Ser pela liberdade não é apenas tirar as correntes de alguém, mas viver de forma que respeite e melhore a liberdade dos outros."
"Eu aprendi que a coragem não é a ausência de medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas aquele que conquista por cima do medo."
"Se falares a um homem numa linguagem que ele compreenda, a tua mensagem entra na sua cabeça. Se lhe falares na sua própria linguagem, a tua mensagem entra-lhe directamente no coração."
"Será que alguém pensa genuinamente que se não conseguiu algo foi por não ter tido o talento, a força, a resistência e a determinação nesse sentido?"
"Ninguém nasce a odiar outra pessoa devido à cor da sua pele, ao seu passado ou religião. As pessoas aprendem a odiar, e, se o podem fazer, também podem ser ensinadas a amar, porque o amor é mais natural no coração humano do que o seu oposto."
"Quando penso no passado, no tipo de coisas que me fizeram, sinto-me furioso, mas, mais uma vez, isso é apenas um sentimento. O cérebro sempre domina e diz-me: tens um tempo limitado de estada na Terra e deves tentar usar esse período para transformar o teu país naquilo que desejas."
Ao subir à noite ao terraço de um arranha-céu altíssimo e aflitivo, pude tocar a abóboda noturna e num ato de amor extraordinário apoderei-me de uma estrela celeste. Era uma noite negra e eu deslizava pelas ruas com a estrela roubada no meu bolso. De trêmulo cristal parecia e era num átimo como se levasse um pacote de gelo ou uma espada de arcanjo na cintura.
Guardei-a, temeroso, debaixo da cama para que ninguém a descobrisse, sua luz porém atravessou primeiro a lã do colchão, depois as telhas, e o telhado da minha casa. Incômodos tornaram-se para mim os afazeres mais comuns. Sempre com essa luz de astral acetileno que palpitava como se quisesse retornar para a noite, eu não podia dar conta de todos os meus deveres cheguei a esquecer de pagar as minhas contas e fiquei sem pão nem mantimentos.
Enquanto isso, na rua, se amotinavam transeuntes, boêmios vendedores atraídos sem dúvida pelo insólito clarão que viam sair de minha janela. Então recolhi outra vez minha estrela, com cuidado a envolvi em um lenço e mascarado entre a multidão passei sem ser reconhecido.
Tomei a direção oeste, rumo ao rio Verde, que ali sob o arvoredo flui sereno. Peguei a estrela da noite fria e suavemente lancei-a sobre as águas. E não me surpreendeu notar que se afastava como peixe insolúvel movendo na noite do rio seu corpo de diamante.
Esta é a música que estamos a passar, misturada pelo maravilhoso iTunes , esse instrumento que mudou a forma de nos relacionarmos com a musica que gostamos, enquanto os ecrãs mostram o campeonato mundial de atletismo juniores... é calmo o inicio de noite de sábado...
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Vivam a vida e curtam o seu lado positivo o mais intensamente que puderem !!!
Os caminhos que vamos percorrendo são uma mistura de trilhos feitos de pedras duras, ásperas, que nos ferem os pés e de campos de erva tenra, de areia da praia macia e fácil de caminhar ... Qual a escolha mais acertada, qual dos dois o levará aonde quer chegar?
Todos os dias aprendemos algo e crescemos como pessoas ou erramos, nos enganamos e regredimos ou não passamos da cepa torta; o acaso reina absolutamente sobre qualquer plano ou desejo interiormente acalentado... Porque teima ele em pensar que pode realizar os seus anseios apenas porque quer e porque luta abnegadamente por conseguir?
Mandar tudo para o espaço, incluindo ele próprio...é o que no fim acaba lhe apetecendo...e com razão, digo eu !!
Os factores adversos do acaso têm-se sobreposto aos positivos estes também decididos pelo acaso, pelo que ele não tem hipótese de realizar nada daquilo que quer, apenas pode querer e só realizará se o prepotente acaso assim o entender ...
Quero ignorado, e calmo Por ignorado, e próprio Por calmo, encher meus dias De não querer mais deles.
Aos que a riqueza toca O ouro irrita a pele. Aos que a fama bafeja Embacia-se a vida.
Aos que a felicidade É sol, virá a noite. Mas ao que nada 'spera Tudo que vem é grato.
Do que quero renego, se o querê-lo Me pesa na vontade. Nada que haja Vale que lhe concedamos Uma atenção que doa. Meu balde exponho à chuva, por ter água. Minha vontade, assim, ao mundo exponho, Recebo o que me é dado, E o que falta não quero.
O que me é dado quero Depois de dado, grato.
Nem quero mais que o dado Ou que o tido desejo. Fernando Pessoa (Ricardo Reis)
Constatar, assim mesmo... Ficar lúcido com delay, assim como não querendo tipo um tingir liquido de azuis, depois azul mais escuro e de novo os azuis mais claros, agora a clarearem até tudo ficar alvo, branco, límpido...cheio de luz! never ending history... as portas da percepção atravessadas sem surpresa... o nirvana particular aprofundado num só átomo, mais suculento, os caminhos opostos se aproximando em Zen , sossegando...
Nenhum ser nos foi concedido. Correnteza apenas Somos, fluindo de forma em forma docilmente: Movidos pela sede do ser atravessamos O dia, a noite, a gruta e a catedral
Assim sem descanso as enchemos uma a uma E nenhuma nos é o lar, a ventura, a tormenta, Ora caminhamos sempre, ora somos sempre o visitante, A nós não chama o campo, o arado, a nós não cresce o pão
Não sabemos o que de nós quer Deus Que, barro em suas mãos, connosco brinca, Barro mudo e moldável que não ri nem chora, Barro amassado que nunca coze
Ser enfim como a pedra sólido! Durar uma vez! Eternamente vivo é este o nosso anseio Que medroso arrepio permanece apesar de eterno E nunca será o repouso no caminho
Hermann Hesse
Tudo se me evapora.
A minha vida inteira, as minhas recordações, a minha imaginação e o que contém, a minha personalidade, tudo se me evapora.
Continuamente sinto que fui outro, que pensei outro. Aquilo a que assisto é um espectáculo com outro cenário.
E aquilo a que assisto sou eu.
Encontro às vezes, na confusão vulgar das minhas gavetas literárias, papéis escritos por mim há dez anos, há quinze anos, há mais anos talvez. E muitos deles me parecem de um estranho; desconheço-me deles.
Houve quem os escrevesse, e fui eu.
Senti-os eu, mas foi como em outra vida, de que houvesse agora despertado como de um sono alheio.
Samora Machel proclamando a Independência de Moçambique
25 de Junho de 1975, estava lá no estádio da Machava, esperamos à chuva, agrupados ao estilo russo por Grupo Dinamizadores dos Bairros e a chuva a cair miúda, sem parar… depois já dentro do Estádio vi os recém chegados ilustres filhos da Pátria, a figura daqueles que na mata tinham lutado para que chegássemos aquele momento solene… ouvimos a voz carismática de Samora Machel a proclamar a nossa Independência … a bandeira de Portugal foi arriada e em êxtase hasteamos todos a nossa primeira bandeira, a de Nação Soberana, da República Popular de Moçambique, a nação nascia marxista -leninista !!! Muita coisa aconteceu e escrevemos a nossa história recente com sangue e com determinação.
Hoje somos mais maduros, temos mais tranquilidade para pensar e tomar decisões e somos a República de Moçambique, nação jovem, terra prometida para muitos, nossa terra onde ainda esperamos que seja profícua para os seus filhos… Manancial de possibilidades para o mundo inteiro mas ainda muito aquém do bem que poderia gerar na vida dos moçambicanos… Como diz o Mia Couto, existem muitos enriquecidos quando precisávamos sim era de ricos, geradores de riqueza, ricos por trabalho realizado, ricos que contribuem na criação de empregos, que constroem obra visível e com pertinência para o desenvolvimento do país, etc...
Vivi isso com os meus 17 anos e nesse momento inesquecível, como numa viagem psicadélica, sonhei a minha pátria essa pátria aqui evocada no poema de José Craveirinha, o nosso poeta-mor !!!!
SIA-VUMA
Enquanto instintivas andorinhas incansáveis fulgem as asas contra a taciturna saca azul engomada a pulso sobre nós com alcunha portuguesa de céu suburbaninhos largam-se à mecha dos pneus à mão ou pilotos analfabetizados mesmo assim guiam à pata os friendships de caixote SIA-VUMA!
E o nosso amor de homens descerra os olhos ao nu mais feminino de um par de pernas nacionais abertas na insolação viril do xigubo SIA-VUMA!
E noivas cingem aos rins a vertigem púrpura das capulanas e reprimem nos bantos corações uma a uma as missangas da tristeza e talham a dente a xicatauana da paciência que o tempo de amar não se extingue e na espera o longo sono excessivo do mais verdadeiro amor também compensa alucinante visão de um novo horizonte SIA-VUMA!
E carnudos gomos de lábios escarlates de virgindade nas nossas pálpebras boca e músculos tlhatlhuvem a verdade da coacta insónia do zampungana SIA-VUMA!
E não mais o lovolo e a estiva de manhã à noite sem o gozo comum dos sexos e coxas delas penetradas a invencíveis machos de liberdade SIA-VUMA!
E as maxilas das fêmeas a tin-gomas de desejo que nos mordam a carne no delírio indelével dos dentes e fembem-nos o torso e os punhos à lei dos tintlholos irados contra as maiúsculas das letras e algarismos nas blusas de contratados SIA-VUMA!
E o comboio dos magaízas será transporte escolar dos meninos da linha e os compondes celeiros do nosso milho SIA-VUMA!
E um círculo de braços negros, amarelos, castanhos e brancos aos uivos da quizumba lançada ao mar num amplexo a electrogéneo apertará o imbondeiro sagrado de Moçambique à música das timbilas violas, transístores e xipendanas SIA-VUMA
E dançaremos o mesmo tempo da marrabenta sem a espera do calcanhar da besta do medo a cavalo em nós SIA-VUMA!
E seremos viajantes por conta própria jornalistas, operários com filhas também dançarinas de ballet arquitectos, poetas com poemas publicados compositores e campeões olímpicos SIA-VUMA!
E construiremos escolas hospitais e maternidades ao preço de serem de graça para todos e estaleiros, fábricas, universidades pontes, jardins, teatros e bibliotecas SIA-VUMA!
E guiaremos as nossas charruas editaremos os nossos livros semearemos de arroz os nossos campos sintonizaremos a voz dos nossos emissores e bateremos também o crawl nas piscinas SIA-VUMA!
E ergueremos estátuas aos nossos técnicos estâncias para os nossos velhos estádios para os nossos jovens e represas alegóricas ao pai à mãe e ao filho não evocados nas maldições infinitas que devastaram a África SIA-VUMA!
E distribuiremos amuletos de aritmética e invocaremos o exorcismo dos altos-fornos a antropologia cultural de um changana a uma virgem maconde moçambicanamente e a lógica diesel das geradoras na Manhiça SIA-VUMA!
E armados de martelo e chaves-de-boca montaremos água canalizada no Xipamanine todo desviaremos o machimbombo 7 para a Polana e o machimbombo 2 da Polana para o Alto-Maé e controlaremos a lavra de quilovátios todos os dias semeando amperes no Chamanculo inteiro SIA-VUMA!
E inocularemos e nós para o mundo a vacina contra os vírus suásticos e pendurada exibiremos ao povo dos belos bairros a relíquia fóssil da gengiva de nojo dos que traírem o folclore deste poema SIA-VUMA!
E à propaganda deste abecedário inoxidáveis ao medo levantemo-nos ao acetileno das palavras insurrectos em massa SIA-VUMA!
E deixem em nós gerar-se irresistível a prole das sementes do beijo consanguíneo do Grande Dia SIA-VUMA!
Que um enxame de mãos em prece na orgia fantástica dos augúrios do nhanga há-de voltar deste exílio mais moçambicano connosco SIA-VUMA!
Passaram 37 anos e eu queria que o meu País fosse mais justo e que o objectivo de vida vigente, que é o de atingir a riqueza a qualquer preço, fosse substituído pelo nascer de uma consciência nacionalista e que nos preocupássemos mais em desenvolver os valores humanos e no ensinamento do sentido profundo do significado da pátria…
Queria também que aqueles que traçam o nosso futuro, não perdessem completamente o sentido da realidade e que conseguissem perceber o caminho por onde estão a levar um povo inteiro…
Que reflectissem com sentimento e com respeito…
O meu sonho de pátria mantém-se intacto e sei que encontraremos o nosso caminho, que as ervas daninhas serão arrancadas pela raiz e que definitivamente trilharemos esse almejado caminho do desenvolvimento, da justiça, da verdade…
Sou feliz por ter nascido aqui e por pertencer a este povo humilde, alegre, generoso e trabalhador…
Parabéns Moçambique, parabéns por termos conseguido nos mantermos e em paz, apesar dos pesares…
Aos trancos e barrancos vamos crescendo e vamos nos acertando…
Quando o juízo final chegar quero estar sentado na fila da frente e quero ser julgado...
vou dizer que passei por aqui sempre expectante e sempre disposto a ir mais além, seguindo a miragem do bem...
vou dizer que nunca foi minha intenção fazer deste planeta um lugar ruim...
vou dizer também que nunca percebi as regras que nós inventamos para nós, nem os resultados antagónicos entre o que se conseguiu tecnologicamente e o fracasso do que não se conseguiu para a humanidade num todo...
Vou berrar com raiva e desencanto pelo facto da maioria ter vivido sem nunca ter realizado os seus anseios e reenvindicar saber o porquê de só alguns terem chegado lá...
vou perguntar porque razão tivemos de passar por tantas provações e mesmo assim não entendermos o porquê...
Nesse dia vou expurgar meus podres e exigir a justificação de ter tido de entrar num jogo em que não pedi para participar...
vou me rir na cara dos juízes e dizer-lhes que não tenho medo de nada e que a minha alma já não lhes pertence desde há muito...
quando soarem as trombetas do veredicto eu quero estar atento e estarei pronto para o que der e vier,
só espero sem humildade alguma que no fim TUDO FIQUE CLARO E EU PERCEBA OS DESÍGNIOS QUE NOS FIZERAM AQUI SURGIR E AQUI PERMANECER ...
Por agora a minha raiva egoísta, pessoal, é apenas uma insignificância face ao caos...e é insanamente corajosa
Toquem música!!!
Toquem sons embriagantes da Babilónia a ruir....
Sirvam-me o amor, embriaguem-me de prazer, deixem-me gargalhar até aos limites, deixem-me ficar LOUCO, enlouquecido...enquanto ainda tenho tempo!!!
O caminho do bem... Trilhamos todos nossos caminhos pessoais, uns pelo caminho do bem outros por percursos que não o do bem... O caminho do mal... Por opção seremos nós maus? ou seremos maus por alguma disfunção ? Ah! quando nos sentimos injustiçados , acusados de prevaricarmos e sem qualquer hipótese somos condenados...
Onde fica a justiça quando te enclausuram numa mágoa sem hipótese de redenção? Divagar sem pressa, devagarzinho, lágrima a lágrima atrás do sorriso castrado. Queria que o pedido de perdão esclarecesse suas intenções puras, queria tanto... Pedir perdão mesmo que esse pedido não tenha razão de existir... O olhar exterior o julga sem apelo nem agravo e o seu mundo interior?
Não existe protecção divina quando a verdade está oculta e não tem como se mostrar? Terrível condição humana, sempre complicando o que não tem razão nenhuma para se complicar!!! Sabe que está escrevendo por sinais, tal qual o acaso quando decide complicar as nossas vidas, ele se porta como um verdadeiro ditador sacana...
Corre atrás dele em retrospectiva, auscultando e abrindo bem os olhos, investigando o percurso já feito... Errou, tropeçou, sabe de certeza que não foi de propósito, apenas aconteceu, só, como acontecem os acidentes ... Não se consegue viver naturalmente se se tiver que estar constantemente a fiscalizar nossos passos, nossos impulsos... Tanta besteira, tanta frustração, tanta mágoa e tristeza e uma sensação de desilusão e desalento...
Ele só queria ser um poucochinho feliz e tranquilo, porque é tão difícil ?
Naguib é o meu pintor preferido, moçambicano e mestre das formas femininas e das cores...
Triunfam aqueles que sabem quando lutar e quando esperar
Sun Tzu
O amor não prende, liberta! Ame porque isso faz bem a você, não por esperar algo em troca. Criar expectativas demais pode gerar decepções. Quem ama de verdade, sem apego, sem cobranças, conquista o carinho verdadeiro das pessoas.
Chico Xavier
Se você não se atrasar demais, posso te esperar por toda a minha vida.
O chão fugiu, num piscar de olhos o sol emudeceu... Como chuva caindo muita, também seu sol se esvaiu pelo chão e tudo a terra sugou... A festa que parecia a celebração perfeita da vida terminou e ficou ele de novo dançando sozinho. Sozinho com seus ais e seus fantasmas hilariantes, com sua estupefacção aos caprichos do improvável...
O caminho como diz seu velho amigo começa a ficar mais claro, o processo se desenrolando... A sabedoria da dor é pungente e apunhala, fere trespassa as lágrimas e nem chorar consegue, queda-se acocorado, à mercê do acaso...
O fascínio é lhe proibido, apenas poderá passear seu olhar pelo oxigénio do sentir, sem ele sorrindo a certeza do definhar é vera e caótica. Uma vontade de pranto o acomete e quase com prazer anseia o momento em que explodirá por dentro, em que os cacos do tesouro se espalharão feito cinzas ... Fragmentos irreais do que era o seu sol, miríade de uma luz que se extingue.
Inconformado e vivo geme, teme pelo que virá, não quer imaginar o vazio do que parecia pleno se transformando num holograma, em mais um ente etéreo lhe atazanando o sentir, quebrando de novo, estilhaçando... Quebrando irremediavelmente tudo !!!
Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.
No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.
Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.
Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo,soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?
hahahahahahahahaha!...
Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?
É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí,o que elas farão se já não têm por que se desesperar?
Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.
Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa.
Dura, densa, e bem ruim.
Brincar é legal. Entendeu?
Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço,não tomar chuva.
Pule corda!
Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.
Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável.
Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.
Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são:
passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...
Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!
Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?
A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore,dance e viva intensamente antes que a cortina se feche! Arnaldo Jabor