segunda-feira, 28 de março de 2011

Stephen Marley & Melanie Fiona











Single do novo álbum a sair em Abril 2011 "Revelation Part One : The Root of Life"

O som Marley é aquela garantia no DNA bem vincado, de qualidade !!!
Thanks Bob, pelos filhos que nos deixas-te e fazem perpetuar a tua criatividade ímpar...






quarta-feira, 9 de março de 2011

Moses Khumalo - Mntungwa












Vários génios da música morreram aos 27 anos, Jimi Hendrix, Jim Morrison, Janis Joplin, Kurt Cobain e tantos outros, de morte trágica...
Saga ou coincidência com Moses aconteceu o mesmo...
Nascido em 1979 foi encontrado enforcado em 2006 em circunstâncias muito estranhas, no dia dos namorados.
Começou pelo piano e em 1995 definitivamente apaixonou-se pelo saxofone, e não fosse ter desaparecido tão cedo  e seria com certeza um dos maiores saxofonistas do  nosso continente.
Aos 16 anos chamou a atenção do mundo do Jazz com a sua prestação no Grahamstown National Arts Festival.
Tocou com nomes como Hugh Masekela, Sibongile Khumalo e Paul Hanmer.
Adoro o estilo  e a forma com que Moses interpreta os temas clássicos sul africanos...
Boa música para beber um bom vinho olhando o mar, em boa companhia, chillando....
Just like that,simple...


Cheikh Lo - Neil la Thiass














Senegalês nascido no Burkina Fasso, começou a sua carreira  a tocar ritmos cubanos e congoleses.
Em 1978 muda-se para o Senegal onde se encanta com o mbalax, o ritmo mais popular do Senegal, uma mistura de jazz, latino, soul, rock tudo temperado com o sabar , o nome das percursões tradicionais do país.
Em 1987 a viver em Paris como guitarrista de "session" cria o seu estilo, misturando o mbalax, reggae e o soukous, o ritmo tradicional do Congo.
  Em 1995 Youssou N'Dour produz o seu 1º álbum Neil la Thiass.
Gosto de boa música e de boa música africana como é óbvio, e este sr. é muito bom ...
As dreadlocks não querem dizer rastafarismo, Cheihk é membro da Baye Fall um sub-grupo dos Mouride,
grupo religioso senegalês em que os fundamenos são o desprendimento material, o trabalho manual e adorar Deus.
Ouvi pela 1ªa vez à pouco tempo e elegi-o como um dos meus álbuns africanos preferidos.
Cool, boa voz, ritmos de percussão softs.
Super para chillar....


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Morreu o Mestre Malangatana,o rei da pintura moçambicana











O pintor moçambicano Malangatana morreu aos 74 anos às 03:30 no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, vítima de doença prolongada, segundo a direcção do hospital.
O pintor, de 74 anos, encontrava-se internado há vários dias naquele estabelecimento.
Malangatana vendeu os primeiros quadros há 50 anos e com o dinheiro arranjou uma casa e foi buscar a família para Maputo. Meio século depois, morreu um homem do mundo, um amigo de Portugal e um dos moçambicanos mais famosos.
Malangatana Valente Ngwenya nasceu a 6 de Junho de 1936 em Matalana, uma povoação do distrito de Marracuene, às portas da então Lourenço Marques, hoje Maputo. Foi pastor, aprendiz de curandeiro (tinha uma tia curandeira) e mainato (empregado doméstico).
A mãe bordava cabaças e afiava os dentes das jovens locais (uma moda da altura), o pai era mineiro na África do Sul. Com a mãe doente e um pai ausente, Malangatana foi viver com o tio paterno e estudou até à terceira classe. Só. Aos 11 anos começou a trabalhar porque já era «adulto» e podia fazer tudo, de cuidador de meninos a apanha-bolas no clube de ténis.
Nos últimos 50 anos foi também muito mais do que pintor. Fez cerâmica, tapeçaria, gravura e escultura. Fez experiências com areia, conchas, pedras e raízes. Foi poeta, actor, dançarino, músico, dinamizador cultural, organizador de festivais, filantropo e até deputado, da FRELIMO, partido no poder em Moçambique desde a independência.
Ainda que o seu lado político seja o menos conhecido, Malangatana chegou a estar preso, pela PIDE, acusado de pertencer ao então movimento de libertação FRELIMO, sendo libertado ao fim de 18 meses, por não se provar qualquer vínculo à resistência colonial.
Na verdade Malangatana viveu parte da sua adolescência junto dos colonos portugueses, os mesmos que o iniciaram na pintura, primeiro o artista plástico e biólogo Augusto Cabral (morreu em 2006) e depois o arquitecto Pancho Guedes.
Augusto Cabral era sócio do Clube de Ténis, onde trabalhava um tio do pintor. «Um apanha-bolas nas partidas de ténis era um tal Malangatana Ngwenya (crocodilo), que, no fim de uma tarde de desporto, se acercou de mim para me pedir se, por acaso, eu não teria em casa um par de sapatilhas velhas que lhe desse», contou Augusto Cabral em 1999.
O pintor iria nascer nessa noite, quando Malangatana foi a casa de Augusto Cabral e o viu a pintar um painel. «Ensine-me a pintar», pediu. E Augusto Cabral deu-lhe tintas, pincéis e placas de contraplacado. «Agora pinta», disse ao jovem, ao que este perguntou: «pinto o quê?». «O que está dentro da tua cabeça», respondeu Augusto Cabral.
O jovem viria a ter também o apoio de outro português, o arquitecto Pancho Guedes, que lhe disponibilizou um espaço na garagem de sua casa de Maputo e lhe comprava dois quadros por mês, a preços inflacionados. Em poucos meses Malangatana quis fazer uma exposição e foi, para espanto confesso de Augusto Cabral, um enorme sucesso.
Nas pinturas, nessa altura e sempre, Matalana, onde nasceu e cresceu e onde frequentou a escola da missão suíça de até à segunda classe. Menino pastor, agricultor, caçador de ratos com azagaia, viria a estudar só mais um ano. Fica-lhe Matalana no pincel, a opressão colonial, a guerra civil. A paz reflecte-se numa pintura mais optimista e nos últimos anos foi um carácter mais sensual que a caracterizou.
E sempre o quotidiano. «Há sempre um manancial de temas a abordar. São os acontecimentos do mundo, às vezes tristes, outras alegres, e eu não fico indiferente. Seja em Moçambique, ou noutra parte do mundo, a dor humana é a mesma», disse numa entrevista à Lusa, ainda recentemente.
Já homem, com a pintura como profissão, confessou ao jornalista Machado da Graça que sentia grande aproximação com os artistas portugueses desde os anos 70, quando foi pela primeira a Portugal, como bolseiro da Gulbenkian.
Entre 1990 a 1994 foi deputado da FRELIMO e ao longo de décadas ligado a causas sociais e culturais. Foi um dos criadores do Museu Nacional de Arte de Moçambique, dinamizador do Núcleo de Arte, colaborador da UNICEF e arquitecto de um sonho antigo, que levou para a frente, a criação de um Centro Cultural na 'sua' Matalana.
E exposições, muitas, em Moçambique e em Portugal mas também mundo fora, na Alemanha, Áustria e Bulgária, Chile, Brasil, Angola e Cuba, Estados Unidos, Índia. Tem murais em Maputo e na Beira, na África do Sul e na Suazilândia, mas também em países como a Suécia ou a Colômbia.
Contando com as obras em museus e galerias públicas e em colecções privadas, Malangatana vai continuar presente praticamente em todo o mundo, parte do qual conheceu como membro de júri de bienais, inaugurando exposições, fazendo palestras, até recebendo o doutoramento honoris causa, como aconteceu recentemente em Évora, Portugal.
Foi nomeado Artista pela Paz (UNESCO), recebeu o prémio Príncipe Claus, e de Portugal levou também a medalha da Ordem do Infante D.Henrique. Em Portugal morreria também o pastor, mainato e pintor. Malangatana. Valente.
Lusa / SOL

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Jah Mason - No Matter The Time










Andrew Johnson nasceu em Manchester Parish, Jamaica em 1970...
Ao seu reggae   poderemos chamar de hard não faz parte do reggae sweet que tanto gosto, mas este é muito original e forte !!!
Gosto e mais palavras para quê??
Bom produto |||
Jah Bless You All !!!


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

I Wayne - Book of life











Cliffroy Taylor nasceu em 1975 em Portmore Jamaica.
O seu reggae é muito original, é o reggae sweet, melodioso ...
Gosto muito e recomendo !!!
Mais um dos novos nomes do renascimento do reggae !!
Jah Bless you all !!!


Ayo - Joyful














Ayọ significa “prazer”, em Yourubá. Nascida na Alemanha, fruto da união de pai nigeriano e mãe romena, Ayọ foi ainda pequena para a Nigéria.

Seu gosto musical foi influenciado pela grande colecção de discos de vinil de seu pai, que incluia Pink Floyd ,Fela Kuti , Jimmy Cliff ,Bob Marley,etc. Com seu pai, que trabalhava meio-período como DJ enquanto estudava  na Alemanha, e que descobriu seu talento de cantora, ela gravou sua primeira fita demo  e acabou por abandonar a escola aos 18 anos.
Aos 21 anos mudou-se para Londres, depois Paris e por fim radicou-se em NY.
O seu 1º álbum Joyful , lançado em 2006 foi amplamente galardoado em vários países europeus e  USA...
Música muito cool, para o descanso dos guerreiros...para namorar ou para beber um cocktail enquanto o sol brilha sobre a praia de Vilankulo..
Altamente !!!


Miguel Migs - Dubs and Re-Rubs










Miguel Migs é o meu DJ preferido de house, deephouse...
Descobri esta pérola de 4 musicas , para curtir no meu bar da praia ou no vosso place de balanço...
 Bem nice !!!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Gregory Isaacs 1950-2010












Descrito como "uma da vozes mais sofisticadas do reggae", Gregory Isaacs morreu nesta segunda-feira (25), em Londres. Diagnosticado com câncer de pulmão há um ano, o músico foi responsável pelo disco Night Nurse, o mais famoso de sua carreira, lançado em 1982.
Nasceu a 15 de Julho de  1950 em Kingston, Jamaica.

Um dos principais nomes da música jamaicana, Isaacs deu início à sua carreira na década de 70, incentivado por Alvin Ranglin, que praticamente detinha o monopólio da produção cultural do país. Sempre aliando o reggae a elementos da música romântica e da soul music, Isaacs gravou com nomes como Lee Perry, Sam Cooke e Brook Benton.
Foi rei do reggae durante a década de 80,e ficou famoso pelo seu "rude boy lifestyle"
Jah Bless you !!!
R.I.P.











sábado, 9 de outubro de 2010

domingo, 3 de outubro de 2010

Fat Freddy's Drop - Dr. Boondigga & The Big BW

Fat Freddy's Drop, banda neozelandesa , 2 discos , grande som , um reggae potêntíssimo !!!!
O nirvana existe sim !!!!
A consciência de estar a absorver a vida com  maturidade e  clarividência !!!
A vida é para ser vivida com muita, toda a intensidade possível !!!!
Poxa, o melhor que temos nesta existência são os momentos em que somos felizes e se não for essa a escolha natural como filosofia de vida, ser felizes , estar sempre com apetência para a celebrar em todos os momentos e situações, sempre , a vida será uma ficção, irreal percorrerá caminhos cegos, falsos, supérfluos.....
Enjoy life !!!
Busque as emoções, sinta profundamente, chore e gargalhe de felicidade, fale alto, seja exagerado, viva a vida sem barreiras !!!
Time is to short!!!!
Nada vale a nossa angústia nada vale as nossas preocupações, nada, seja livre e completamente livre !!!!!
O espírito é absolutamente livre, porque está oculto e pode....
Será??????
O verdadeiro ser livre é livre por dentro e por fora e para se ser feliz sempre só sendo assim !!!
Amo os meus filhos, os meus netos, a minha amada, a minha mãe  e todos os seres livres e amantes da vida, da VIDA!!!!
Viver é maravilhoso é um segredo que deve ser bem guardado !!!!
O amor é uma consequência da felicidade, da liberdade e arde com paixão na alegria de se celebrar a vida !!!
Estar com os que amamos, amigos, família aquele desconhecido que conhecemos agora e adoramos conhecer, um velho amigo que chegou de repente, celebrando a festa da vida.
...o resto meus caros é muito sério, adulto, parece bem  e pior que tudo está muito organizado, dentro dos padrões estabelecidos, viver com planos e objectivos , sem interesse, sem a espontaneidade, sem sonho .....um bocejo !!!!!
Tchimm!! Tchim!!! Saúde!!!
Brindemos a dádiva da vida !!!!!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Jimmy Dludlu - Afrocentric





Nasceu em  Moçambique, aos 13 anos começou a aprender a tocar numa viola  feita de lata de um primo, sonhava um dia conseguir tocar jazz...
Nos princípios dos anos 80, imitando as músicas do Wazimbo, seu ídolo, começou a aparecer na cena maputense como novidade...
Com o sonho de ser músico profissional, deixa o país nos princípios da década de 90  indo então para Suazilândia, Botswana e depois para África do Sul, onde fez a licenciatura em música .
  A fama chega naturalmente com seus álbuns "Echoes from the past" editado em 1997 e "Essence of rhythm" editado em Junho de 1999 .
Músico consagrado, lança Afrocentric  em 2002, que é simplesmente uma obra prima !!!
Os ritmos de Moçambique e do Sul da África são por Dludlu trabalhados, cinzelados e apresentados como música de altíssima qualidade.
Segundo os conhecedores, o seu estilo é uma mistura de Geoge Benson,Pat Methenye  com as lendas sul africanas, Miriam Makeba, Letta Mbulu, Hugh Masekela, Themba Mokwena, e Allen Kwela.
Parceiro dos grandes mestres da guitarra, tocou com nomes como Hugh Masekela, Miriam Makeba, Brenda Fassie, Chicco , Sipho Mabuse etc.
Galardoado com vários prémios:
Em 1998 com o álbum " Echoes from the Past" vence os prémios da SAMA Music Award ,"Best Newcomer" e "Best Contemporary Jazz Album".
Em 2002 ganha o prémio"Best Male Artist"  com o álbum "Essence of Rhythm" ,ganha  também "Best Contemporary Jazz Album" pela SAMA Music Awards.
Lady s and Gentlemen, para quem não conhece, Jimmy Dludlu !!!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ivan Mazuze - Maganda

Ivan Mazuze, saxofonista moçambicano, produz um estilo afro-beat que para mim é um misto de smoothjazz e afro.
Este álbum de estreia é de uma qualidade impressionante, Ivan buscou nas raízes musicais moçambicanas e do sul de África a inspiração e brindou-nos com este magnifico Maganda !!!
Formado na Escola Nacional de Música de Maputo, amadureceu depois na África do Sul onde vive e tem colaborado com nomes grandes desta zona de África, como:  Jonathan Butler, Alvin Dyers, Jimmy Dludlu, Judith Sephuma, Vusi Khumalo...
O som deste moçambicano é de qualidade internacional, sem dúvida !!!!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Gyptian - My Name Is Gyptian

Windel Beneto Edwards, nasceu a 25 de Outubro de 1983, em St.Andrew Jamaica.
Aos 7 anos começou a cantar na Igreja e logo se revelou uma voz especial.Gravou 3 discos, em 2006 "My name is Gyptian", depois em 2008 "I can feel your pain" e este ano o estrondoso sucesso com "Hold you".
O seu estilo é aquilo a que na linguagem do reggae se chama "lovers rock"  misturado com   "roots reggae ".
O nome Gyptian,vem do facto dele trançar a barba e ficar parecido com os faraós do velho Egipto.
Gosto deste género de reggae, pois é cool e nada melhor para quem vive junto ao mar, com muitas palmeiras e um quase eterno chillout life style!!!
Quem pode pode, quem não pode, que lute para poder...
Jah Bless you all !!!


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Escuta Zé Ninguém - Wilhelm Reich

Somos Zé Ninguéns porque queremos, não buscamos o conhecimento interior, não analisamos o que nos rodeia, nada fazemos para melhorar, apenas nos concentramos no imediato, no supérfluo, nos prazeres materiais e depois acabamos uns burro gessos....
Tinha para aí uns 20 anos quando li este que é dos livros que mais me influenciaram, e me transformaram para sempre.

"Escuta, Zé Ninguém! "  não é um documento científico, mas humano. Foi escrito no Verão de 1946, para os arquivos do Instituto Orgone, sem que se pensasse, então, em publicá-lo. Resultou da luta interior de um cientista e médico que, durante décadas, passou pela experiência, a princípio ingénua, depois cheia de espanto e, finalmente, de horror, do que o Zé Ninguém, o homem comum, é capaz de fazer de si próprio, de como sofre e se revolta, das honras que tributa aos seus inimigos e do modo como assassina os seus amigos. Sempre que chega ao poder como “representante do povo”, aplica-o mal e transformado em qualquer coisa ainda mais cruel do que o sadismo que outrora suportava por parte dos elementos das classes anteriormente dominantes.
Se tiverem interesse em ler esta obra, podem fazê-lo através deste link:
http://www.culturabrasil.pro.br/zip/zeninguem.pdf
Eis um pequeno excerto:


Escuta, Zé Ninguém!

Chamam-te “Zé Ninguém!” “Homem Comum” e, ao que dizem, começou a tua era, a “Era do Homem Comum”. Mas não és tu que o dizes, Zé Ninguém, são eles, os vice-presidentes das grandes nações, os importantes dirigentes do proletariado, os filhos da burguesia arrependidos, os homens de Estado e os filósofos. Dão-te o futuro, mas não te perguntam pelo passado.
Tu és herdeiro de um passado terrível. A tua herança queima-te as mãos, e sou eu que to digo. A verdade é que todo o médico, sapateiro, mecânico ou educador que queira trabalhar e ganhar o seu pão deve conhecer as suas limitações. Há algumas décadas, tu, Zé Ninguém, começaste a penetrar no governo da Terra. O futuro.da raça humana depende, à partir de agora, da maneira como pensas e ages. Porém, nem os teus mestres nem os teus senhores te dizem como realmente pensas e és, ninguém ousa dirigir-te a única critica que te podia tornar apto a ser inabalável senhor dos teus destinos. És “livre” apenas num sentido: livre da educação que te permitiria conduzires a tua vida como te aprouvesse, acima da autocrítica.
Nunca te ouvi queixar: “Vocês promovem-me a futuro senhor de mim próprio e do meu mundo, mas não me dizem como fazê-lo e não me apontam erros no que penso e faço”.
Deixas que os homens no poder o assumam em teu nome. Mas tu mesmo nada dizes. Conferes aos homens que detêm o poder, quando não o conferes a importantes mal intencionados, mais poder ainda para te representarem. E só demasiado tarde reconheces que te enganaram uma vez mais.
Mas eu entendo-te. Vezes sem conta te vi nu, psíquica e fisicamente nu, sem máscara, sem opção, sem voto, sem aquilo que fiz de ti “membro do povo”. Nu como um recém-nascido ou um general em cuecas. Ouvi então os teus prantos e lamurias, ouvi-te os apelos e esperanças, os teus amores e desditas. Conheço-te e entendo-te. E vou dizer-te quem és, Zé Ninguém, porque acredito na grandeza do teu futuro, que sem dúvida te pertencerá. Por isso mesmo, antes de tudo o mais, olha para ti. Vê-te como realmente és. Ouve o que nenhum dos teus chefes ou representantes se atreve a dizer-te:
És o “homem médio”, o “homem comum”. Repara bem no significado destas palavras: “médio” e “comum”.
Não fujas. Tem ânimo e contempla-te. “Que direito tem este tipo de dizer-me o que quer que seja?” Leio esta pergunta nos teus olhos-amedrontados. Ouço-a na sua impertinência, Zé Ninguém. Tens medo de olhar para ti próprio, tens medo da crítica, tal como tens medo do poder que te prometem e que não saberias usar. Nem te atreves a pensar que poderias ser diferente: livre em vez de deprimido, direto em vez de cauteloso, amando às claras e não mais como um ladrão na noite. Tu mesmo te desprezas, Zé Ninguém, Dizes: “Quem sou eu para ter opinião própria, para decidir da minha própria vida e ter o mundo por meu?” E tens razão: Quem és tu para reclamar direitos sobre a tua vida? Deixa-me dizer-te.
Diferes dos grandes homens que verdadeiramente o são apenas num ponto: todo o grande homem foi outrora um Zé Ninguém que desenvolveu apenas uma outra qualidade: a de reconhecer as áreas em que havia limitações e estreiteza no seu modo de pensar e agir. Através de qualquer tarefa que o apaixonasse, aprendeu a sentir cada vez melhor aquilo em que a sua pequenez e mediocridade ameaçavam a sua felicidade. O grande homem é, pois, aquele que reconhece quando e em que é pequeno. O homem pequeno é aquele que não reconhece a sua pequenez e teme reconhecê-la; que procura mascarar a sua tacanhez e estreiteza de vistas com ilusões de força e grandeza, força e grandeza alheias. Que se orgulha dos seus grandes generais, mas não de si próprio. Que admira as ideias que não teve, mas nunca as que teve. Que acredita mais arraigadamente nas coisas que menos entende, e que não acredita no que quer que lhe pareça fácil de assimilar.
Comecemos pelo Zé Ninguém que habita em mim: Durante vinte e cinco anos tomei a defesa, em palavras e por escrito, do direito do homem comum à felicidade neste mundo; acusei-te pois da incapacidade de agarrar o que te pertence, de preservar o que conquistaste nas sangrentas barricadas de Paris e Viena, na luta pela Independência americana ou na revolução russa. Paris foi dar a Pétain e Laval, Viena a Hitler, a tua Rússia a Stalin, e a tua América bem poderia conduzir a um regime KKK – Ku-Klux-Klan. Sabes melhor lutar pela tua liberdade que preservá-la para ti e para os outros. Isto eu sempre soube. O que não entendia, porém, era porque de cada vez que tentavas penosamente arrastar-te para fora de um lameiro acabavas por cair noutra ainda pior. Depois, pouco a pouco, às apalpadelas e olhando prudentemente em torno, entendi o que te escraviza: ÉS TU O TEU PRÓPRIO NEGREIRO. A verdade diz que mais ninguém senão tu é culpado da tua escravatura. Mais ninguém, sou eu que te digo!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

a propósito do 7 de Setembro


Em relação a Samora, devo dizer que vivi os anos negros do marxismo-leninismo, da ditadura do proletariado e ele era sem dúvida um ditador pois era omnipotente, legislava no momento, demitia na hora, enfim ...
vivia-se com medo até de pensar contra o regime não fosse alguém detectar no olhar algum sinal; eram os tempos da mal famigerada snasp, dos fuzilamentos, das guias de marcha, da perseguição aos que eram diferentes, os xiconhocas, etc.
hoje vejo as coisas de modo diferente, pois a democracia boçal demonstra que não estávamos preparados para tanta liberdade, não estávamos educados para respeitar o próximo nem as leis, não estavam os governantes politizados  como era suposto estarem  visto serem os mesmos do tempo de Samora e o país deu no que deu, uma anarquia selvagem em que quem puder saca o máximo ao seu alcance e os ideais que se expludam!!!!
projectando Samora numa das múltiplas probabilidades em função da realidade dos dias de hoje , ele iria com certeza com o passar dos anos começar a aliviar a mão de ferro e aos poucos a conceder espaço para uma democracia, só e quando o povo realmente estivesse preparado e com condições intelectuais e materiais que lhes permitisse  conviver democrática e livremente numa nova sociedade !!
Para isso teríamos que ser sérios em políticas de educação, sérios em politicas de desenvolvimento económico, sérios no uso dos donativos concedidos, sérios na distribuição isenta de oportunidades à sociedade e sérios a sonhar este país para todos!!!
Ele morreu e tudo não passa de um mar de  meras conjecturas, do provável versus improvável !!!
É apenas uma hipótese, um ponto de vista, um exercício de sonhar  imaginar como poderia ter sido, somente!!
a história não permitiu que ele vivesse para vermos como seria este país hoje com ele....
agora só nos resta trabalhar, estudar, crescer e nunca deixar de sonhar um Moçambique melhor!!!
O tempo, implacável, não deixará de colocar tudo no seu devido lugar !!!