sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Letras dispersas








                                                                                                                   Simon Adjiashvili 1992 

















A vida inteira perseguimos simples quimeras,
as borboletas esquivam-se e a rede jogada enche-se de ar,
o garoto não desiste corre de rede alçada,
a borboleta dança suave num colorido elegante,
esvoaça por entre o chilrear do xirico e o verde da folhagem
some  deixando o poema inacabado










Letras cristalizadas em palavras doces,
como o algodão que humedece a semente
oferecendo-lhe o sonho da vida
que germina no pulsar da seiva a flor que sente












As palavras ditas a palavra lavrada não diz,
grava sim os recantos indizíveis
que só os olhos conjugam, 
nos arabescos entornados da alma
o solitário ato de ler o que não se pode dizer,
que nunca se poderá segurar,
que se esvairá como nuvens por entre os dedos,
caindo no alvoroço feito de silêncios
 das letras quando se beijam





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